“Meu, mano, é como então que estás a ver isso?”
“Eh, pá. Devagar. O fim d’ano está aí, a agitação daqui a pouco é aquela, e os mambos estão caros…”
“Mas o angolano é assim porquê então?! Com tanta coisa boa a acontecer, você fica a lamentar? Não ouviste ainda que já podemos bazar para a South sem precisar de visto, né?”
“É verdade, mano…”
“Então?!… Fica contente, meu wi. Moçambique a abrir as portas assim à toa para o mwangolê, xé!”
“É verdade. Só falta já os dólares regressarem das férias…”
“Estou-te a falar, sócio! Esse João Lourenço é homem! O tempo dele está a trazer assim uma tuza diferente, né?”
“De facto, abrem-se tempos de novas esperanças…”
“Esse mambo tinha que mudar. E ainda vai mudar mais! Corrigir o que está mal nas instituições, mudar a moral, endireitar este país…”
“Seria bom… Neste caso não só as instituições, mas também cada um de nós mudar, né?”
“Claro, meu velho! Temos que ter a coragem para enfrentar a mudança! Porque esse país tem tudo para dar certo, palavra de honra, velho…”
“Desculpa só interromper. Estás a ver o que aquele senhor está a fazer?”
“Nada. Estive de costas, não galei. Hã, é o quê?”
"Ele fez manobra arriscada, embateu contra o separador de metal e depois derrubou poste de iluminação, destes que ainda não acendem. Aquilo ficou danificado. E ele está a querer fugir. Como é que um cidadão destrói o património na via pública, o património que é de todos e quer fugir para não ser responsabilizado?! Já viste? Tens o número da polícia?”
“Para quê só?! Não se mete, velho. Vais querer complicar a vida do outro angolano igual porquê? Esse dinheiro da tal multa nem entra no teu bolso. Você por acaso viu quanto dinheiro facturaram com esta obra?”
“Oh! Não era para termos a coragem de começar a mudança afinal?...”
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto da Catumbela | 03.12.2017
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