Era uma vez um parque de estacionamento que cobrava 200 kwanzas/hora, o preço de uma cerveja, aqui recorrendo ao câmbio literalmente líquido, o da garganta. A maioria sujeitava-se à facturação. Já outros, estes mais para frentex, preferiam fazer tempo em marcha de funeral aos círculos e queimar uma gasolina que sai a 160 kwanzas o litro. Os mais criativos até chegavam a parar, excediam os 3 minutos permitidos na zona de paragem rápida, com uma placa a fazer questão de desenhar a mensagem, e assim se habilitavam a uma multa a rondar os 4 mil kwanzas, estamos a falar já no preço de uma grade de cervejas, que nisso os agentes reguladores de trânsito tinham o grampo sempre em prontidão. Ah, faxavori, senhora agente, perdoa só hoje, mãe, nunca torno mais. Só tem mesmo 2 mil de combustível, na multa não vou passar. Pensa só nas crianças do outro, você também deve ser mãe. Vida está difícil. Oh meu Deus, olha só o meu azar, vão-me estragar o fim-de-semana logo às 6h da manhã... Mas no final do dia, o mais importante mesmo, não haja dúvidas, é capaz de morar na aliviadora e irreverente sensação de não pagar o parque, custe isso o que custar. Bom dia a todos e todas de um espectador sem pipocas nem óculos 3D no Aeroporto Internacional -- oxalá antes da segunda vinda de Cristo -- da Catumbela
Gociante Patissa, 20 Abril 2019 | www.angodebates.blogspot.com
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