Vencidos setenta e poucos quilómetros de acidentado troço em pé, de
autocarro, o adolescente reporta ao gabinete do camarada financeiro. O teu pai?
Não sei se o encontro com vida. Está em coma. Olha, houve um aumento pequeno,
mas vais levar como tem sido. Este bocado fica para mim, setencia, possuído, o
camarada que tem o sobrenome a começar por P, a mesma consoante do outro.
Impotente, o adolescente engole em seco e assina no folho por um montante que não viu. Era cacimbo, talvez a pior época
do ano para se perceber o que camarada devia querer dizer. Em casa, estava
consumado. O destinatário fizera-se surdo a tudo, era o culminar de uma
passagem na terra. Hepatite tinha sido o pico. Pôr-me num tractor a recolher
cães vadios, depois de tudo o que fiz e perdi por este país? Prefiro ir
cultivar! A opção entretanto pecou por não levar em conta a lei dos ciúmes: não
há lugar para a enxada no chão onde as minas madrugam. Oitava classe, muitos
Lénines e Engels, alheio à utilitária sociedade. Só somos quando explorados.
Somam-se os copos para desmentir a selectiva amnésia dos ideais. Ups! Sábado é
dia de bíblico descanso, que se lixe a crónica.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
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