na língua Umbundu, "ka" como prefixo designa diminuição ou depreciação. A comuna em que nasci pertence ao município cujo nome vem de Mbokoyo, uma espécie de gindungo (pimenta) que abundava à beira do caminho e despertava a curiosidade dos viajantes. Mais tarde, como várias outras toponímias e nomes próprios em Angola, foi aportuguesado para "Bocoio", o mesmo tendo acontecido com a "Nganda", que, tal como a placa mostra, oficial e infelizmente, temos de suportar a escrita aportuguesada "Ganda" (numa comuna chamada Evanga, aportuguesada Ebanga, nasceu minha mãe). Em Umbundu, as letras B, G, D, J são sempre ditongos (?),ou seja mB, Ng, nD, nJ. Voltando ao "kambokoyo", há uma visão depreciativa aos "vacisanji" que são a típica etnia da região sede do município do Mbokoyo, talvez por estereótipos herdados de uma prática dominante durante séculos que levou mais à desunião entre etnias, no dividir para melhor reinar, talvez por teimarem ainda em preservar seus valores culturais (até agora há anciãos que se recusam a usar calças, preferindo casaco, panos e alparcatas, além de uma notada entoação na sua variante de Umbundu, e ainda conservar as danças típicas dos seus ancestrais, tais como ocipwete, onyaco, onjando e algum olundongo) fazendo com que muitos naturais dali reneguem suas origens e finjam ser naturais, vá lá, do litoral para se identificarem mais com os costumes da "civilização". Do ponto de vista de etnia e variantes, eu não chego a ser ocisanji, que é a parte da minha avó (mãe do meu pai. Já o meu bisavô é de Mukinda, da região/província do Viye, aportuguesada Bié), por ter nascido mais na fronteira com o município do Balombo, mais próximo do Huambo, mas não tenho por que aderir a tais "modernices ocas" de me não assumir à região que politica e administrativamente pertence o chão do meu umbigo.
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na língua Umbundu, "ka" como prefixo designa diminuição ou depreciação. A comuna em que nasci pertence ao município cujo nome vem de Mbokoyo, uma espécie de gindungo (pimenta) que abundava à beira do caminho e despertava a curiosidade dos viajantes. Mais tarde, como várias outras toponímias e nomes próprios em Angola, foi aportuguesado para "Bocoio", o mesmo tendo acontecido com a "Nganda", que, tal como a placa mostra, oficial e infelizmente, temos de suportar a escrita aportuguesada "Ganda" (numa comuna chamada Evanga, aportuguesada Ebanga, nasceu minha mãe). Em Umbundu, as letras B, G, D, J são sempre ditongos (?),ou seja mB, Ng, nD, nJ. Voltando ao "kambokoyo", há uma visão depreciativa aos "vacisanji" que são a típica etnia da região sede do município do Mbokoyo, talvez por estereótipos herdados de uma prática dominante durante séculos que levou mais à desunião entre etnias, no dividir para melhor reinar, talvez por teimarem ainda em preservar seus valores culturais (até agora há anciãos que se recusam a usar calças, preferindo casaco, panos e alparcatas, além de uma notada entoação na sua variante de Umbundu, e ainda conservar as danças típicas dos seus ancestrais, tais como ocipwete, onyaco, onjando e algum olundongo) fazendo com que muitos naturais dali reneguem suas origens e finjam ser naturais, vá lá, do litoral para se identificarem mais com os costumes da "civilização". Do ponto de vista de etnia e variantes, eu não chego a ser ocisanji, que é a parte da minha avó (mãe do meu pai. Já o meu bisavô é de Mukinda, da região/província do Viye, aportuguesada Bié), por ter nascido mais na fronteira com o município do Balombo, mais próximo do Huambo, mas não tenho por que aderir a tais "modernices ocas" de me não assumir à região que politica e administrativamente pertence o chão do meu umbigo.
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