Diante da felicidade
da prosperidade
longas filas.
Nos bairros nus
tantos corpos nus por vestir
crianças perdidas por salvar
palavras obscuras por apagar
do Livro do Mundo –
se o ler, perco a minha vista.
Tudo está nas pedras do caminho.
Tudo é alguma coisa.
Em torno dessa alguma coisa
eu escondo a minha pele
transformo-me em nada.
Mergulhado numa água por branquear.
João Maimona, in “Trajectória Obliterada”, pág. 53. União dos Escritores Angolanos, 2013. Colecção 11 Clássicos da Literatura Angolana, 1ª edição. Luanda
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