quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Denúncia | 2 crimes idênticos, o mesmo ALVO: carteira com documentos do Sr. Daniel Gociante Patissa

21/04/2017: Assaltada viatura na calada da noite no parque do Hospital Geral de Benguela e levam carteira com documentos mais 900 USD. Caso entregue à polícia, crime nunca esclarecido.
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26/02/2019: No caixa 13, loja KERO Benguela, cidadão esquece carteira com documentos, 10 minutos depois não a encontra. Gerência alega furto por cliente visto no vídeo mas lava as mãos. Caso entregue à polícia. Exige-se responsabilização.
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Crónica | O bairro Camama é o maior!


Conheces o bairro Camama? Pergunta-me o mano excelência morador de lá, já digo o nome dele, vamos ter calma, mas é claro que conheço! Só não sei é como lá chegar. Não é então onde mora o escritor João Tala?! Só um ponto: vendo bem, conheço mesmo ou não?

Aliás, na nossa família somos mesmo assim, provincianos muito precisos quanto à geografia urbana. O meu avô Kalonga, ervanário e mulherengo de boa memória, quem melhor dominava a capital, não precisava de conhecer mais do que o Porto Pesqueiro. Ou será que visitar clientes ali e rasgar o mercado informal do Roque Santeiro, em vida o maior talvez de África, não era Luanda? Uma vez indaguei se ele não costumava perder-se na infinita cidade, ao que rebateu sem pestanejar, põe uma coisa na cabeça, meu neto. Antes de as pessoas começarem a frequentar Luanda, eu já lá ia!

À hora combinada apanhei o primeiro candongueiro de três. Estava claro na minha cabeça que Camama, musseque do único amigo meu escritor, médico e militar malanjino, era o maior! Ultimamente até já conta com o morador chamado Estupendo. Que coisa maravilhosa! A recomendação era Golfo-2 para depois apanhar Camama. Foi o que fiz. Apanhei um Hiace assim a dar para o podre, mas aceitável. Afinal, verdade seja dita, está para ser fabricado o automóvel que não tem arranhões nas vias de Luanda. Aí o cobrador foi gritando GOLFO-2 DE CEM!, mas cobrava 150 kwanzas por cabeça. A mim nada incomodava, na verdade, porque o destino era Camama, e Camama é o maior.

Eu, mô wi, minhas irmãs até me abusam, cada uma já se chamou lá um puto. Talos pais num ajudam, mas pronto. Só que eu não quero fazer mais que já passo o dia na via é stress, chego na casa mais é stress. Quando o documento sair, olho assim, a carta tá mbora na mão, mando vir um bebé. PÕE JÁ O PÉ, XÉ, MANA!!! Assim por causa do teu cem, o Azar (polícia de trânsito) vai-me tirar mil kwanzas? Não faz mais mbora banga, moça! Faleceu a velha do meu tiôte deputado. É só teu tio mas nunca te deu nada. Ya, eu sei mas um gajo só vai no óbito já para não te apontarem o dedo. Senão são puros tios mas coração lhes fugiu. Num é o teu tio que brincou com champanhe de 90 mil kwanzas, né? Xe!!!

A corrida nunca mais termina, as pessoas vão entrando e saindo, o sol é brasa, sauna rolante. Às tantas passamos pelo Hospital Sanatório, salta à vista a imponência da nova Direcção de Viação e Trânsito, o Instituto/Templo Tocoísta, tudo enorme. O cobrador grita CUCA! Eu, calmo no meu assento, só penso em Camama. Acredito que a qualquer momento será anunciada chegada ao terminal do Golfo-2. Ao longe começo a ver a Filda.

No Palanca pede boleia um jovem albino de barba preta, corpo atlético, na casa dos 26 anos. O cobrador vinca a testa mas aceita como quem teme condenação pública. Pede dinheiro aos passageiros. Não gosto da ideia de relacionar albinismo com mendicidade. Vaidoso, expressa-se bem, alguma escolaridade, potencial para o trabalho e a independência. Incomoda-me vê-lo sem chapéu, tão nocivos que são os raios ultravioletas para limitados em melanina. O que tens a ver com isso?! Recrimino-me ao mesmo tempo.

O jovem pede para ficar no Simão Toco, o cobrador não evita a gargalhada. Simão Toco, tens que voltar no Golfo-2. Estava perdido. Não era o único. Eu também. Com ar insuspeito, minto que cheguei ao destino. Há que dar meia-volta e pedir dicas para retomar o itinerário, ainda hoje. Camama e o mano Carlos Maneco me esperam.

Gociante Patissa | Luanda/Benguela, 25/26-02-2019 | www.angodebates.blogspot.com
Crédito da imagem: lillinka006
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

SOS | Procura-se carteira de cor cinzenta com documentos pessoais de Daniel Gociante Patissa


Porque toda a ajuda é valiosa, levo ao conhecimento geral a aflição de perder uma carteira de cor cinzenta contendo documentos pessoais em nome de Daniel Gociante Patissa. A última vez que a vi foi no balcão 13 do mercado KERO, cidade de Benguela, onde às 20h11 de terça-feira, 26.02.2019, fiz compras. Já lá voltei e a justificação do supervisor de Segurança é que poderá ter sido levada por clientes que me sucederam. Resumo do conteúdo da carteira:
- Carta de condução da SADC
- Bilhete de identidade 
- Cartão multicaixa BAI
- Cartão multicaixa BCI 
- Cartão Visa Kamba BAI
- Cartão de contribuinte

Queiram passar a palavra e em caso de haver novidades, usar esta via ou provisoriamente o contacto 913720438.
Muito obrigado

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sábado, 23 de fevereiro de 2019

Advogado agredido a socos em pleno tribunal pelo seu cliente insatisfeito com a condenação à pena de 47 anos prisão.

No tribunal de Cleveland (EUA), David Chislton respondia por 12 crimes, incluindo o de agressão à sua namorada e matar um cão. O advogado Aaron Brockler chegou a perder os sentidos e teve um ligeiro ferimento no rosto. (Yahoo, USA. Tradução deG. Patissa)
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

(arquivo) Crónica | LÍNGUA MATERNA OU OFICIAL? (*)


Sei que há quem esteja à espera da hora 19, para se sentar diante do canal 2 da TPA, porque “…é dia de mudar de vida!”, como nos tortura em jeito de publicidade a turma do “Angola dá sorte”. Uns realmente ganham, eu porém faço parte dos que só perdem. Aliás, o primeiro sinal, hoje, foi ter perdido o sono antes das duas da manhã.

Deixo a cama, pego nos meus livros, ligo o diskman e uns kizombas dão-me banho. Tento ler, mas me vem à cabeça a pressão social (aquilo que queremos não nos quer; aquilo que não desejamos persegue-nos). Insisto, mas não consigo mesmo concentrar-me à leitura. Então recorro ao meu habitual consolo (um bloco e uma bic azul) e ponho-me a escrever. De princípio a letra é feia, mas vai ficar bonita logo no computador.


Disse um angolano na Tuga, certo dia, que a vida se resumia a duas grandes desvantagens: uma era ser jovem e a outra ser mulher. Fiquemos hoje com a primeira. Ora não se tem a idade nem a qualificação ideal para certas oportunidades, ora já se passou dos 30 anos e não dá, mesmo depois de estabelecido o parâmetro 15-35 anos como padrão de juventude. Reclamamos, insultamos as instituições, praguejamos e tudo o mais. Mas também nos lembramos de certas conquistas colectivas e vemos que vale a pena lutar, basta estarmos atentos ao que vai pela imprensa e lubrificar sempre os mecanismos da amizade. Afinal, o autor de “renúncia impossível”, que a dado passo reconhecia “atingi o zero”, foi presidente desse país.



Encontrava-me ainda em Luanda, em seminário, quando um telefonema amigo me incentivou a concorrer a uma vaga de uma companhia petrolífera. Confesso, não acredito em nenhum concurso no meu próprio país, muito mais quando dirigido por irmãos angolanos. Mas tento, às vezes, não ser carrasco de mim mesmo e retribuo a consideração dos amigos que gastam do seu saldo e da sua saliva em conselhos.



Assim, anteontem, juntei o monte de documentos e fui ao centro de emprego, do Ministério do Trabalho, na minha cidade (é curioso como a nossa vida é em tamanho A4: certidões de nascimento, contratos, títulos de salário, cartas de despedimentos, certidões de casamento, facturas de luz, telefone, etc., tudo em A4).



Uma vez lá, encontro um senhor cuja testa parecia estar há anos sem saber o que é sorrir. Pronto, saúdo e avanço, a final não estava ali para semear amizades. Na secção a seguir, uma senhora dá-me o formulário e algumas instruções. Escrevo tão rápido que, volta e meia, tinha tudo preenchido… e a discussão inicia com a atendedora: tudo porque preenchi o Umbundu como sendo a minha língua materna. “A nossa língua materna é aquela que falamos”, dizia ela. Pois claro, mas é essa mesma a minha língua de berço; tanto o português como o inglês, eu aprendi-os foi na escola. Que azar me arranjei!


A senhora submeteu-me então a uma cátedra: “língua materna é aquela que herdamos do colonizador, porque é a língua que nos une; olha, um zairense, por exemplo, na escola fala lingala? Claro que não, moço!” Impotente e em desvantagem, disse-lhe apenas que era complicado. “Pois, mas estou-te a fazer entender agora que, no espaço língua materna, escreva português, porque o Umbundu é dialecto apenas!”, ditava ela. Os meus suspiros e reticências não a impediram de pegar no corrector e, a mando dela, eu declarar o português como “minha língua materna”, relegando o meu doce Umbundu ao segundo plano.


Deixei o Centro de Emprego bastante contrariado, quase irritado. Já não basta o que basta, agora também me roubam a minha história, a minha dignidade? Será que por necessitar de uma carreira, perco o direito de ter nascido no kimbo, ter o Umbundu como primeira língua da minha vida, ligada às primeiras memorias que guardo com honra?!


Agora são três e um quarto, e tento voltar à cama, mendigar algumas horas de sono. Se penso em pessoas como tu, por isso não tenho sono, ou se não tenho sono e por isso penso em pessoas como você, isso importa. A verdade é que às vezes apetece desistir de tudo e morrer por algumas semanas. Mas depois a nossa consciência diz-nos não ser justo, já que ainda resta algo de que nos orgulharmos: os amigos que temos, o espírito lutador e as conquistas acumuladas diante de tanta impossibilidade. Força, há que erguer a cabeça, ainda que nos pisem sobre ela!.


Por: Gociante Patissa, Lobito, 23 de Setembro de 2005

(*) Publicado em Setembro de 2005 através dos Blogs "Desabafos Angolanos" e "Ondaka Usongo"
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Em linhas tortas 2/19


Exª JLo, dizem que hoje é o Dia Mundial da Língua Ma(is)terna. As de origem africana continuam ainda em Angola sendo relegadas a património de "cidadãos de segunda", uma questão de folclore, de sorte que se um governante fala uma língua africana, a comunicação social destaca o acto em si como notícia positiva. É ver a deturpação dos nomes próprios forçada pelos técnicos do registo civil, a vergonha que é a toponímia e/ou ainda a dicção forçada/europeizada dos nossos locutores de rádio e TV. 44 anos depois da independência de Portugal, a conclusão é que o combate ao tribalismo promoveu efeitos colaterais nocivos, um deles sendo o da negação da identidade africana como critério de aceitação e ascensão. O português tem de dialogar. É desculpar excelência, hoje não deu para fazer rir. Ainda era só isso. Obrigado
Gociante Patissa | Benguela, 21.02.2019 | www.angodebates.blogspot.com
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Em linhas tortas 1/19

Alguém nos podia indicar, por gentileza, alguma vantagem para o resgate dos valores morais/cívicos com a "condenação pública" nas redes sociais (baseada num moralismo populista) de supostas condutas humanas? Eu não vejo nenhuma. É claro que actos de coragem são valiosos na busca da justiça e bem-estar social... mas quem pretende corrigir algo é suposto do ponto de vista da ética elevar-se no gesto/método. É assim em sociedades onde exista a separação entre o estado e a igreja, o oposto de sociedades cuja lei (ou julgamento) se baseia radicalmente no que é, ou não, visto como pecado. Uma coisa é denunciar actos criminosos (com indícios e evidências), o que é saudável. A outra, bem diferente, é expor pessoas à condenação pública com base num moralismo tacanho e na alegria em cima da dor de outrem. A consequência deste fundamentalismo virtual só pode ser, a par da responsabilização criminal do ingénuo que partilha e/ou insulta pessoas que mal conhece, o espectro da desconfiança doentia e o aumento da violência, dada a tendência de fazer justiça por mãos próprias em "crimes de honra". A vida sexual de pessoas adultas só deveria interessar ao público quando constitui prática criminal. Se dormiu ou deixou de dormir com esta ou aquela pessoa, a menos que tenha sido fruto de violação, não diz respeito a terceiros. Ah, falamos em "destruir" relacionamentos e julgamos que isso nos dá o direito de julgar e chamar nomes. Quão mesquinhos e picuinhas acabamos sendo, né? Na verdade, não se trata de nada que seja novo. Estamos lembrados de cartazes apócrifos que tinham como alvo pessoas da chamada elite urbana. Não se sabe se a autoria era a mesma, mas recordo de duas edições com certos intervalo no Lobito e na cidade de Benguela, na década de 2000. Não é por aí. Ainda era só isso. Obrigado
Gociante Patissa | Benguela, 20.02.2019 | www.angodebates.blogspot.com
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

(arquivo) Diário | OH! NÃO ERA PARA TERMOS A CORAGEM DE COMEÇAR A MUDANÇA AFINAL?...

“Meu, mano, é como então que estás a ver isso?”
“Eh, pá. Devagar. O fim d’ano está aí, a agitação daqui a pouco é aquela, e os mambos estão caros…”
“Mas o angolano é assim porquê então?! Com tanta coisa boa a acontecer, você fica a lamentar? Não ouviste ainda que já podemos bazar para a South sem precisar de visto, né?”
“É verdade, mano…”
“Então?!… Fica contente, meu wi. Moçambique a abrir as portas assim à toa para o mwangolê, xé!”
“É verdade. Só falta já os dólares regressarem das férias…”
“Estou-te a falar, sócio! Esse João Lourenço é homem! O tempo dele está a trazer assim uma tuza diferente, né?”
“De facto, abrem-se tempos de novas esperanças…”
“Esse mambo tinha que mudar. E ainda vai mudar mais! Corrigir o que está mal nas instituições, mudar a moral, endireitar este país…”
“Seria bom… Neste caso não só as instituições, mas também cada um de nós mudar, né?”
“Claro, meu velho! Temos que ter a coragem para enfrentar a mudança! Porque esse país tem tudo para dar certo, palavra de honra, velho…”
“Desculpa só interromper. Estás a ver o que aquele senhor está a fazer?”
“Nada. Estive de costas, não galei. Hã, é o quê?”
"Ele fez manobra arriscada, embateu contra o separador de metal e depois derrubou poste de iluminação, destes que ainda não acendem. Aquilo ficou danificado. E ele está a querer fugir. Como é que um cidadão destrói o património na via pública, o património que é de todos e quer fugir para não ser responsabilizado?! Já viste? Tens o número da polícia?”
“Para quê só?! Não se mete, velho. Vais querer complicar a vida do outro angolano igual porquê? Esse dinheiro da tal multa nem entra no teu bolso. Você por acaso viu quanto dinheiro facturaram com esta obra?”
“Oh! Não era para termos a coragem de começar a mudança afinal?...”

www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto da Catumbela | 03.12.2017
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domingo, 17 de fevereiro de 2019

UTILIDADE PÚBLICA | um conselho cidadão e grátis à Area de Comunicação e Imagem da ENDE


Prestar esclarecimentos/justificação dos critérios/limitações na base dos quais algumas residências não foram contempladas com a electrificação nesta campanha de Fevereiro de 2019 no bairro 11 de Novembro, subúrbio da cidade de Benguela. Já começa a ressurgir a velha politização populista, com aquele cliché de auto-vitimização partidária que é, obviamente, de consequências más para a sã convivência social de que todos em Angola precisamos. Como diz a sabedoria popular inglesa, "better a word in time than two afterwards" (mais vale uma palavra a tempo do que duas mais tarde).  Ainda era só isso. Obrigado
Daniel Gociante Patissa, Benguela, 17.02.2019
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(arquivo) Diário | E você me diz que não pode atender porque está na reforma ou aposentado ou sei lá o quê?!


“Desculpa, só doutor. Mas o doutor assim vai aonde com a sala cheia de doentes?!”
“Oh, dona Penina! Que bons olhos a vejam. Como vai a saúde?”
“Bem, bem, não vai. O marido está combalido desde a madrugada. Mas ainda responda só, faz favor, doutor. Então já passam duas horas desde que as pessoas tiraram os sinais vitais, e o doutor ainda tem a coragem de passar pelo corredor, sem bata, tipo vai sair? É assim mesmo que vamos melhorar este país?!”
“Ah, olha só… Vejo que não sabia. Chegou a época do descanso do guerreiro. Foram quarenta anos a dar o litro desde aqueles difíceis tempos de guerra e de carência. Olha, finalmente chegou a minha reforma, já estou há quase uma semana em casa… Vocês ficam em boas mãos…”
“Não pode!!!”
“Não percebi. É exclamação de apoio ou é mesmo uma espécie de proibição, ó dona Penina?”
“Mas o doutor não é médico?”
“Sim. E trabalhador como outros…”
“Você vai-me desculpar, mas assim também não vai dar!!! O meu marido está quase a morrer, por vossa negligência, e você me diz que não pode atender porque está na reforma ou aposentado ou sei lá o quê?!”
“Não posso fazer nada, minha senhora, estou reformado…”
“Reformado como, se você é nosso médico, e nós ainda não morremos, amanhã ou depois estamos sujeitos a precisar dos teus préstimos?! Qual é a pressa, hã?! Não há reforma nenhuma, pá!”
“Tem que entender. Já há um novo médico para me substituir…”
“E ele por acaso conhece o nosso passado, os problemas da nossa família? Doutor, estou a avisar! Daqui o senhor só sai por cima do meu cadáver! Esse homem tem que me sair daqui atendido e muito bem medicado, não quero só confusão!!! Quer dizer, essa tal sua reforma assim é mais importante do que a saúde do meu marido, que também deu toda a sua vida por esse país?!”
“Não pode colocar as coisas nestes termos, dona Penina. Eu não posso interferir no poder do novo médico. Só vim assinar os últimos papéis.”
"Doutor, última palavra, juro mesmo! Se o meu marido morrer nessas frescuras sindicais, ah porque estou reformado, fionkofionko, esta cidade vai ter duas viúvas, com tua, OK?!”

www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Catumbela, 07.05.2018
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sábado, 16 de fevereiro de 2019

(arquivo) Diário | O Salú disse Fala Comigo. Ou será que estou a inventar?

“Aló! Está? É da TV Jiii-mbo?”
“Sim, é da TV Zi-mbo. Em que podemos ajudar?”
“Bom dia. Sou o cidadão Domingos. Quero falar com o senhor Salú. Não sei se posso…”
“Às suas ordens! O telespectador é a nossa razão de ser… Exponha, por favor. Já agora, se me puder desculpar, escapou-me. O senhor como se chama?”
“Com a boca ou com gestos mesmo, assobios é que nem sempre. Espera aí. Mas assim você que me atendeu neste momento já é mesmo o senhor Salú?”
“Por acaso, não. Somos colegas. Sou o Constantino Pereira… Pode falar…”
“Não vai dar. O Salú disse Fala Comigo. Ou será que estou a inventar?”  
“É o nome do programa para ser chamativo. Não tenha receios, garanto que o senhor está bem encaminhado. Sou da produção do programa, praticamente é assim que funciona…”
“Mas no meu fraco entender – não sei no vosso, né? –, quando se diz Fala Comigo, significa diálogo pessoal; não entram terceiros. Eu contigo, tu comigo. Ou não é assim?”
“Caro cidadão, isto é televisão. A produção cozinha tudo e ele, o pivot, marca golo…”
“MAS O SALÚ DISSE FALA COMIGO, CAMARADA!!! COM ELE! Não disse fala com a produção! LHE PASSA SÓ O TELEFONE, NÃO VAMOS PERDER TEMPO.”
“Sendo assim, senhor, lamento informar, mas o Salú ainda não chegou…”
“O quêêê?! Oh, o senhor Salú afinal também tem a má conduta de atrasar no trabalho?”
“Não, não se trata de atraso. Ele é colaborador liberal, só vem aqui no horário dele…”
“Quer dizer, por fora é uma coisa, por dentro é outra? Então fica o recado: ele quando chegar, lhe digam que ligou um senhor com um problema caterpillar de vida ou morte.”
“Problema caterpillar de vida ou morte? Fica como?”
“Me falaram lá um dermatologista cubano. Tipo tem a ver com o cabelo ou o quê…”
“Ah, problema capilar. OK. Se bem percebi, você tem problema com o seu cabelo, certo?”
“Eu não tenho problemas com ninguém. Ele é que tem…”
“Hum… Neste caso o senhor tem problemas capilares. E são de vida ou morte porquê?…
“Estás a ver?! Por isso é que eu já não queria falar no começo… Acho que o Salú, como é curtinho, entende mais corta-mato. Mas vou ver se resumo: meu camarada, o estado tem que me arranjar uma casa urgente para eu morar longe da família… enquanto é cedo.”
“Mas porquê o receio?”
“Como porquê?! Você não está a ver que estou a ficar calvo?”
“Como estamos ao telefone, né?… Avancemos. Calvície é normal, é coisa da genética…”
“Aié?! Genética, né? Porque é com o outro! Olha, também eu com a preocupação alheia durmo bem. Ah porque é normal, problema genético. É tudo que tinhas para falar?!”
“Bem…”
“Assim mesmo achas que falaste bem, caro jornalista ou produção?! Meu irmão, no fim do dia, chegas à casa a dizer que cumpriste bem o teu trabalho? Tanta gente nos lugares errados neste país, pá! É assim que vocês matam os cidadãos por causa do deixa-andar…”
“Mas eu disse alguma coisa que seja passível de lesar o senhor?”
“Você não sabe que na comuna, um careca vira logo feiticeiro? E se os sobrinhos adoecerem, não acusarão o tio é que nos bruxou? E são bwé. Vou lutar como com todos?”
“Não me leve a mal, caro telespectador, mas onde é que o governo entra? Qual é a quota-parte de responsabilidade das autoridades para terem de arranjar casa para si?”
“Porque isso é injusto! Então os verdadeiros feiticeiros, aqueles que roubam o que é do povo, por exemplo aquele casal que desviou os milhões de dólares da malária, estão aí, cabelos crespos e fartos. Logo eu é que tinha de ficar calvo ou careca? Isso se faz?!”

www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 21.06.2018
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OFICINA LITERÁRIA ESTE ANO?

 Em princípio não há. Face a muito pedido de jovens para fazerem parte, informa-se que a 3ª OL fechou em Dezembro/2018, só estando em curso acções resultantes do trabalho feito. Sua Exª Eu já não se julga à altura de assumir "tutoria", a menos que haja equipa de trabalho e patrocínio pelo tempo e energia intelectual
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

(arquivo) Diário | VAMOS SÓ ESQUECER, YA?...

“Amor, este lugar que escolheste para o jantar do dia dos namorados não é muito caro? Não te quero causar prejuízos, mor. Sofreste aumento no salário, será?”
“Oh, minha rainha, não liga isso; você merece muito. Mais e melhor. Hoje é dia especial. Até o próprio wi, São Valentim, estaria de acordo comigo…”
“Obrigada, você é mesmo um romântico, ya?…”
“Obrigado a você também, miúda, você me completa a metade da cara…”
“Mas, ó mor, afinal quem foi esse São Valentim?”
“Ei, dama, não vale a pena nos metermos em política, vamos só aproveitar a parte boa. Não vamos estragar o nosso jantar, ya? Depois logo ainda corremos só o risco de estragar o puro ambiente de fazer o nosso amor de direito, né?…”
“Como assim, política?!”
“A paz já chegou, vamos esquecer a guerra. Por isso é que há se dar flores e amar com força, cada panela com a sua tampa, bem ou mal…”
“Ainda não apanhei a tua ideia, meu bem. Só perguntei, por cultura geral. Quem foi afinal esse São Valentim que nos ofereceu o dia 14?…”
“Não sei, querida. Bem, já que insistes, né?… Pelo nome, acho que foi da Unita. E se foi um gajo como aquele parente dele, o Jorge, vamos só esquecer, ya?...”

www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Catumbela, 14.02.2018
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Polémica | Académicos portugueses consideram "desonesto" acusar Fernando Pessoa de "racista e esclavagista"

Respeitando o princípio do contraditório, partilhamos esta reportagem que rebate as "acusações de esclavagista e racista" feitas à figura de Fernando Pessoa, na senda da contestação pela indicação do nome dele, feita de forma unilateral por Portugal, para "patrono" de um projecto juvenil da CPLP. Tudo começou esta semana por um artigo de opinião publicado no Jornal de Angola com a assinatura da académica angolana Luzia Moniz, mais tarde subscrita por académicos cabo-verdianos.

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O investigador José Barreto trabalha há 15 anos no espólio de Fernando Pessoa, escreveu livros e artigos sobre o poeta e é profundo conhecedor da obra. Garante que nunca viu os documentos em que se baseiam as acusações de racismo e esclavagismo ao poeta. (Ler reportagem completa)

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(arquivo) Diário | Tem mbembita?


(I)
"Afinal quando é que vamos apagar a luz como antigamente?"
"Quando estive aí para você, não me querias. Agora, ah porque 'quando é que vamos, quando é que vamos?'..."
"Nunca ouviste que os que um dia se conheceram nunca mais vão se desconhecer?..."
"É assim: eu agora tenho homem, não sou mais a de ontem. Ouviste?!"
"Você quando começa a ficar rabugenta, é porque assim já estás aceitar. Você não conhece saudades?..."
"Pronto. Cala a boca já, estás a me despir com as palavras. Mas é assim: temos que fazer as coisas com jeito. Eu como o meu pequeno negócio é ambiência, você quando é para coiso, tem que ter um código. O meu homem é pescador, não é todos os dias que dorme em casa."
"Aié, né? Ainda fala o código! Até já estou cheio de vontade..."
"De dia, não! Lá p'ras tantas, você bate à porta e pergunta assim: 'Não tem mbembita?' Se eu te responder 'tem', assim estou livre. Se eu te responder 'não tem', assim não vai dar, o meu homem está em casa, ouviste?"

(II)


"Troc, troc, troc"
"É quem é?"
"Tem mbembita?"
"Não, não tem."
"Tem mbembita?"
"Não, já acabou."
"Tem mbembita?"
"Ó senhor, já falei! Hoje não há nada p'ra beber."
"Tem mbembi..."


"CHEGA! MAS QUE PORCARIA É ESSA, Ó MULHER, HÃ?! SÃO 23 HORAS, JÁ FALASTE QUE NEGÓCIO ACABOU, E ELE CONTINUA A BATER À PORTA?! ISSO NÃO É NADA BEBIDA, PÁ, VOCÊS TÊEM OUTRA CONVERSA!..."
"Assim estás a falar lixo porquê?! Uma gaja não está contigo nua na cama? É por isso que eu quando me conquistaste já tinha receios. Meu coração já me avisava que no teu ciúme ninguém passa...'
"VAMOS EMBORA DORMIR, O GAJO TAMBÉM JÁ FOI. ESSE NEGÓCIO DE VENDER BEBIDA A COPO EM CASA SÓ DÁ CONFUSÃO..."
"Eu não trabalho, como é que assim vou sustentar os três órfãos que me encontraste com eles?..."

(III)


"Mas ó seu meu estúpido! Já não te falei que ao responder 'não há mbembita', assim o meu homem está em casa?!"
"Ontem estava já com uns copos, e você sabe que eu com copos é fogo!..."
"Estou a te avisar, ouviste?! Se o meu homem me deixar, você vai me arranjar outro, ó burro?!"
Gociante Patissa (adaptação)
Lubango, 16 Julho 2016
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Crónica | Um homem entre a igreja e o bar (*)


Um homem foi à igreja. Ele esqueceu-se de silenciar o telefone que acabou tocando, acidentalmente, durante a oração. O líder o repreendeu veementemente por isso. Os membros falaram sobre o quanto interromper a reverência foi inapropriado. A esposa continuou a repreendê-lo durante o retorno para casa, por conta do seu descuido no culto. Quem olhasse para ele perceberia a vergonha, o embaraço e a humilhação que ele sentia. Depois disso, infelizmente, não voltou à igreja. E, naquele mesmo dia, ele decidiu ir a um bar. Ainda estava bem chateado. Por conta disso acabou derrubando o copo de bebida sobre a mesa em que estava. O garçom limpou a mesa e ofereceu guardanapos para que ele se limpasse. Outro funcionário veio e limpou o chão. A gerente lhe ofereceu outro drink e deu-lhe um abraço amigável, dizendo: "Não esquenta não... quem nunca cometeu erros?" Desde então ele é cliente assíduo do estabelecimento. Algumas vezes nossa atitude como membros afasta as pessoas, e isso independe da nossa crença. Você pode fazer toda a diferença na vida de alguém, especialmente quando esse alguém comete erros. Tenha um bom dia! Ame o seu próximo ou a sua próxima!

(de autor não identificado, texto apócrifo nas redes sociais)
Imagem: Guiame
(*) Título do Blog Angodebates https://angodebates.blogspot.com/
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domingo, 10 de fevereiro de 2019

Luzia Moniz contesta figura de Pessoa | CPLP escolhe escravocrata racista para projecto juvenil


Aos 28 anos escreveu: “A escravatura é lógica e legítima; um zulu (negro da África do Sul) ou um landim (moçambicano) não representa coisa alguma de útil neste mundo. Civilizá-lo, quer religiosamente, quer de outra forma qualquer, é querer-lhe dar aquilo que ele não pode ter.


O legítimo é obrigá-lo, visto que não é gente, a servir aos fins da civilização. Escravizá-lo é que é lógico. O degenerado conceito igualitário, com que o cristianismo envenenou os nossos conceitos sociais, prejudicou, porém, esta lógica atitude”.


Em 1917, aos 29 anos continua: “A escravatura é a lei da vida, e não há outra lei, porque esta tem que cumprir-se, sem revolta possível. Uns nascem escravos, e a outros a escravidão é dada.” 


Aos 40 anos consolida a sua ideologia racista, escrevendo: “Ninguém ainda provou que a abolição da escravatura fosse um bem social”. E ainda: “Quem nos diz que a escravatura não seja uma lei natural da vida das sociedades sãs”?


Fernando Pessoa, dono desse ignóbil pensamento, é a figura escolhida pela CPLP para patrono de um projecto de intercâmbio universitário no Espaço de Língua Portuguesa. Essa iniciativa, cópia do programa europeu Erasmus, visa a educação, formação e mobilidade de jovens do espaço de língua portuguesa, oferecendo-lhes oportunidades de estudo, aquisição de experiência e voluntariado por um período curto num dos países da CPLP à sua escolha. Que Portugal, país onde a mentalidade esclavagista fascista ainda é dominante, tenha escolhido promover, branquear essa figura sinistra não me espanta. Agora, o que verdadeiramente me deixa perplexa é a aceitação pelos países africanos, as vítimas da escravatura.


Se foi para a isso que Portugal fez a guerra para assumir o secretariado executivo da CPLP, tudo indica que a coisa começa mal.


Denunciei isso mesmo, esta quarta-feira, na Assembleia da República de Portugal, durante a cerimónia de abertura do ano da CPLP para a Juventude, onde estavam deputados portugueses, governantes dos Estados da CPLP, jovens, activistas, intelectuais e académicos afro-descendentes, brasileiros, portugueses e africanos.


Não sei se Pessoa é ou não bom poeta. Isso pouco interessa para o caso. A minha inquietação é o uso da CPLP para branquear o pensamento de um acérrimo defensor do mais hediondo crime contra a Humanidade: a escravatura.


Atribuir o seu nome a um projecto que envolve jovens, descendentes dos escravizados, configura um insulto fascista.


Na AR alguém, para tentar justificar o injustificável, alegou que as convicções esclavagistas fascistas de Pessoa reflectem o pensamento da sua época, ignorando que, por exemplo, Eça de Queirós, contemporâneo de Pessoa, era contra a Escravatura e que, quando Pessoa escreve tais alarvidades, já a escravatura tinha sido abolida oficialmente. Outros diziam que precisamos de olhar para o futuro, esquecendo o passado. Como se Pessoa fosse futuro. Pessoa representa o que é preciso combater hoje para defender o futuro. Como construir um futuro salutar sem olhar para os erros do passado?


E se nos cingirmos apenas ao “pensamento da época”, qualquer dia temos o nome de outro colonialista-fascista António de Oliveira Salazar atribuído ao Conselho de Finanças da CPLP, com o argumento de que “tinha as contas em ordem” e de que foi “fascista à época”.

Se se pretende criar uma comunidade envolvendo as populações e não se limitando aos políticos, mais ou menos distraídos, é imperativo que o nome de Fernando Pessoa não figure em projectos comuns. Em sua substituição, sugeri Mário Pinto de Andrade, académico, um dos mais brilhantes intelectuais do espaço de língua portuguesa. Angolano que iniciou o seu percurso académico em Angola, passando por Portugal antes de ser ministro da Informação e Cultura na Guiné Bissau, que teve passaporte cabo-verdiano e deu aulas em Moçambique.

 
Espera-se dos países africanos membros que revertam essa situação, opondo-se ao nome de Fernando Pessoa, mesmo que com esse digno gesto se crie um novo irritante. Os irmãos de Cabo verde, que neste momento presidem a CPLP, têm uma responsabilidade acrescida nesta questão. Se Portugal olha para a CPLP como um instrumento de dominação dos outros, cabe-nos a nós, africanos, impedir que isso aconteça.

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Para colegas da Oficina Literária | AINDA SOBRE O QUE É OU NÃO OBRA LITERÁRIA: EXEMPLOS DE LIVROS POR TÍTULO, INDEPENDENDO DO FORMATO (DIGITAL, PAPEL, ÁUDIO)

Em função das conversas com colegas da Oficina Literária sobre assuntos ligados à escrita, sobretudo pela ambiguidade com que se usa a expressão "obra literária", lanço para debate, se tiver de ser, a compreensão mais ou menos consensual da destrinça possível mediante a natureza do que aparece no mercado. Deixamos o leitor para localizar no google as mais brilhantes teses sobre o tema, optando pela simplificação neste mural por não termos um grupo de discussão fechado:
1- "Actividades desenvolvidas por grupos recreativos locais"; "Estado actual das infraestruturas desportivas"; "Mapeamento das ONG's de Benguela, o caso das sobreviventes"; "Contributo das igrejas na alfabetização" (trata-se de um RELATÓRIO, pode ser elaborado por um técnico ou dirigente de grupo/instituição. Inclina-se para o campo documental. Obra documental. Linguagem não literária)

2- "Factores que levam a comunidade estudantil a não saber distinguir uma obra literária de um manual"; "Vantagens e desvantagens dos cursos universitários oferecidos no mercado de Benguela"; "Causas e consequências da exposição da vida privada das pessoas nas redes sociais"; "Por que será a matemática um bicho de muitas cabeças?" (trata-se de um ENSAIO/ESTUDO, que tem por base o método da investigação. Pode ser elaborado por um estudioso/académico/expert, na condição de cientista social, que o assinará na condição da sua formação ou título profissional. Inclina-se para o campo das ciências. Obra académica. Linguagem não literária)

3- "Como ensinar a matemática a alunos com necessidades especiais"; "Técnicas do uso de microfone sem soar artificial"; (Trata-se de um MANUAL, livro de carácter didáctico. Pode ser elaborado por um quadro entendido na matéria, que deverá se referenciado pelo título profissional ou académico. Um manual difere do ensaio por focar não tanto da compreensão do fenómeno, mas em partilhar método e instruir. Inclina-se para o campo das ciências na sua faceta empírica ou prática. Obra didáctica. Linguagem não literária)

4- "Se ama a mãe, ame o enteado"; "O melhor pão é o que temos"; "O segredo está no perdão" (Trata-se de um livro de auto-ajuda, a sua natureza é opinativa. Pode ser escrito por todo o cidadão que deseje partilhar visões, crenças, fé, visando o bem da sociedade, por meio do convencimento, sem precisar do rigor de comprovar nada. Inclina-se para o campo das reflexões avulsas, da sabedoria popular. Obra motivacional ou de auto-ajuda. Linguagem não literária)

5- "Raízes Cantam"; "Discurso secreto dos pássaros"; "Sagrada Esperança"; (Trata-se de uma OBRA LITERÁRIA. Geralmente o título põe o leitor a se perguntar sobre que mensagem se quer passar. Há também, é verdade, casos de títulos simples como "Mayombe", "O Ministro", "A Tábua". É escrito por um escritor, alguém que usa a imaginação e a criatividade para recriar o mundo pela singularidade do seu olhar. Ficção. A sua natureza é artística, pertence ao campo das belas artes e não tem compromisso com a verdade objectiva. Subjectividade. Obra literária. Linguagem literária).

6- "Vamos orar?"; "A prática diária do cristão"; "O muçulmano e a política" (Trata-se de um livro/obra DOUTRINÁRIO/A. Pode ser escrito por todo o cidadão que se sinta alimentado na fé para conquistar almas para o Deus em que acredita. Não é obra literária nem manual nem relatório. Linguagem não literária).

Vamos ao debate. Ainda era só isso. Obrigado

Gociante Patissa | Aeroporto da Catumbela, 10.02.2019
(Imagem de autor não identificado)
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Das boas notícias | Arany Santana foi reconduzida na Secretaria de Cultura do Estado da Bahia


Chega-nos de Salvador, Bahia, Brasil, a confirmação da recondução por parte do Governador da titular da Secretaria de Cultura do Estado, a nossa irmã Arany Santana, uma carismática militante pela causa dos afrodescendentes. Tive a honra de ser recebida por ela em audiência em Agosto de 2018 por ocasião da minha presença na 2.ª FLIPELÔ (Festa Literária do Pelourinho), organizada pela Casa Museu de Jorge Amado, a convite/patrocínio da Fundação Pedro Calmon, dirigida pelo não menos carismático homem de cultura Zulu Araújo, com um toque de diplomacia cultural que toca o Centro Cultural Casa de Angola na Bahia, organismo angolano encabeçado pelo artista plástico e curador Benjamim Sabby, saudação que estendo ao diplomata, docente e escritor Adriano Mixinge.

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«No encontro de boas-vindas, o escritor Gociante Patisa ofereceu à Secretária de Cultura do Estado da Bahia um exemplar do seu primeiro livro de contos, “A Última Ouvinte”, editado pela União dos Escritores Angolanos em 2010, um exemplar da antologia “Angola 40 Anos – 40 Autores – 40 Contos”, publicada pela Mayamba no ano de 2015 para comemorar o 40.º aniversário da Independência nacional, bem como um exemplar do Jornal de Angola, diário oficial, edição de 7 de Agosto, que estampa na última página a notícia do evento que o fez deslocar à Bahia. Em retribuição, Arany Santana, proeminente activista da resistência do movimento negro, ofereceu um considerável acervo bibliográfico sobre estudos da memória oral e etnográfica de alguns segmentos excluídos.»

(foto captada com o contributo prestimoso de Nana Carvalho)
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A Voz do Olho Podcast

[áudio]: Académicos Gociante Patissa e Lubuatu discutem Literatura Oral na Rádio Cultura Angola 2022

TV-ANGODEBATES (novidades 2022)

Puxa Palavra com João Carrascoza e Gociante Patissa (escritores) Brasil e Angola

MAAN - Textualidades com o escritor angolano Gociante Patissa

Gociante Patissa improvisando "Tchiungue", de Joaquim Viola, clássico da língua umbundu

Escritor angolano GOCIANTE PATISSA entrevistado em língua UMBUNDU na TV estatal 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre AUTARQUIAS em língua Umbundu, TPA 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre O VALOR DO PROVÉRBIO em língua Umbundu, TPA 2019

Lançamento Luanda O HOMEM QUE PLANTAVA AVES, livro contos Gociante Patissa, Embaixada Portugal2019

Voz da América: Angola do oportunismo’’ e riqueza do campo retratadas em livro de contos

Lançamento em Benguela livro O HOMEM QUE PLANTAVA AVES de Gociante Patissa TPA 2018

Vídeo | escritor Gociante Patissa na 2ª FLIPELÓ 2018, Brasil. Entrevista pelo poeta Salgado Maranhão

Vídeo | Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa, 2015

Vídeo | Gociante Patissa fala Umbundu no final da entrevista à TV Zimbo programa Fair Play 2014

Vídeo | Entrevista no programa Hora Quente, TPA2, com o escritor Gociante Patissa

Vídeo | Lançamento do livro A ÚLTIMA OUVINTE,2010

Vídeo | Gociante Patissa entrevistado pela TPA sobre Consulado do Vazio, 2009

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