Acordava sempre mal disposto. Nunca havia uma única razão. Dizem que foi
sempre assim, mas eu cá não sei se acredito. Que sonhos eram aqueles que o
procuravam durante a noite, que não sabiam sorrir? Umas vezes, cumprimentava;
outras vezes, nem por isso. A mulher até já estava acostumada, ou ao menos
parecia estar. Até há quem lhe vaticinasse morte breve. "Quem não vive
para servir não serve para viver", diziam com base no ditado. Eu já não
sei o que dizer. Sou mais inclinado para o lado daqueles que pensam que o homem
levava ao extremo o espírito da sua profissão de guarda, talvez por erro do seu
instrutor. Dele aprendera que um guarda deve ter sempre “cara podre"
(Gociante Patissa, improvisos de correspondência oficinal, Benguela 07.04.2016)
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