Em
«Ani Ohev Otach», a vila da Ganda, interior da província de Benguela, é palco
de uma história de amor adiado, a partir do momento em que Micaela impõe para
casar uma condição: ser cortejada de maneira especial. A celebração teria de
ser em hebraico, dado o fascínio que ela nutria pelo idioma de Israel que só
conhecia através de relatos bíblicos. Desesperado, Domingos percorre a vila e
arredores à procura de entidades capazes de demover a noiva de
uma tão remota exigência.
Domingos,
jovem a quem a vila gabava o talento de escritor, é acompanhado ao longo da
narrativa por um amigo, Ndonho, confidente e conselheiro. O padre Júlio tem
também um papel importante, tendo sido ele a primeira pessoa a ser
arregimentada para a causa.
O
final é enigmático, com todas as tentativas fracassadas de demover a jovem da
intransigência de ouvir a declaração de amor não no umbundu nem em português,
línguas que tão bem o meio domina, mas irredutivelmente em hebraico. Outra
saída o jovem apaixonado não encontra senão recorrer às novas tecnologias para
aprender o elementar e conquistar assim a sua amada, entre suspiros, lágrimas
e… beijo.
«Ani
Ohev Otach» ou אני אוהב אותך, em português eu te amo, é o título da novela de
170 páginas, da autoria de Banny di Castro (Albano de Castro Tchilala
Sapondiya, 1989), natural e residente da Ganda, edição da Celes em 2014.
Gociante
Patissa. Benguela, 08.01.2016
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