O mês de Novembro de 2018 parece conspirar contra a União dos Escritores Angolanos (UEA), pelo menos na dimensão formal da agremiação, que se vê duplamente empobrecida em virtude do falecimento de dois membros. Faleceu hoje (26/11) em Luanda, de causa natural, o poeta e fotógrafo Frederico Ningi, à direita na foto, autor de "Os Címbalos dos Mudos" (1994), "Infindos na Ondas" (1998), "Títulos de Areia (2003) e "Sandumingu" (2011). Nasceu em Benguela a 17 de Fevereiro de 1959. A sua morte acontece pouco menos de uma semana depois do enterro de outro poeta da geração de 80, António Panguila, vítima de AVC. Frederico Ningi, um dos pilares da comunicação institucional da Sonangol, foi dos poucos artistas que se dedicaram à poesia visual, com uma técnica que combinava a fotografia, o texto poético e a pintura digital.
Homem de poucas palavras e afável, conheci-o por intermédio da escritora Paula Russa no ano de 2009, aquando do nosso ingresso à confraria da UEA. No ano de 2013, foi-nos incumbida a missão de representar Angola na 26.ª Edição da Feira do Livro de Jerusalém, república de Israel, sob patrocínio da nossa embaixada, da qual as fotos fazem referência, tendo ele liderado a delegação que integrou também o confrade Bonavena. Fica-me gravado na memória um Ningi que jogou um papel relevante (inconfidências à parte) por ter sido um dos mais-velhos que me ampara(ra)m nesta carreira literária, tendo sido ele o responsável nos bastidores pela oportunidade que tive de ser entrevistado no programa FAIRPLAY, da TV Zimbo, no ano de 2014, quando eu me encontrava em Luanda por razões profissionais. Perdemos!!! Onde quer que esteja a tua alma, mais-velho, conterra, confrade, colega, siga brilhando. Até sempre.
Gociante Patissa | Benguela, 26.11.2018 | www.angodebates.blogspot.com
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