Assim só de passagem, fica aqui o meu
"enjoo" pelo seguidismo e modismo e também sexismo reinantes (ainda
por cima rascas) na composição musical e, de um modo geral, nos programas de
entretenimento (media). Excelências, se é que ainda não deram conta disso, já
usaram demais expressões como "me escangalha"; "todos os
molhos"; "diva" disto e daquilo; "apagar o lume";
"swagger"; "tira-mete-puxa-lhe dá";
"gostosa/o"... entre outras. E é escusado questionar a razão de tal uso: é o que vende,
é o que as produtoras recomendam. Quanto mais banal e repetitivo, mais familiar
se julga que vai soar. Ironicamente, quando vemos/ouvimos/lemos notícias de
violência doméstica, que é em parte a tradução do tão festejado
"escangalhamento", não tarda a repulsa da mesma sociedade. Será o
público destinatário da mensagem tão estúpido que não possa receber conteúdos
um pouco menos "gastos"? E o pior é que quando se quer variar, recorre-se,
invariavelmente, à reinterpretação de temas antigos. Por muito boas que possam
ser as intenções, este populismo é de um registo coloquial cada vez mais a
descambar. E isso é que, literalmente, escangalha a esperança de gerar uma
mentalidade mais higiénica como legado.
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
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