“Eu
creio que o critério da naturalidade não é suficiente nem bastante para
identificar um autor como autor de literatura angolana. Temos autores que
nasceram em Angola mas que escreveram literatura colonial. Portanto, não são
autores de literatura angolana. Entretanto, temos autores que não nasceram
em Angola, mas, efectivamente, engajaram-se com a angolanidade
com obras monumentais no quadro da literatura angolana. Agora, o problema que
podemos discutir é
se no contexto do século
XVII, em que é referido António Dias Macedo, António de Oliveira Cadorneira, na
História das Guerras Angolanas, e sendo ele um nativo, o próprio José da Silva
Maia Ferreira, um mestiço de Benguela, se naquele contexto
em que os letrados eram educados de maneira europeia, se podemos
relativizar e dizermos que este era nacional, de Benguela e é de facto o patrono
da literatura angolana.”
(António Fonseca, jornalista, escritor e
docente angolano, in entrevista ao Jornal O País, Luanda, 22/02/2016)
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