"Temos
uma crítica muito forte e assertiva sobre os manuais do sistema de educação em
Angola. Posso dizer publicamente, mesmo que não seja entendido, que isso tem
muito a ver com as assessorias estrangeiras, particularmente a portuguesa, que
vão sendo buscadas para elaboração do sistema de ensino angolano. E é por isso
que a nossa história que está a ser ensinada aos miúdos continua a ser
adulterada.
A
literatura que é ensinada não é suficiente nem é bastante, e assim sucessivamente. Aliás, independentemente da minha
condição de escritor e autor como estou a falar, também sou um quadro do
Ministério da Cultura. Posso dizer-vos seguramente que o Ministério da Cultura
em tempo útil pronunciou-se sobre essa questão, daquilo que são os conteúdos da
história e da literatura.
Chegou
mesmo a ser criada uma comissão que envolvia a comunicação social, educação e a
cultura para abordar essa problemática. Não sei em que ponto ficou essa
situação, mas houve essa preocupação. Mas enquanto cidadão escritor assumo essa
afirmação de que os manuais estão errados na sua substância e não vão
contribuir seguramente para aquilo que é o propósito do patriotismo, da
angolanidade e da cultura angolana, do homem angolano consciente da sua
história e do interesse da cultura."
(António Fonseca, jornalista, escritor e docente angolano, in entrevista ao Jornal O País, Luanda, 22/02/2016)
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