“Bom
dia, comadre.”
“Bom
dia, compadre.”
“Como
é o passado?”
“Ah,
mas passamos bem, sem queixas, somente vós.”
“Nós
passamos bem, também sem problemas a lamentar”.
“O
outro?”
“O
outro ainda não lhe deram a promoção de estar em casa em horas de trabalhar. Foi
mesmo no serviço.”
“Então
calha bem. Queria mesmo uma palavra com a comadre.”
“Aié?
Vamos entrar então aí dentro, a casa está um pouco desarrumada, mas na sala
mesmo dá”.
“Desarrumada,
comadre? É porque nunca mais foste na minha casa! Aquilo até faz chorar…”
“Tá
aí kissângwa ainda.”
“Haka!
Obrigado.”
“É
como o assunto?”
“Comadre,
até custa um pouco começar, mas é assim: já há muitos dias que guardo essa
palavra. Estou cansado lá em casa. A outra, aquilo até não sei como dizer, por isso
é que… sempre que venho aqui e vejo como a comadre me recebe, cuida da casa,
conversa, me faz pensar. A comadre é a mulher que me falta, eu te quero,
comadre. Nós dois temos futuro”.
“Aié…?
É assim, compadre, fico com a tua preocupação. O outro ainda quando voltar do
serviço vou-lhe pedir o teu pedido. Se ele achar que sim, depois vai dar a
resposta”.
“Não,
comadre, faz favor, o compadre não pode saber! Eu até só estava a brincar, a
comadre já não me conhece?! Comadre, estou a ir, ya?! Olha, se na próxima semana
eu não aparecer, é porque fui visitar família no mato…”
“Se
prepara, compadre, o outro vem aí!”
Gociante Patissa,
Aeroporto Internacional da Catumbela 29 Julho 2013
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