quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Em linhas tortas 1/19

Alguém nos podia indicar, por gentileza, alguma vantagem para o resgate dos valores morais/cívicos com a "condenação pública" nas redes sociais (baseada num moralismo populista) de supostas condutas humanas? Eu não vejo nenhuma. É claro que actos de coragem são valiosos na busca da justiça e bem-estar social... mas quem pretende corrigir algo é suposto do ponto de vista da ética elevar-se no gesto/método. É assim em sociedades onde exista a separação entre o estado e a igreja, o oposto de sociedades cuja lei (ou julgamento) se baseia radicalmente no que é, ou não, visto como pecado. Uma coisa é denunciar actos criminosos (com indícios e evidências), o que é saudável. A outra, bem diferente, é expor pessoas à condenação pública com base num moralismo tacanho e na alegria em cima da dor de outrem. A consequência deste fundamentalismo virtual só pode ser, a par da responsabilização criminal do ingénuo que partilha e/ou insulta pessoas que mal conhece, o espectro da desconfiança doentia e o aumento da violência, dada a tendência de fazer justiça por mãos próprias em "crimes de honra". A vida sexual de pessoas adultas só deveria interessar ao público quando constitui prática criminal. Se dormiu ou deixou de dormir com esta ou aquela pessoa, a menos que tenha sido fruto de violação, não diz respeito a terceiros. Ah, falamos em "destruir" relacionamentos e julgamos que isso nos dá o direito de julgar e chamar nomes. Quão mesquinhos e picuinhas acabamos sendo, né? Na verdade, não se trata de nada que seja novo. Estamos lembrados de cartazes apócrifos que tinham como alvo pessoas da chamada elite urbana. Não se sabe se a autoria era a mesma, mas recordo de duas edições com certos intervalo no Lobito e na cidade de Benguela, na década de 2000. Não é por aí. Ainda era só isso. Obrigado
Gociante Patissa | Benguela, 20.02.2019 | www.angodebates.blogspot.com
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