O passo seguinte, olhando para o rumo dos ventos novos, será o pagamento de portagem aos donos singulares de novos estabelecimentos para se ter acesso à praia. Os benguelenses ainda resmungam pequeno Brasil, acham que têem passado a preservar. Voltam a acreditar na força da sua utopia em demover os autorizados e respectivos autorizadores de plantar malha de comércio decidido a fechar em definitivo espaços comuns seculares à beira mar herdados. Outros porém, arraigados na promessa da oferta de emprego como escadote, já o dissemos antes, seguem assobiando para o lado, bloco sobre bloco. São seres superiores em sofisticação e de uma moral ainda não decifrável nesta nossa encarnação. É bem capaz de se regerem por conceitos do século 24, e nós os demais ainda tão atrasados no século do bom-senso e das preocupações ecológicas, né? Ontem nasceu um Morena Beach em tampão à universidade, ao lado caiu-lhe cedo e de pára-quedas um infantário, a mesma fórmula está a dar forma a um projecto vertical sem placa a divisar. Não se conhece o rosto de quem nos está a "obrar" por cima. Talvez alguns saibam quem, dizer é que ninguém ousa. Daqui a pouco a poeira assenta e levamos com mais surpresa, que não chega a ser honestamente uma surpresa como tal. É da nossa natureza reivindicar... para melhor aceitar. Rendamo-nos, atados e apequenados pela sinuosa calmaria dos bastidores burocráticos. A lei, feita por homens para servir os homens, sabe para que lado pender. E para já não é para o da memória colectiva ou do bem comum. Boas-vindas, caros donos de todos nós, só não se esqueçam depois é de estipular o valor da portagem. Ainda era só isso. Obrigado.
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 27 Janeiro 2018
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