Foto do seu mural no Facebook |
Amigos, colegas e familiares juntaram-se à
indignação do jornalista Ladislau
Fortunato , em consequência de o profissional ter perdido a
oportunidade de enriquecer o seu curriculum, desta feita para integrar a
direcção de conteúdos do Big Brother Angola e Moçambique, a convite da
organização.
A Direcção local da TPA, sua entidade patronal,
é acusada de má-fé, havendo quem preferisse usar termos muito mais incisivos no
campo da fulanização do juízo de valores. É claro que vários precedentes foram chamados à
liça, recaindo a eventuais conflitos internos entre o profissional e a
liderança. Neste campo não entrarei, naturalmente, até para salvaguardar a
equidistância e não atiçar ainda mais as relações entre as partes. Eu também
ergueria (se construtivo o fim fosse) a voz a favor da ida dele, até por ter
uma consideração enorme pelo Ladislau, a quem devo a minha revelação para os
campos da comunicação e literatura (foi em 1995 que uma equipa de reportagem
por si dirigida me descobriu por acaso na Catumbela).
O Ladislau é um profissional brilhante, com
mais de duas décadas de casa, tem impressões digitais na maioria dos programas
da estação, sem falar da sua polivalência. O convite não poupou elogios ao seu
palmarés. Nos termos do contrato que lhe foi proposto, iria passar três meses
na África do Sul, talvez o mais prolongado tempo de suas internacionalizações,
sendo necessária uma dispensa do empregador, que teria tardado até esgotar-se o
tempo necessário para cuidar da papelada migratória. Mas por tudo o que leio de
reacções, parece-me escapar um detalhe determinante, aquele que tem que ver com
o formato. Estará o BIG Brother acima do prestígio do nosso Lau?
Não lhe consegui dizer pessoalmente, pois o
senti entusiasmado. Mas por aquilo que tem sido a história das nossas
participações de angolanos no Big Brother, com as tristes figuras de Tatiana
Durão, Ricco, Rui Mestre, Larama e outros, estou em crer que pouco ou nada
acrescentaria às vitórias colectivas a ida do Lau (independente de não ser
actor, mas realizador), a não ser que futuramente se venha a organizar um
projecto similar. O Ladislau já esteve a cobrir grandes eventos comerciais e
diplomáticos nos Estados Unidos, manobras militares da União africana por esta
África, e outras tarefas mais nobres, intelectual e moralmente, pelo que a TPA
deve esforçar-se no sentido de o estimular e valorizar. É de deplorar a falta
de transparência que consta ter existido na hora de lhe ser transmitida a não
autorização.
E como consumidor interessado na recolha das
nossas realizações culturais e antropológicas, que tão bem o programa
televisivo Terras e Culturas retrata, sob direcção do Lau, e se tivermos de
hierarquizar os ganhos, mais ganha Angola tendo-o cá do que emprestá-lo para
servir na produção de conteúdos de uma futilidade e imbecilidade que é o Big
Brother. É certo que ninguém é insubstituível, mas... prefiro acreditar que a
grande oportunidade para o salto na carreira está ainda para vir. Um abraço.
Gociante Patissa, Benguela, 6 de Março 2016
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