O Ministério da
Cultura está a desenvolver um trabalho árduo para tornar os livros mais baratos
e fomentar o hábito de leitura, anunciou, ontem, em Luanda, o secretário de
Estado para as Indústrias Culturais, João Constantino.
Mário Cohen | Jornal de Angola, 24 de Abril, 2019
Falando
por ocasião do Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, que ontem se
assinalou, João Constantino avançou que este é um trabalho que está a ser
feito, embora mereça cada vez mais atenção.
Segundo
o secretário de Estado para as Indústrias Culturais, com o recente despacho do Presidente
da República sobre a Política do Livro, é pretensão daquele departamento
ministerial encontrar medidas e mecanismos para tornar um facto a redução dos
preços dos livros.
“O
livro hoje tem muitos concorrentes, assim sendo, existe a necessidade de
criação de programas específicos de incentivo à leitura para fomentar o gosto
pela literatura desde tenra idade”, disse o governante.
Para
que assim ocorra, disse, são necessários mais escritores e mais recursos para
tornar os livros mais baratos.
Oferta de livros
Inserido
no programa da efeméride, o Ministério da Cultura, através do Instituto
Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC), ofereceu, ontem, em
Luanda, às escolas nº 1211, conhecida por Escola da Liga Africana, e Anangola,
um lote de 112 livros de 16 títulos de autores nacionais.
Os
livros foram doados pelo secretário de Estado para as Indústrias Culturais,
João Constantino, com a finalidade de apetrechar as bibliotecas dos dois
estabelecimentos do ensino. O governante prometeu aos estudantes visitar em
breve as bibliotecas com vista a se inteirar do proveito que estão a tirar do
material de leitura doado.
Dos
livros oferecidos constam, entre outros, “Os Animais de Duas Gibas”, de Maria
Eugénia Neto, “Vamos Fazer Teatro”, de Dario de Melo, “A Celeste e a Dona
Acácia”, de Rosalinda de Lima, “Pássaro na Galhofa”, de Lito Silva, e “O Pano”,
de Rosalina de Carvalho. Foram, igualmente, doadas obras de Fragata de Morais,
João Rosa Santos, Octávio Correia, Zulmira Bumba, Amélia da Lomba, António Quino
e Akiz Neto.
Incentivo aos professores
Amélia
da Lomba exortou, ontem, em Luanda, aos professores do ensino público para
abordarem mais a vida e obras de autores angolanos aos alunos, principalmente
dos que se dedicam à escrita para crianças.
A
escritora, que fez essa exortação, na Liga Africana, à margem da palestra sobre
o Dia Mundial do Livro e do Direitos de Autor, acrescentou que o livro é uma
grande ferramenta do saber para qualquer indivíduo e que sem ele “teríamos
muitos problemas.”
Falando
para uma plateia de 150 estudantes das escolas nº 1211 e Anangola, Amélia da
Lomba aconselhou as crianças a lerem livros infantis com ilustração para
cultivarem hábitos de leitura.
Para
a escritora, os professores devem ter iniciativa de ajudar as crianças a
cultivarem hábitos de leitura, falando de algumas obras de autores nacionais
durante as aulas.
A
autora, que defende que a Bíblia Sagrada é um livro muito importante para a
vida das pessoas, aconselhou os alunos a lerem de Maria Eugénia Neto, uma das grandes
escritoras da literatura infantil em Angola e viúva de Agostinho Neto.
Na
ocasião, Amélia da Lomba ofereceu às bibliotecas das duas escolas um lote de 40
livros da sua colecção.
O
Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor é comemorado todos os anos no dia 23
de Abril, e organizado pela UNESCO para promover o prazer da leitura, a
publicação de livros e a protecção dos direitos autorais. O dia foi criado na
XXVIII Conferência Geral da UNESCO que ocorreu entre 25 de Outubro e 16 de
Novembro de 1995.
O 23 de Abril foi escolhido porque nesta data do ano de 1616 morreram Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Garcilaso de la Vega. Para além disto, nesta data, em outros anos, também nasceram ou morreram outros escritores importantes como Maurice Druon, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo.
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