domingo, 18 de novembro de 2018

Obituário | Traídos pelo coração do confrade António Panguila


A notícia da morte do poeta Antonio Panguila (à direita na foto), ocorrida ontem (17/11/2018) em Luanda, apanha-nos desprevenidos e impotentes. A sua última aparição pública na arena cultural da província de Benguela ocorreu no ano de 2013, quando veio indigitado pelo Secretário-geral da União dos Escritores Angolanos para proceder à apresentação (bastante animada) da novela "Não tem Pernas o Tempo", de Gociante Patissa. Na cidade do Lobito, em parceria com o então elenco do Movimento Lev'arte, orientou uma palestra sobre "O processo do livro e a nova geração de autores". Quis a ironia do destino que o poeta, que ultimamente se considerava erótico, o autor de "corpo molhado de prazer", entre nós um exímio tradutor de sentimentos, deixasse o mundo dos vivos com um simbolismo poético, um ataque de coração. António Francisco Panguila nasceu em Luanda, aos 15 de Julho de 1963, mas passou a sua infância na localidade de Kiata, município da Kibala, província do Kwanza Sul. Poeta, Panguila é licenciado em Ciências de Educação, na especialidade de História, pela Universidade Agostinho Neto, tendo apresentado como defesa de tese: Impacto Histórico – Literário do Ohandanji, 1984 – 1994. Foi funcionário bancário.Da sua folha de serviço consta que foi vencedor, em 1996, da 1.ª Edição do Prémio Literário Cidade de Luanda, (género poesia), por ocasião das comemorações do 420º aniversário da cidade capital de Angola. Foi ainda autor de O vento do Parto (poesia, 1993) e Amor Mendigo (poesia, 1997). Mais sobre o poeta pode ser lido neste verbete da União dos Escritores Angolanos 
Onde quer que esteja, que continue a dar luz e criar.

Gociante Patissa, Benguela, 18 Novembro 2018
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