Figuras públicas
Sem papel nenhum
Aliás com único papel
Sujo, podre e nauseabundo
Cuja sanidade! Cuja sanidade!
Hum! Só uma cegueira pode ver
Só persona líquida solidifica
Protegidas em vasos de
papelão
Agarradas por unhas carentes
Viralizam e matam
na febre da audienciopatia
e estupram nosso chão
Agarradas por unhas carentes
Viralizam e matam
na febre da audienciopatia
e estupram nosso chão
Há figuras púbicas
publicadas
Figuras sem forma
Vinho em janta
Num hobby de vidas ocas
Figuras sem forma
Vinho em janta
Num hobby de vidas ocas
Há figuras púbicas
publicadas
no altar da media
pontificam a nudez
no desleixo ensaiado
pontes ficam abanadas
no altar da media
pontificam a nudez
no desleixo ensaiado
pontes ficam abanadas
Reconhecidas e
autorizadas
invadiram o domicílio da moral
despiram e vestiram a nação
a TV e as rádios
nossa música
Nossas vidas
invadiram o domicílio da moral
despiram e vestiram a nação
a TV e as rádios
nossa música
Nossas vidas
Essas figuras exaltadas
Ahhh! Excelentes professores!
Ensinam sabedorias
que fama é fim último
aparência é verdade
verdade é mera aparência
quem tem é o maior
melhor língua é mediocridade
melhor cultura é sexismo
que pele negra é tristeza
ser da terra é ser kakuti.
E num esforço arqueológico
abrem buracos
num torto endireitar de veredas
Ahhh! Excelentes professores!
Ensinam sabedorias
que fama é fim último
aparência é verdade
verdade é mera aparência
quem tem é o maior
melhor língua é mediocridade
melhor cultura é sexismo
que pele negra é tristeza
ser da terra é ser kakuti.
E num esforço arqueológico
abrem buracos
num torto endireitar de veredas
Há figuras púbicas
publicadas.
RODINO
SAPATEIRO, 23 de NOVEMBRO 2018
SOBRE O AUTOR
Rodino Satelo Ngumbe, natural do Lobito.
Professor, licenciado pela UKB, faculdade de Ciências da Educação. Exercita-se,
há já alguns anos, escrevendo sobretudo crónicas e poemas
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