sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Lubango terá nova rádio comercial em 2008 (enquanto o Projecto da Rádio Ecclésia "dorme")

Texto da Voz da América, 28/12/2007: http://www.multipress.info/ver.cfm?m_id=24565

A administração municipal do Lubango vai criar em 2008 uma rádio comercial em cuja gestão do empreendimento estará entregue as próprias autoridades administrativas da cidade capital da província da Huíla, anunciou no Lubango o administrador municipal.

Vigílio Tyova, que falava por ocasião dos cumprimentos de fim de ano, anunciou ainda como medidas que visam a injecção de nova dinâmica na estrutura de funcionamento do município em 2008, algumas mexidas na estrutura governativa do Lubango, fazendo recurso ao novo estatuto da cidade já publicado em Diário da República.

Referindo-se à abertura no próximo ano daquela que se irá designar Rádio Lubango, o administrador municipal, disse encontrar-se já nacidade todo o equipamento de suporte da emissora estando em curso a criação das respectivas instalações. «Também ainda no próximo ano teremos portanto a inauguração de uma rádio cidade designada Rádio Lubango para a qual estamos a preparar as instalações pois os equipamentos já estão disponibilizados pelo Ministério da Comunicação Social».

Segundo o homem forte da capital da província da Huíla, a falta de recursos financeiros forçou a não execução de vários projectos que visavam o desenvolvimento da cidade, que diga-se pouco ou quase nada registou no ano que se presta em terminar.

São muitos os projectos de obras que se transferem para 2008, que vão desde à melhoria no abastecimento de água e energia aos munícipes até a urbanização e loteamento para a construção de residências unifamiliares e unidades fabris. «A carência de recursos financeiros condicionou e adiou mais uma vez a execução de importantes acções e projectos prioritários para a administração municipal do Lubango designadamente, a recuperação dos passeios da cidade a recelagem das ruas e avenidas da cidade, a reabilitação dos principais jardins da cidade, a melhoria do abastecimento de água às populações, o fornecimento de energia eléctrica, a urbanização e loteamento de zonas para a concessão de terrenos para a construção de residências unifamiliares e unidadesfabris e outras de grandes superfícies, a construção de novo cemitério e a construção de uma nova morgue principal».

A cidade do Lubango considerada como a mais importante no eixo das quatro cidades que compõem a região sul, nomeadamente Namibe, Ondjiva,na província do Cunene, e Menongue, no Kuando Kubango, precisa de da routro salto qualitativo em matéria de desenvolvimento se quiser mantero estatuto que ostenta na região.

As autoridades municipais acreditam que com o novo estatuto domunicípio e a aprovação pelo governo central da lei que confere aosmunicípios o estatuto de unidades orçamentais a partir de 2008 possamessas medidas conferir outra dinâmica no desenvolvimento da antiga Sáda Bandeira. (TA)

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Elogio da poesia, do escritor João Melo (*) In Jornal de Angola, 12/11/07

Este fim-de-semana, voltei à leitura da poesia, algo que não fazia há meses. Depois de reler os primeiros autores – entre tantos que me são queridos –, uma pergunta me saltou, de repente: - Porquê?

Essa pergunta não tem resposta. Com efeito, a poesia está vinculada à aventura humana desde os primórdios.

Quando os homens se viram subitamente sozinhos, no meio da imensidão do planeta, inventaram a primeira forma de poesia: o grito. Depois, inventaram o canto. Finalmente, transformaram o silêncio, emprestando-lhe todos os sentidos possíveis.

Grito, canto e silêncio correspondem a funções essenciais da poesia, da súplica ou da revolta ao protesto tenso e contido, passando pela exaltação e louvação. Os teóricos encerram essas funções em categorias: engajamento, lirismo, épica, experimentalismo, hermetismo.

Em qualquer uma das suas formas-funções, a poesia é para ser partilhada. Por isso, a poesia e a música sempre estiveram juntas. Daí, também, as reuniões onde se dizia e escutava poesia. Hoje, à falta delas, posso assegurar aos leitores que ler poesia em voz alta pode ajudar a “captar” melhor todo o seu mistério.

É por essa razão – o imperativo de comunhão que está por detrás da poesia – que decidi partilhar o presente elogio de poesia com os leitores desta coluna.

Recordo, por exemplo, o meu encontro com a poesia angolana. Foi em casa do grande músico, atleta e hoje empresário da educação, Ruy Mingas, em Lisboa. O ano: 1970. Eu tinha apenas 15 anos. Quando li a Antologia de Poesia Negra de Expressão Portuguesa, organizada por Mário de Andrade, foi uma revelação. Um “Alumbramento”, diria o brasileiro Manuel Bandeira.

A poesia de Viriato, Neto, Jacinto, Ayres, entre tantos outros, era um grito a que ninguém podia ficar insensível. Por isso era perseguida. Por isso tinha de circular clandestinamente, de boca em boca, de ouvido em ouvido.

A poesia angolana também soube ocupar espaços disponíveis. Na primeira metade dos anos 70, os poemas de Arnaldo Santos, Jofre Rocha, Henrique Guerra, António Cardoso, João Abel e outros ensinaram-nos, entre as suas linhas cifradas, que atrás das grades havia pássaros que cantavam.

Soubemos mais tarde que a guerrilha também tinha produzido poetas. O maior deles: Costa Andrade (Ndunduma), o grande poeta épico da luta de libertação nacional. Merece, há muito, uma antologia final, com capa dura e papel de luxo.

Enquanto isso, quase em silêncio, três poetas produziam um trabalho pessoalíssimo, que, por isso mesmo, precisou de tempo para ser reconhecido: David Mestre, Ruy Duarte, João Maria Vilanova.

Nos primeiros cinco anos de independência, a poesia e o discurso oficial pareciam confluir (e identificar-se) na utopia revolucionária comum, mas a poesia cedo descobriu que entre o discurso e a prática havia um problema: “o discurso pôs-se à frente da prática/e agora anda à deriva/ como um cego”.

Henrique Abranches, em “Canto Barroco”, deu o primeiro aviso. Durante os anos 80, a poesia angolana foi profundamente renovada. Novos sujeitos, novos temas, novas formas, novas grafias ocuparam o seu espaço na cena política. Nada unia esses novos elementos, a não ser a decisão de fazer uma poesia livre de quaisquer programações, cumplicidades orgânicas ou calculismos.

A poesia cumpre, assim, a sua “missão” primordial: salvar o homem de todas as amarras.

Ninguém pode, portanto, vilipendiá-la.
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(*) Jornalista, escritor, deputado e empresário
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

«A língua portuguesa é património dos portugueses e de mais ninguém»?

O “maldito” acordo de unificação do português, entenda-se entre as variantes brasileira e portuguesa, abre uma fase de debates, trazendo cá fora, tanto críticas recheadas de razão, como também alguns dos mais infelizes argumentos. O canal televisivo português “Sic”, no seu espaço “Opinião Pública”, nesta quinta-feira, 21/12, promoveu um fórum com a presença em estúdio de uma ilustre professora de língua portuguesa, contando ainda com a participação de cidadãos de Portugal, Angola e Brasil, entre professores, tradutores e não só. Ficamos, nós os outros, a saber que neste acordo só Brasil, Portugal e Cabo-Verde foram tidos os achados, «porque o resto virá por arrasto».

Conservadora e efusiva nos seus argumentos, a pedagoga convidada considerou o acordo de unificação como sendo uma questão de “lobby” político do Brasil, que se “arroga” (termo nosso) do simples facto de ter uma população maior. Mesmo porque a língua não é estática, o que pressupõe dizer que os brasileiros, que impõe tal unificação, estão sujeitos a dinâmica evolutiva da língua e o neologismo continuará a ocorrer. Ou seja, quantos acordos de unificação mais serão necessários?

«É uma questão de facilitismo», considerou a professora que já garantiu não aderir a tal unificação, evocando ainda que a língua portuguesa tem uma origem, o latim, e uma história a respeitar. Ou seja, que o “h” mudo, o “c” (de acção) embora não se pronunciem, têm a utilidade de, não só evitar eventuais confusões com palavras semelhantes, como também ajudarem na entoação. Pelo que, os apologistas deste acordo para o qual nenhum exercício de auscultação pública foi experimentado, «estão profanar as origens» da língua (variante) portuguesa.

«Portugal tem figuras da sua história cujo valor é reconhecido pelo mundo, como é caso de Camões e as suas obras literárias. E, de repente, tudo isso não conta?», questionou. E com elevado pesar, viu-se a docente trazer cá fora os mais íntimos conceitos de património linguístico ao afirmar que «a língua portuguesa é património dos portugueses e de mais ninguém!». Será? Bom, a professora tem “bagagem” suficiente para tão arriscada asserção, embora nos pareça egoísta, considerando que, ao longo da história, Portugal e a língua portuguesa cruzaram a vida de muita gente, que se viu forçada a renunciar alguns dos aspectos mais sagrados da sua cultura, não tendo, hoje, língua própria, ou, se tem, com muito pouco poder de expressão.

As participações ao telefone sustentaram, na sua maioria, a tese da professora convidada, defendendo que «se os brasileiros quiserem falar "fato", por exemplo, em vez de "facto", que o façam, já que o acordo valoriza a pronúncia. Agora, forçar os outros, isso é que não!». E quase todos entendiam o acordo como uma vitória brasileira enquanto potência relativamente superior, perante (um) Portugal frágil, com o medo político de perder espaço. Basta ver que a variante brasileira cede apenas 0,4%, enquanto a variante padrão 1,4%. Tanta é a estranheza do acordo que o Brasil já disse que vai avançar com a implementação das propostas, quer Portugal concorde quer não, realçaram ainda os contestatários. «É um tipo de acordo que uma Inglaterra, por exemplo, jamais aceitaria, com todo interesse e respeito que tenha pelos Estados Unidos da América».

Do lado contra, um cidadão brasileiro considerou que o acordo vem acabar com as dificuldades de compreensão enfrentadas por pessoas que falam a mesma língua, incentivando aproximação. A opinião mais radical foi manifestada por um cidadão português que classificou a professora como fazendo parte de uma elite que julga a história é algo estático e que fica escrita em mármore, repugnando termos excessivos como “profanação”. A reacção da professora não se fez esperar. Considerou os argumentos como sendo de baixeza e usados, e deixou bem claro que se recusará a adoptar a unificação «para não ensinar erros aos alunos».

Gociante Patissa

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domingo, 16 de dezembro de 2007

A difícil arte de criticar

Tínhamos acabado de descer do autocarro da companhia de aviação, meia hora após o desembarque de regresso a casa, ávidos de gozar do merecido descanso, ontem, 15/12. A agitação característica das capitais é sempre um agente de fadiga para “provincianos” como nós. Mas, infelizmente, algo não corria bem na feira de ONG’s em prol da “Educação para todos até 2015”, com base na cimeira de Dakar, na qual vários estados do mundo (Angola inclusive), assumiram o compromisso de garantir o acesso à educação e melhorar a qualidade da sua oferta até 2015.

Na praça 1º de Maio então, na cidade de Benguela, encostamos a nossa "tralha" na sombra da tenda e pusemos a mão na massa. O sol, esquecido de que estávamos num sábado apenas e que domingo era dia seguinte, não abrandava. O resultado não podia ser mais frio: quase ninguém, refiro-me ao público, o enfrentava para dar uma espreitadela no que estava exposto. Entre as estratégias, “devoramos” o microfone com uma espécie de animação de rádio em directo, com entrevistas aos presentes e anúncios de curiosidades. As nossas vozes, que de certo modo são conhecidas em função do programa de debate que produzimos há um ano, representavam um dos atractivos.

Já no cair da tarde, fomos abordados por um “jornalista” da Delegação Regional da Televisão Pública da Angola (TPA), sem saudar nem nada, molestando-nos, ao meu produtor e a mim, face ao erro notado num dos dísticos: “Rede das ONG’s da Sociedade Civil?”, questionava com razão aquele cidadão. “Há por acaso ONG do Governo?”. A resposta imediata foi que não (embora a realidade em Angola demonstre que sim). Tratava-se mesmo de um erro involuntário. E acrescentamos que era um “pleonasmo feio”. E o "perfeito" megalómano apresentador de TV aproveitou as palavras para reforçar a sua correcção: “Um pleonasmo muito feio, até...!”, disse. Na verdade, tratava-se de um erro do qual nos apercebemos ao chegar ao local. Só que, ao megalómano jornalistazinho faltou o faro da busca da certeza e perguntar, no mínimo, quem havia produzido o referido dístico – porque o meu produtor e eu não podia ter sido. Basta para isso lembrar que andávamos em Luanda e, obviamente, que não temos o dom de estar em dois lugares ao mesmo tempo, não fisicamente, digo.

Acto contínuo, o companheiro do “Jornalista” vem também ter connosco, desta vez por causa de um antetítulo no Boletim “A Voz do Olho”, edição de Outubro. "Terá faltado respeito em Joanesburgo? Lucky Dube assassinado por batuqueiros”. A implicância residia na interpretação daquele intelectual, segundo o qual se deveria escrever “Terá faltado com o respeito”?”, como se a razão da morte de L. Dube tivesse sido o insulto a alguém. Tentamos, enquanto autores e responsáveis pelo Boletim, informar ao jovem que se tratava de uma pergunta no futuro do condicional, usado geralmente quando não há certezas: ou seja, ao invés de dizer “Joanesburgo, cidade sem respeito?”, optou-se por estruturar o antetítulo daquela forma, aproveitando a convicção do artista, de que com o respeito o mundo pode sim ser um bom lugar para se viver. Aliás, “Respect” era precisamente o título do último álbum daquele terapeuta do reggae moderno (já agora, meu músico preferido). Tentamos ainda, em vão, aconselhar o nosso crítico a ler a matéria toda e entender o seu contexto, o que em nada lhe fez recuar na apreciação de que se tratava de um antetítulo mal concebido. “O único problema é que permite dupla interpretação”, desdramatizamos.

E quando acreditávamos que esse choque tivesse já terminado, eis que o nosso jornalistazito dá prova de que não é só baixo de estatura, mas também possuidor de muito baixo grau de civismo e humildade. Resolveu então, no alto da sua estupidez, pegar num exemplar do boletim segurá-lo no mais expressivo gesto de desprezo e afirmar “isso aqui não tem nada de importante!”, até ser contrariado por uma cidadã que, até, não tem nenhuma ligação com a AJS. "É que já o li e está extemporâneo", rectificou. Como o leitor deve imaginar, não respondemos: por um lado por acharmos legítimo o direito dele a emitir opinião, mas também por considerarmos um desperdício de forças estar a discutir com alguém que, sem estar embriagado sem nada, revelou tão baixo carácter. Aliás, já dizia o outro, “os tambores vazios são os mais barulhentos”. Ademais, este tipo de atitude é alimentado por um grupo de infelizes, enciumados e perdidos no tempo e no espaço, para quem alguém do Lobito não se deve destacar na praça intelectual de Benguela, enquanto cidade.

Esqueceu-se o megalómano apresentador de TV (que conta na sua trajectória, entre os principais fracassos, o afundar da representação provincial de uma associação juvenil), e que tem o mesmo grau de formação que nós, o da escola da prática e as superações promovidas por uma ONG, já que não é prioritária por cá em termo de políticas de estado a formação de jornalistas profissionais. Esqueceu-se também que era em vão competir com um simples Boletim informativo de voluntários, quando o oponente é uma televisão estatal, de si sem concorrentes. Não se lembrou também que desafiava jovens de manifesto espírito empreendedor e que conquistaram espaço em função da sua capacidade de pensar e poder de acção, seja como activistas de educação cívica e direitos humanos, seja como promotores de debates radiofónicos e editores de um boletim de distribuição gratuita. Só sustentou, aquele profissional oco, que “os jornalistas são uma classe potencialmente de invejosos”, como temos vindo a ser acusados. Na verdade, também nunca poupamos uma crítica lá onde esta se imponha, mas nunca o fazemos como se fossemos a enciclopédia em matéria de jornalismo.

Longe de nos transformarmos em vítimas, serve o presente relato para reflectir um pouco na natureza da crítica. Como isso de criticar é também um exercício de arte!? Bom, como defendem os sábios, “a crítica tem um papel pedagógico, o de ensinar e aprender em conjunto”.
Gociante Patissa, 15/12/07
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sábado, 15 de dezembro de 2007

Cemitério é lugar para fazer publicidade?

Ultimamente vimos observando com inusitada frequência o surgimento (ou adopção?) de manifestações que têm tanto de estranhas como de infelizes, que marcam as cerimónias fúnebres, usadas para simbolizar a dor de familiares e amigos do ente-querido "roubado" pela morte.
Se na verdade nenhuma sociedade é estática, também não é mentira que o elemento morte esreve sempre na base de muitos mitos e manifestações culturais, religiosas, políticas, militares, enfim, de todo o tipo.
A prática "que está a bater" agora é o uso de camisolas (T-shirts) brancas com a foto do (da) falecido (a) e os mais nobres desejos. Para lá vai ficando aquela prática do uso do trajo negro. Bom, até aí, nada de estranhar! A questão prende-se com o tipo de mensagem que se vai passar e reflectir sobre os custos que tal impressão acarreta, considerando que no mercado local a média é USD 10 por camisola.
Muito recentemente, encontravamo-nos envolvidos num cortejo cujo destino era o velho cemitério da Catumbela, situado na comuna com o mesmo nome. E, ao portão, o arco de pessoas mais chegadas, entre parentes, irmãos de igreja, amigos e colega, vestia-se predominantemente de branco. Curiosos aproximamo-nos até notar o seguinte: na parte frontal vinha a foto dele e o nome. Na parte posterior vinha em letra preta o texto "Descanse em paz" e em tamanhao ligeiramente superior e em letra azul o nome da empresa para qual trabalhou "Grupo tal...".
A rápida leitura leva a perceber que a empresa terá sido a patrocinadora da impressão das camisolas do óbito (não sabemos quantas). Tratando-se de uma empresa com capitais estrangeiros (asiaticos) e de dimensão tão grande no mercado nacional, não se pode considerar um gesto inocente. Há publicidade explícita, sim, na medida em que os demais colegas do falecido, também presentes ao funeral, usavam igualmente camisolas brancas com a publicitação do spray anti-mosquito.
Bom, adimitindo a hipótese de erro nosso de inperpretação, pode a empresa imprimir camisolas para o funeral de um falecido e estampar nelas o nome? Já não basta o facto de o nome da empresa aparcer no elogio fúnebre?
Continuamos a considerar (embora dando o benefício da dúvida) que, neste caso particular, a ingenuidade da família ou de quem quer se encarregou da produção das camisolas foi aproveitado pelo "institnto" de um gigante comercial do mercado nacional para "vender" a sua marca.
GP
(escrito a "correr" numa curta passagem por Luanda)
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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Debate: “O Impacto das TIC no Comportamento juvenil” . Vídeos pornográficos nos telemóveis: uma questão de falta de educação e comportamento infantil

Ela e ele encontram-se em casa ou no carro. Vai um beijo, abraços, o clímax aquece e fazem amor como sempre fizeram, como é direito dos namorados. Só que, desta vez, ele tem em mãos um telemóvel novo, caro e cheio de funções. E, pondo em prática a máxima de que “amar e ter juízo não é possível”, ele decide filmar o acto sexual. Ela, um tanto perdida no calor do momento, ou se calhar nem por isso, sorri de surpresa, nega um bocado, mas “como ele é o dono”, deixa filmar. Depois do acto o casal ri-se do que foi capaz de fazer, quando ambos viajavam de excitação. Ela parte para a casa e “está tudo bem”. Mas só após o namoro terminar é que percebe o quão parva chegou a ser ao deixar-se filmar tal como veio ao mundo e logo na hora de obedecer a libido. Mas já é tarde: a imagem já circula na Internet e no telefone de quem quiser. Desengane-se, caro(a) leitor (a), que não se trata de um caso de ficção, mas de uma realidade que se repete.

O progresso das tecnologias de informação e comunicação, dentre as quais a informática e a Internet são os mais gigantes tentáculos, lançou o mundo para uma revolução irreversível. Como é dialéctica da vida, infelizmente, paralelamente às incomensuráveis vantagens, a globalização faz com que as fronteiras entre as nações se desvaneçam, ainda que virtualmente, permitindo que um acontecimento na mais remota comunidade seja acompanhado em tempo real em qualquer parte do mundo. E as sociedades menos desenvolvidas vêm-se então em maior desvantagem ainda para a sobrevivência de alguns dos seus aspectos culturais mais sagrados, perante as influências políticas, culturais, etc., das sociedades mais desenvolvidas.

A sociedade angolana, e a benguelense em particular, vê-se apanhada desprevenida por este fenómeno atípico da sua forma de ser e de estar. É urgente a necessidade de promover reflexões permanentes sobre o impacto e as implicações do (mau) uso das tecnologias de informação e comunicação, TIC, no comportamento das pessoas. Foi com esta preocupação que a produção do programa “Viver para Vencer” agendou para debate, a 20/11.

Pouco depois do anúncio do tema, da cidade do Lobito ligou um cidadão, que preferiu anonimato, chamando atenção da sociedade para o uso racional dos telemóveis: «De princípio têm uma utilidade boa para a nossa evolução, mas por outro lado temos umas grandes falhas, como o caso destas imagens que estão a aparecer agora. Acho que temos que ter mais responsabilidade com os telemóveis para que não sejam uma coisa para brincar, mas sim para resolver problemas, coisas urgentes. E dou um apelo a todo o pessoal, que se organize!». O mesmo ouvinte partilhou connosco uma experiência pessoal em que o telemóvel foi a tábua de salvação: «Foi a altura em que estava a sair de uma discoteca, o camião estava parado e como eu vinha com excesso de velocidade, cambaleei e o telemóvel foi a saída para pedir socorro», revelou.

O mundo guarda ainda frescas as polémicas imagens captadas à revelia por um telemóvel, denunciando a humilhação perpetrada por aqueles que se julgavam implementar a justiça na cena do enforcamento do antigo presidente iraquiano, Sadam Hussain. Na verdade, a ênfase ao telemóvel foi só um chamariz para uma abordagem mais alargada sobre as TIC.

Entretanto, como realça a “Gazeta Online” do Brasil, «o fosso entre os países em relação ao acesso a tecnologias de informação ainda é enorme no mundo: o habitante de um país desenvolvido tem 22 vezes mais chances de ser usuário de internet do que o de um país subdesenvolvido. No entanto, o acesso as TIC tem aumentado e se tornado mais igualitário, de acordo com o "Índice de Oportunidade Digital" da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad)». Acrescenta ainda aquele órgão informativo que, até 2006, «os países com maior índice digital são Coréia do Sul (0,79), Japão (0,71), Dinamarca (0,71) e Islândia (0,69). O Brasil não é citado no relatório resumido divulgado à imprensa. E segundo o levantamento, que será divulgado anualmente até 2015, há 3,3 bilhões de usuários de celular no mundo, o equivalente a 51,76% da população mundial. Na Europa, esse percentual chega a 124,32%, ou seja, algumas pessoas têm mais de um aparelho no continente. Na África, o percentual é de 15,92% e nas Américas, 78,94%».

O Dr. Jorge Crisóstomo, presente ao debate em representação do Comando Provincial da Polícia Nacional, considerou que as TIC são, hoje em dia, um factor importantíssimo a nível do universo. «Há necessidade, no caso de Angola, investir-se muito na educação. Porque nós estamos a ter a tecnologia e vai haver uma grande parte da sociedade que vai estar excluída deste grande contexto de obtenção de informação aproveitando as tecnologias de informação».

Quanto à Internet, cada vez mais frequentada pela juventude, os participantes ao debate defenderam a necessidade de se investir na educação desde a base para uma melhor aproveitamento. «Porque vivemos num universo de informação global. Agora, é preciso saber educar os nossos adolescentes e jovens como ir buscar esta informação importação», já que, tratando-se de uma sociedade com poucos hábitos de leitura, «vão buscar pornografia, vão para jogos na Internet, mas há muita coisa mais importante. Então é preciso incutir desde a Escola, tudo que é lixo deve-se desprezar», recomendou o Dr. Jorge.

Por seu turno, o Reitor do Seminário Maior Bom Pastor, Padre José Cassanji Santos, acredita que as estruturas do Governo estão a acompanhar e a arranjar mecanismos para a introdução daquilo que considerou de Disciplina Global de Informação. «Porque é um risco, é uma mentalidade que se adquire, que, depois dentro de 50 anos, nós vamos sofrer as consequências, alertou para a seguir apontar que «o mau uso das TIC pode prejudicar não só os utentes como também as famílias. Porque as informações podem deturpar o modo de entender dos amigos», advertiu.

Já o estudante do curso de direito, José Sikuete Viagem, sublinha a ideia de que o débil diálogo dos pais em casa para com os filhos pode contribuir para o mau uso das TIC. «Essa informação que ele não consegue com os pais, vai busca-la na televisão, na rua», referiu. Quanto à exposição da privacidade de outrem através de fotografias e vídeos, Viagem julga ser reflexo generalizado da falta da cultura jurídica. «Há direitos de personalidade que são invioláveis. Então eu se não estiver informado sobre o direito de personalidade, à integridade física, ao nome e à honra, e for para um meio público, vou fazer o uso do meu telefone de tal modo que não respeite estes elementos, porque eu entendo que o telefone, por ter câmara, é para captar tudo que é imagem mesmo sem o consentimento destas pessoas», ilustrou.

Mas será que o facto de ser namorado dá o direito de filmar a rapariga e expor a sua nudez? O «Não!» foi unânime. Para o doutor Jorge, não se trata de comportamento patológico, mas sim de comportamento infantil e que «à nossa juventude falta conhecimentos básicos para se viver em sociedade condignamente e passa necessariamente pela educação». O Pe. Cassanji Santos defende que os princípios éticos sob os quais nos guiamos deviam ser claros, na medida em que pessoa deve sempre «ser vista como um fim e nunca como um meio. Todo aquele que quiser lesar, por brincadeira que seja, a integridade física ou moral de quem quer que seja, atenta contra os princípios sagrados da privacidade e do direito individual» rematou.

Gociante Patissa (publicado na edição de Novembro/07 do Boletim "A Voz do Olho", projecto informativo, educativo e cultural dos amigos da AJS-Associacao juvenil para a Solidariedade, ONG, no Lobito)

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«As mulheres são os melhores condutores que temos», diz Inspector

O Chefe do Departamento de Prevenção Rodoviária da Direcção Provincial de Viação e Trânsito, Inspector Pinto Caimbambo, denunciou que a negligência está na base da maioria dos acidentes que se assistem nas estradas. Enquanto isso, os mototaxistas, vulgo kupapatas, representam 40 por cento dos acidentes, ao contrário de automobilistas do sexo feminino, cuja taxa de acidentes é quase nula.

«A situação da sinistralidade rodoviária na nossa província, e no nosso país em geral, é bastante preocupante», considerou o Inspector Caimbambo, apontando entre os factores um certo entusiasmo da parte dos automobilistas dada a melhoria que se verifica um pouco por todo o país nas estradas. “Isto provoca com que os homens aumentem a sua auto-estima e, se calhar, considerem que os seus veículos são os melhores e tentam dar o máximo. E isto tem causado consequências bastante graves”, considerou o Inspector Caimbambo ao participar do debate sobre “Os acidentes na estrada”, que foi tema da 55ª edição do programa radiofónico “Viver para Vencer, oferecido pela AJS através da Rádio Morena, no passado dia 08/11.

Da mesma opinião partilha Simão Marques, membro da AJS. «Num outro ponto - disse - eu acho que talvez é a ignorância dos próprios condutores que passam por cima da lei».

«Penso que é um problema de mentalidade dos homens do volante. E penso que temos que mudar porque senão vamos continuar a morrer ingloriamente. Porque em quase todos acidentes registados há sempre uma transgressão. Se não é excesso de velocidade, é falar ao telefone ou ter a música demasiado alta», denunciou, para a seguir surpreender: «Eu faço uma apreciação positiva, sobretudo da parte das senhoras, hoje. O nosso balanço em termos de acidentes de viação o número de mulheres é quase zero. Se calhar eu consideraria as mulheres de mais prudentes. Porque, a mulher, quando estiver a aproximar uma viatura, mesmo com prioridade, não avança. As mulheres são as melhores condutoras que temos hoje».

Mas são os acidentes a principal causa de mortes ou a débil capacidade de resposta dos serviços de urgência? Este é um debate “incómodo” suscitado por vários intelectuais e observadores atentos, por exemplo na realidade de Portugal, que questionam se os acidentes é que são mortais ou se a capacidade de resposta dos serviços de emergência é que, às vezes, não chega tarde demais... quando chega.

A mesma questão foi colocada ao Chefe dos Serviços de Urgência do Hospital Central de Benguela, Ernesto Gomes, que avançou que «os serviços de saúde a todos os níveis estão criando condições cada vez mais para que esses casos de acidentes tenham a sua condição rapidamente suprida». E para os casos de acidentes que aconteçam longe dos bancos de urgência, «o hospital Central de Benguela está apetrechado de ambulâncias. Tem acontecido que, nalguns casos de acidentes, pessoas de boa fé comunicam ao banco de urgência e nós movimentamos uma ambulância para a busca do sinistrado e levamos para a área mais próxima», revelou, pondo à disposição do público o terminal telefónico 917 335 308, o de emergência hospitalar.

Quanto ao argumento de muitos automobilistas que se recusam prestar socorro com suas viaturas temendo serem apontadas como culpados do acidente, o Inspector Caimbambo garantiu que os dados recolhidos pela polícia servem apenas para completar as formalidades de ocorrência, sendo que em caso de inconsciência do sinistrado o automobilista serve apenas de contacto. Entretanto lamentou também haver casos de automobilistas que atropelam e se fazem passar por inocentes.

E como a figura do kupapata é já uma referência obrigatória em qualquer análise dos fenómenos do trânsito em Angola, foi solicitado do representante do Comando Provincial da Polícia Nacional um pronunciamento sobre a medida mais badalada, que é o uso do capacete. «É uma medida que está a ser acolhida mal, mas era bom que as pessoas nos compreendessem. A nossa intenção não é criarmos o desconforto às pessoas, é sim evitar as mortes na via pública”, lembrou. «Porque, se imaginássemos que uma mota, uma Delop que percorre uma velocidade instantânea de cerca de 70 km/h, ao embater contra um animal, qual seria o impacto da queda dos utentes da mota?», indagou.

Sem contudo revelar dados estatísticos locais, aquele oficial da Viação e Trânsito adiantou que, em termos percentuais, as motas contribuem com cerca de 40 por cento de acidentes registados semanalmente pela Polícia Nacional em Benguela. A causa é a «inobservância das regras de trânsito, logicamente, porque as ultrapassagens são feitas à direita e quando o automobilista tenta dar por si, já está envolvido num acidente», descreveu.

A nível dos bancos de urgência o quadro é dramático: «Podemos considerar 24 horas por dia. Não há sequer hora que se descanse nos bancos de urgência, área de pequenas cirurgias. E esta situação está a provocar muitas deformações e deficiências ao ser humano. Se nós tivéssemos que convocar todos aqueles que passam por estes acidentes, haveriam de ver que é um número grande de engessados. E é uma preocupação grande, que, de facto, casos de acidentes rodoviários passam a ser problema de saúde pública», concluiu Ernesto Gomes.

Por
Gociante Patissa (publicado na edição de Novembro/07 do Boletim "A Voz do Olho", projecto informativo, educativo e cultural dos amigos da AJS-Associacao juvenil para a Solidariedade, ONG, no Lobito) (


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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Crónica: "A Catumbela já não corresponde"

Gosto particularmente de escrever-te, porque sinto que me remetes sempre aos nossos tempos de adultos forçados pela conjuntura, anos em que a luta para ser alguém na vida (trabalhando ou esforçando-nos para tirar notas altas na escola) nos retirava o direito de sermos adolescentes normais, como qualquer um da nossa idade.

Perguntas sobre muita coisa cá da banda, mas é sempre difícil apresentar um retracto de uma localidade em que se reside há tantos anos e com a qual temos uma espécie de amor eterno. Primo, azar teu de não poderes ainda regressar!

Angola não tem outra escolha senão gerir o processo de paz que se acentuou com o calar das armas, numa altura em que se mobilizam sinergias para a reconstrução nacional, desde o discurso até ao alicerce. E por falar em alicerce, tu não vais acreditar. Não é que agora a pessoa dorme e, ao acordar, o terreno que era do todos no Bairro já pertence a um desses empresários emergentes!? A moda é colocar placas e estacas: isto pertence ao prato, aquilo pertence ao garfo, futuras instalações do abacate… enfim, uma salada russa!

Você nunca foi de fraca memória, primo, por isso ponho a mão no fogo em como não se esqueceu do nosso “Kacipaio”, aquela casa cantoneira amarela entre Lobito e Catumbela, a dos guardas Kamigue e Nguendo, do velho Napokwenhe, da cana cascada. Não é que certo boss bem intencionado concluiu que a reconstrução nacional consistia em aplicar um belo alicerce no caminho que saia do Vikundo…! É impressionante, primo, mas vinte anos depois de passares por um caminho deixado inclusive pelo colono e pela falida Açucareira, com estacas e arame farpado alguém atira p’ro esgoto o passado do nosso místico Kambandjo e de sua gente, que via no acesso à linha 11 um recurso para emergências, para já não falar de funerais.

Mas vou te falar, primo. Mando esta carta escrita em papel, porque essas coisas que me obrigas a usar para substituir uma missiva regular retiram uma certa magia. É como digo, não é mesma coisa. Hás de concordar comigo que nada substitui a ansiedade que aumentava quanto mais perto a pessoa chegasse dos CTT a fim de ver se caiu algum correio na caixa postal. Lembro-me de como recebíamos com emoção cartas de vários pontos do mundo, celebrando cada resposta, fosse ela de instituições ou de pessoas singulares, pessoas estas que considerávamos automaticamente nossas amigas. Prazer igual não nos dará jamais a sua amante Internet.

E não era só isso. Quando você me falou de taxis que levam porta à porta ali na sua Europa, lembrei-me que aqui também já temos serviços do género – é claro, sem gravata nem ar condicionado. Mas taxis mesmo, meu caro primo, com forte componente envolvente contam-se aos dedos e já não se fazem como antigamente.

Lembro-me bem da tua cara de adolescente emocionado cada vez que apanhássemos os nossos Kalumba-Catumbela, viaturas que marcaram a história socio-económica da província de Benguela. Tás a ver as Peugeot’s do Passos, do Chiquinho da barba branca na via da Baia Farta? E as Bedford’s então de João Vazio, do Liambandino (Diamantino), do velho Mussungo, do Sr. Vieira do Bairro da Luz, do velho Chico Queima-Vela que buscava frutas em Muhaningo no Dombe Grande, e o Pangulula com a sua Chevrolet “verde sem cor”.

Você pode dizer que a idade avançada dos veículos terá contribuído para vários acidentes, mas não me podes negar que acidentam também carros que nem chegam a tirar a rodagem ou pagar o crédito. Crescemos sim nos nossos candongueiros que travavam com água de sabão, e não me venhas com a história dos airbags, porque te vou lembrar do Sambapito, a Bedford verde cabina avançada sem parabrizas, cuja buzina era um apito germânico que o motorista trazia à boca o dia todo. Veículos que, não fosse a distracção dos investigadores, mereciam entrar para o Guiness, o livro dos records.

Já agora, deixa-me dizer-te que dentro de uma hora estarei a lamber selos nos Correios para colá-los no envelope, uns milímetros acima do teu endereço. E não precisarei do serviço expresso nem registado, porque a rapidez de que te gabas nos teus e-mails e chats, também acompanha os serviços de correio postal. Dentro de uma semana receberás a carta, de punho próprio, no teu apartado.

A “tua” Internet e o avanço das tecnologias de informação e comunicação, chegados ao alcance de uma sociedade consumista e escrava da moda, vão “destruindo” práticas como a correspondência que, para além da utilidade objectiva de promover a comunicação, também permitia o aperfeiçoamento da arte de redigir uma carta e melhorar a caligrafia. Com tristeza, ao passar pelos correios da Catumbela, do Velho Tchimuco (já falecido), o cenário é de muitas caixas postais encerradas. A Catumbela, primo, hoje já não corresponde...!

Gociante Patissa (publicado na edição de Outubro/07 do Boletim "A Voz do Olho", projecto informativo, educativo e cultural dos amigos da AJS-Associacao juvenil para a Solidariedade, ONG, no Lobito)
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