Não perca hoje (sábado, 30.06), entre 18h-20h na Rádio Benguela (92.9 FM), a quarta edição do programa RODA DE KAMBAS, uma mesa-redonda bem humorada e informal com a realização de Cristiano Fernandes Domingos. Hernani Domingos e Gociante Patissa, os convidados residentes, darão as boas-vindas ao nosso kamba MBangula Katumua e a duas outras surpresas. Ainda era só isso. Obrigado
sábado, 30 de junho de 2018
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Em linhas tortas (54)
Exªs do INACOM, quem foi que deu às
companhias de telefonia o direito de nos tratarem por tu?! Sua Exª Eu lembrou-se
do modo imperativo e da velha confusão entre tu e você.
Até há coisa de dez anos, só o Estado se
dirigia ao país por tu, naquelas chamadas para o serviço militar
obrigatório. A linguagem de toda a restante publicidade era formal, salvaguardando
o distanciamento que a cultura da língua impõe na relação com desconhecidos. A
indústria publicitária já roça o nível da banalização e abuso, ao procurar
tratar o destinatário da mensagem por “tu”, como se fôssemos crianças ou de
status inferior ou ainda pessoas da confiança das empresas.
Já agora, excelência que está a ler este
texto, se uma pessoa se dirigisse a si dizendo “você vais casar comigo”, estaria
gramaticalmente falando sério? Ou por outra, quando um cantor se dirige ao
público dizendo “batem palmas”, estaria ele a afirmar ou a pedir/mandar? Calmex,
excelências, são apenas provocações para reflectirmos sobre a grande confusão
no português falado em Angola (sei que não só, mas pretendemos delimitar a
abordagem), quando o assunto é o modo imperativo.
Humor
A Ritinha convidou todos os amigos para
o seu aniversário, e disse:
-Quando chegarem a minha casa, toquem à
campainha com a testa!
Ficou tudo intrigado…
– Com a testa?! Porquê?
– Com certeza que não estão a pensar vir
de mãos a abanar, pois não? (Anónimo)
Humor
Cliente para o empregado: "Servem cachorros?"
Ao que o empregado
responde:
"Meu amigo, aqui servimos toda a gente."(anónimo)
"Meu amigo, aqui servimos toda a gente."(anónimo)
quinta-feira, 28 de junho de 2018
quarta-feira, 27 de junho de 2018
terça-feira, 26 de junho de 2018
A História de Moçambique devia ser reconstituída, defendem académicos e políticos
Proclamação da independência de Moçambique (1975) |
Moçambique
assinala nesta segunda-feira, 25 de junho, os 43 anos da independência
nacional. Para celebrar a data o Presidente da República, Filipe Nyusi,
orientou a cerimónia oficial da deposição de uma coroa de flores na Praça dos
Digital não chega. Processo de Manuel Vicente tem de ser em papel
Itália propõe centro de acolhimento de migrantes em África, Líbia diz que não receberá qualquer centro
Ministro do Interior, Matteo Salvini |
O Governo da Itália pediu nesta
segunda-feira, 26, que centros de imigrantes sejam construídos na África para
deter a onda de pessoas que procuram o asilo e que seguem em direcção à Europa
Ocidental, à medida que Roma eleva a pressão sobre os seus parceiros na União
Europeia (UE) para assumirem uma postura mais dura sobre a imigração.
segunda-feira, 25 de junho de 2018
domingo, 24 de junho de 2018
Áudio | Programa RODA DE KAMBAS (3.ª Edição) Rádio Benguela 23.06.2018 (1h44'10min)
Programa RODA DE KAMBAS, aos sábados, das 18h às 19h55 em directo na Rádio Benguela, uma mesa redonda sobre assuntos sérios e abordados num conceito combinado de profundidade ao mesmo tempo coloquial, como de resto é típico em roda de amigos.
TEMAS CENTRAIS ABORDADOS:
1. Negligência médica
2. Denúncias de exploração da mão-de-obra infantil em trabalho agrícola na Catumbela
3. 20 de Junho, Dia Mundial do Refugiado, um olhar ao drama internacional dos refugiados e as migraçõesPAINEL:
Carlos Pacatolo, Hernani Domingos e Gociante Patissa (convidados residentes), moderador Cristiano Fernandes
(Foto da 3ª edição by H. Domingos)www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela 23.06.2018
sexta-feira, 22 de junho de 2018
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Formação de professores passa apenas para o ISCED
Diário | O Salú disse Fala Comigo. Ou será que estou a inventar?
“Aló!
Está? É da TV Jiii-mbo?”
“Sim,
é da TV Zi-mbo. Em que podemos ajudar?”
“Bom
dia. Sou o cidadão Domingos. Quero falar com o senhor Salú. Não sei se posso…”
“Às
suas ordens! O telespectador é a nossa razão de ser… Exponha, por favor. Já
agora, se me puder desculpar, escapou-me. O senhor como se chama?”
“Com
a boca ou com gestos mesmo, assobios é que nem sempre. Espera aí. Mas assim você
que me atendeu neste momento já é mesmo o senhor Salú?”
“Por
acaso, não. Somos colegas. Sou o Constantino Pereira… Pode falar…”
“Não
vai dar. O Salú disse Fala Comigo. Ou será que estou a inventar?”
“É
o nome do programa para ser chamativo. Não tenha receios, garanto que o senhor
está bem encaminhado. Sou da produção do programa, praticamente é assim que
funciona…”
“Mas
no meu fraco entender – não sei no vosso, né? –, quando se diz Fala Comigo, significa
diálogo pessoal; não entram terceiros. Eu contigo, tu comigo. Ou não é assim?”
“Caro
cidadão, isto é televisão. A produção cozinha tudo e ele, o pivot, marca golo…”
“MAS
O SALÚ DISSE FALA COMIGO, CAMARADA!!! COM ELE! Não disse fala com a produção! LHE
PASSA SÓ O TELEFONE, NÃO VAMOS PERDER TEMPO.”
“Sendo
assim, senhor, lamento informar, mas o Salú ainda não chegou…”
“O
quêêê?! Oh, o senhor Salú afinal também tem a má conduta de atrasar no trabalho?”
“Não,
não se trata de atraso. Ele é colaborador liberal, só vem aqui no horário dele…”
“Quer
dizer, por fora é uma coisa, por dentro é outra? Então fica o recado: ele
quando chegar, lhe digam que ligou um senhor com um problema caterpillar de
vida ou morte.”
“Problema
caterpillar de vida ou morte? Fica como?”
“Me
falaram lá um dermatologista cubano. Tipo tem a ver com o cabelo ou o quê…”
“Ah,
problema capilar. OK. Se bem percebi, você tem problema com o seu cabelo,
certo?”
“Eu
não tenho problemas com ninguém. Ele é que tem…”
“Hum…
Neste caso o senhor tem problemas capilares. E são de vida ou morte porquê?…
“Estás
a ver?! Por isso é que eu já não queria falar no começo… Acho que o Salú, como
é curtinho, entende mais corta-mato. Mas vou ver se resumo: meu camarada, o
estado tem que me arranjar uma casa urgente para eu morar longe da família…
enquanto é cedo.”
“Mas
porquê o receio?”
“Como
porquê?! Você não está a ver que estou a ficar calvo?”
“Como
estamos ao telefone, né?… Avancemos. Calvície é normal, é coisa da genética…”
“Aié?!
Genética, né? Porque é com o outro! Olha, também eu com a preocupação alheia
durmo bem. Ah porque é normal, problema genético. É tudo que tinhas para
falar?!”
“Bem…”
“Assim
mesmo achas que falaste bem, caro jornalista ou produção?! Meu irmão, no fim do
dia, chegas à casa a dizer que cumpriste bem o teu trabalho? Tanta gente nos
lugares errados neste país, pá! É assim que vocês matam os cidadãos por causa
do deixa-andar…”
“Mas
eu disse alguma coisa que seja passível de lesar o senhor?”
“Você
não sabe que na comuna, um careca vira logo feiticeiro? E se os sobrinhos adoecerem,
não acusarão o tio é que nos bruxou? E são bwé. Vou lutar como com todos?”
“Não
me leve a mal, caro telespectador, mas onde é que o governo entra? Qual é a
quota-parte de responsabilidade das autoridades para terem de arranjar casa
para si?”
“Porque
isso é injusto! Então os verdadeiros feiticeiros, aqueles que roubam o que é do
povo, por exemplo aquele casal que desviou os milhões de dólares da malária,
estão aí, cabelos crespos e fartos. Logo eu é que tinha de ficar calvo ou
careca? Isso se faz?!”
www.angodebates.blogspot.com | Gociante
Patissa | Benguela, 21.06.2018
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Áudio | Programa RODA DE KAMBAS (2.ª Edição) Rádio Benguela 16.06.2018 (1h44'10min)
TEMAS DISCUTIDOS
- 16 de Junho, Dia da Criança Africana, relembrando os mártires de
Soweto. Reflexão sobre os problemas de políticas públicas que as independências
não conseguiram resolver, com incidência na educação de qualidade, acesso à
terra e a emigração.
- 23 anos depois da queda do avião da equipa de futebol Maboque, quando
voltava da província do Kunene, onde venceu por 1-2 o Dínamos local, num saldo
de 48 mortos e 4 sobreviventes. O clamor das famílias por um reconhecimento dos
sinistrados, representado por Solito Gamba, preparador físico sobrevivente
- Pincelada sobre o Mundial de Futebol da Rússia 2018
- Projecto Eco-Benguela, intervenção social comunitária nas cidades do
Lobito e Benguela, visando montar uma pequena indústria de reciclagem
PAINEL: Ana Perez (Venezuelana, especialista em desenvolvimento)
Hernani Domingos e Gociante Patissa (convidados residentes), moderador Cristiano Fernandes
(Foto referente à primeira edição do programa, autoria de Hernani
Domingos.)
www.angodebates.blogspot.com
| Gociante Patissa | Benguela, 16.06.2018
domingo, 17 de junho de 2018
Diário | Então gozas de imunidades como?
"Ó senhora, eu já falei. Ainda não
sou casado, nunca bati uma mulher. Por isso, me cumpre só, ya? Não me obrigues
a fazer uso de força, estás a ouvir?!"
"Isso é teu problema, ó mano. E eu é
que vou fazer o quê, se as mulheres deste mundo não te aceitam?! Larga mais é o
meu negócio, pá! Vá ser homem noutras coisas, entendeste?!"
"Já que não queres entregar a prova
da infracção, estás renitente, é só subir na carrinha!..."
"Eu?! Tchaaa!!! Nunca!"
"Estás a te confiar em quê?"
"Nós gozamos de imunidades."
"Ó dona, vá, vamos embora, já falamos muito! Voz
de mando! Eu sou autoridade!"
"Oh! Mano, o mano não é fiscal?"
"Ainda perguntas?!"
"Fiscal não é civil? Como mais é que vai ser
autoridade?"
Citação
"A
nossa pátria não pode engolir os seus filhos, desta forma, sem um
reconhecimento. Foram 48 pessoas (jovens, mulheres, adultos) que morreram
naquele acidente."
(Solito
Gamba, preparador físico, um dos quatro sobreviventes da queda do avião do
clube Maboque Desportivo, há 23 anos, que voltava da província do Kunene, onde
venceu por 1-2 o Dínamos local. In Rádio Benguela)
sábado, 16 de junho de 2018
Citação
"Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes."
(Machado de Assis, escritor brasileiro. In Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.120.)
sexta-feira, 15 de junho de 2018
Citação
"Para ter lugar na TPA na década de 1990,
você tinha de ter a pele clara, um familiar de peso ou então a 12ª classe
feita. Nessa altura havia uma direcção que acreditava que a imagem em televisão
ficava bem para pessoas com a pele clara. Esta distinção não era formalizada,
nós conhecemos os fenómenos que acontecem detrás da cortina."
(Apresentador Mário Santos neste momento (13h00-13h40) na Rádio Despertar,
Luanda, 15.06.2018)
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Utilidade pública | Fundação Calouste Gulbenkian abre candidaturas para residências artísticas para naturais dos PALOP
À parte o valor irrisório da bolsa (1500 euros) e os
quase excessivos parâmetros formais de inscrição, recomendo candidaturas para
esta oportunidade oferecida pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Diário | Assaltar os outros também não é assim, Ok?!
"Boa tarde, menina, tudo bem por aqui?"
"Boa tarde, senhor. Tá tudo,
obrigada. E você?"
"É como diz o nosso povo: já
dá..."
"Ok."
"A política do funji aqui neste estabelecimento de restauração é precisamente como?"
"A política do funji aqui neste estabelecimento de restauração é precisamente como?"
"É só servir. É buffet. Self-service.
A peso."
(...)
"Hoko! Mas espera aí: esse bocadinho
custa isso tudo?!"
Crónica | Euforias de ciclo novo?
“A história repete-se, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”
(Karl Marx (1818-1883), filósofo e revolucionário socialista alemão.
(Karl Marx (1818-1883), filósofo e revolucionário socialista alemão.
A
agenda política desta semana está a ser animada pela entrevista que o
empresário Bartolomeu Dias (BD) concedeu ao jornal Valor Económico, na qual dirige
duras críticas ao presidente João Lourenço (JLo), empossado há oito meses. Em
causa, o pronunciamento em termos bruscos do PR ao anunciar em entrevista à
Euronews que o consórcio Air-Connection, que apelidou de fictício, não irá
avançar.
quarta-feira, 13 de junho de 2018
Em linhas tortas (53)
O mal-estar na UEA (União dos Escritores Angolanos), que motiva dos membros – uns mais expressivos, outros mais reservados – a exposição dos erros de gestão (com colagem depreciativa ao perfil do Secretário-geral), obriga, no mínimo, apontar também qualquer coisinha de positiva que se tenha registado ao longo do seu mandato. Qualquer referência favorável em relação a alguma decisão de que como membros tenhamos beneficiado, ainda que seja só para legitimar a narrativa do desalinhamento. Terá sido tudo erros e incompatibilidades? O escritor e confrade Carmo Neto, que sucedeu o confrade Adriano Botelho de Vasconcelos, está há oito anos à frente da nossa UEA, até então a mais representativa agremiação de escribas, no penúltimo dos três ciclos de três anos que deverá conhecer o seu termo em 2019. Sai com a grande nódoa de não se terem feito démarches atempadas que salvassem a vida do nosso funcionário Zacarias Falso, detido por suspeita de negligência em vandalização de viatura no recinto da UEA e mais tarde morto por tortura nas celas da polícia em Luanda. A lição que fica é que mandatos longânimos em instituições cooperativistas não se recomendam, quer pelo desgaste da imagem, quer pelo comodismo do líder em relação às obrigações estatutárias e, fundamentalmente, na consolidação da vida interna das organizações. Como sempre defendi internamente, um dos problemas é (já) não haver assembleias intermédias, estando a regularidade reservada só para as assembleias eleitoralistas, que como é de imaginar não dão espaço para abordar de forma conciliadora os recalcamentos e alguma falta de transparência na gestão da coisa pública. Talvez tivesse ouvido a voz interior quando a sua candidatura ao terceiro mandato se viu bastante protestada, tendo entretanto ganho o pleito à tangente, em se tratando de mandato de continuidade, à pala da grande obra demonstrada pelo antecessor. Tornei-me membro em 2009 e é realmente a primeira vez que vejo insatisfação de membros evoluir para desvinculação (formal). O que vem a seguir não está claro. Seja como for, estando distante de Luanda e das fontes mais próximas do "turbilhão", não sendo, ainda assim, de me calar perante circunstâncias em que a consciência obriga a uma tomada de posição, deixo um abraço de compreensão aos que saem, aos que ficam e aos indiferentes. Ainda era só isso. Obrigado
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa, Benguela, 13.06.2018
terça-feira, 12 de junho de 2018
Diário | Me apaixonei por uma pessoa fusca?!
“Amor, eu queria assim – sabes, né?… – falar uma coisa importante…”
“Deixa ver se adivinho. Será necessário reconhecimento pelo notário?”
“Também não precisa exagerar…”
“Um pouquinho de humor é a vitamina do amor, né? À espera do desenvolvimento e da conclusão. Só estamos na introdução. Quando penso que no fim de tudo, ainda resta a etapa de arranjarmos um título sugestivo para esta composição que tentas lançar…”
“Pára! Parvo…”
“Ok. Era só um aquecimento básico a ver se te rasgas logo em palavras. Deixas-me nervoso quando accionas o teu ar muito sério… será que te ofendi e não dei conta?”
“Até, não. Foste já logo ali?! Tu és atencioso, fofo. Dá cá ainda um beijo…”
“Será que sentes que vais reprovar outra vez na escola?”
“Ainda não sei bem, mas não é por aí…”
“Então, dama? Fala logo…”
“É assim: se não fizer maquilhagem, acho que não vou voltar aqui no teu quarto…”
“Como?! Acho que não percebi bem…”
“As minhas amigas me deram assim umas dicas que com a maquilhagem a pessoa fica radiante. Por onde passa, deixa…”
“Quer dizer que posso não pagar o pré-pago da ENDE, na casa toda escura vai bastar a tua maquilhagem para iluminar?”
“O que é que tem a ver?! Deixa falar. Não reparaste como elas agora estão tipo divas?”
“Ai, é? Por acaso, não me saltou à vista… Falam dos mesmos assuntos, moram onde sempre moraram, vestem as mesmas roupas…”
“Homem mesmo não entende, ya?… Afinal vos fizeram como?! Oh, raça de distraídos! Escuta uma coisa: maquilhagem é tudo… Uma mulher até se sente outra…”
“Ai, sim?… Estou a ver…”
“Estás a ver este cravo na cara?”
“Foi das características que me fizeram te conquistar; te torna diferente…”
“Estás a me ofender!”
“Amor, estamos a namorar há quatro anos, certo?”
“Assim mesmo!”
“Então só hoje é que estás à procura de brilhar? Queres-me convencer que durante estes anos todos, me apaixonei por uma pessoa fusca?! Não faças isso, por amor de Deus!”
“Também não precisa falar assim!!! Isso ofende, sabias?!”
“Mas a mulher angolana é assim porquê, que uma simples moda é suficiente para comprometer a auto-estima?!”
“Hã?…”
“Aparências, sempre as aparências! Sabe o quê? Eu dou razão ao governo quando decidiu dar a produção dos novos BI aos chineses. É tanta crise de identidade e máscaras sociais que simbolicamente até faz sentido colocar a nossa identidade nas mãos dos maiores falsificadores de mundo… Depois é só esperar chineses adultos naturais de Angola…”
“Já vi que não queres pagar o tratamento de beleza. Ó coiso, vamos só mudar de assunto, ya?”
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 12 Junho 2018
Advogados e juristas são-tomenses queimam os seus diplomas em sinal de protesto
Célia Posser, bastonária da Ordem dos Advogados de São Tomé e Príncipe (AOSTP) |
Texto e Fotos: DW 11.06.2018 (Ramusel Graça)
A comunidade jurídica do arquipélago não
concorda com a implementação da referida reforma que no entender da Ordem dos
Advogados visa apenas atingir um grupo de pessoas, garante a bastonária Célia
Pósser.
"Desde a criação do Tribunal Constitucional, a
exoneração compulsiva dos juízes, e posterior promulgação da lei tem acontecido
muitas aberrações ao nível da reforma da justiça. Nós agora temos uma lei que
prevê para nomeação dos novos juízes do Supremo, um concurso público e depois
vem dizer na mesma lei que os juízes são nomeados pela Assembleia Nacional .
Essa disposição legal vem anular todas as decisões tomadas pelos antigos juízes
do Supremo Tribunal de Justiça e considera-as inexistentes", refere a
bastonária.
Bartolomeu não devia PUBLICITAR banco em set telejornal. A Directora do Instituto Defesa do Consumidor deve vender marca de leite?
Já imagino o argumento: como a lei não proíbe, se calhar pode. E o bom-senso, e a ética? A quem é que o cidadão se vai queixar em caso de algo correr mal na relação entre fornecedor e comprador, se a responsável do instituto nacional de defesa do consumidor (INADEC), entidade pública, é precisamente a garota-propaganda daquela marca comercial de leite? Que credibilidade é que a gestora espera, se afinal em pleno exercício de funções pelo estado serve de modelo publicitária de comerciante privado?
segunda-feira, 11 de junho de 2018
Com respeito pelos não-falantes de Umbundu, façam esforço! A Sra da publicidade "OK'TALA", para dizer OKU-TA-LA, ver, soa ridícula
Afinar só muito para quê?!!! Já atenuamos muito. Essa gente, quando é nome francês ou inglês, até quase vomitam os pulmões só para pronunciar correctamente. Se a língua Umbundu só serve para vender produtos e não merece respeito como língua e substrato cultural de uma grande camada da população, que fiquem só pelo português mesmo, ara xiça óme!!! hahhahha
domingo, 10 de junho de 2018
sexta-feira, 8 de junho de 2018
Citação
"A excessiva censura mata o desenvolvimento. A excessiva abertura torna a sociedade completamente vulnerável. A comunicação é uma faca com dois gumes bastante afiados. É preciso saber manejá-la." (Drumond Jaime)
Diário | Não está assim com princípios de ébola nem nada?
“Ó
meu caro amigo, eu não estou a gostar nada disto, pá!!!”
“Mas
isso são modos?! Quer dizer, um gajo aqui sossegado (estamos a falar um bocado
alto demais), a discutir assuntos sérios do futebol, com o Sporting lá de Portugal
a cair aos pedaços, e você chega com chamadas de atenção?! Sinceramente, até
não entendo…”
“Repito:
Ó meu caro amigo, eu não estou a gostar nada disso!!!”
“Isso
mesmo já é o tal último azar, palavra de honra! Fiz o quê? Aliás, de onde é que
somos amigos?”
“Para
mim, trato todo o mundo mesmo assim. Homem, amigo. Mulher, amiga. Não tenho
inimigos, não gosto e nem quero… Ou é o que você procura na vida?”
“Desculpe,
mas é mesmo comigo que pretendia implicar?”
“Só
lhe falo uma coisa, ó meu caro amigo. Desapareça do meu caminho, ouviu bem?!”
“Eu?!
O meu senhor não está assim com princípios de ébola nem nada?”
“Olha
que se eu pudesse, abria uma cantina para vender saúde ao governo, percebe?!”
“Estou
já a ficar passado. Vá, diga lá, por amor de Deus. Onde é que eu o incomodo?”
“Eu
quero estar livre, estou a lhe avisar pacificamente… por enquanto!…”
“Mas
como assim?”
“Ó
meu caro amigo, ainda eram sete da manhã quando passei como quem não quer nada
ali pela esplanada do 1.º de Dezembro, e lá estava você em ambiências. Duas horitas
e meia, chego ao Café da Cidade, e lá está você, outra vez, a conviver. Certo ou
errado?”
“Por
acaso, cóf!, cóf!, é verdade.”
“Pois.
Está a ver? Até notou! Eu é que não achei piada. Agora onze da manhã, chego à
Flamingo para apetrechar assim uma coisita no estômago, e quem é que eu
encontro de novo? Você! E não é de hoje. Tenho a certeza que onde eu for
almoçar, o meu amigo lá estará. Se não é na sala, é logo à porta. No cair da
tarde, se a pessoa entende chupar uma lambretinha, o fantasma do meu amigo
certamente… Acha isto normal?”
“Mas
são espaços públicos de reencontrar a malta cá da cidade, pôr a conversa em dia…”
“Eu
quero estar livre, faço-me entender?! Está a aparecer demais no meu
dia-a-dia!!!”
“Isso
parece anedota, ó homem! Aonde é que quer chegar?”
“O
que me faz espécie – e não diga que na escola não aprendeu o mínimo de
geografia – é que os sítios ficam num perímetro poligonal com um raio mediano
de 300 metros, pá! Assim vai dizer que o sabor da cerveja varia consoante o
nome do estabelecimento? A sua garganta regula como então, que na mesma manhã
matabicha em vários bares?”
“Mas
ainda que fosse. Agora as pessoas já não podem chupar democraticamente?”
“Ó
meu caro amigo!, na guerra ou na paz, cada bêbado com o bar dele, cada bar com
o bêbado dele. Isso sempre foi assim!”
“Mas
fique calmo. Não contribuo para o preço do copo subir. Da aguinha não passo…”
“Ainda
mais! Neste caso, anda só a fazer verbo encher nos bares porquê?!”
“Que
mal tem?”
“Ó
meu! Você que só consome água, a sua parada é noutras bandas. É uma ideia… Não
experimenta pausar no pátio da Empresa de Água e Saneamento porquê, né?”
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Gociante Patissa | Benguela, 8 Junho 2018
quinta-feira, 7 de junho de 2018
Humor | Quem manda levar trabalho para casa? (*)
Um funcionário de uma agência funerária trabalhava à noite para examinar corpos antes de serem sepultados ou cremados.
Certa noite, ele estava examinando o corpo de um homem identificado como José Chagas, que estava para ser cremado, quando descobre que o defunto tem o maior pénis que ele já viu em toda a sua vida.
- Desculpe-me, Sr Chagas - diz o funcionário - mas não posso mandá-lo para o crematório com essa coisa enorme. Ela tem que ser conservada para estudos e para a posteridade...
Com um bisturi, remove o pénis do morto, guarda-o num frasco e vai para casa. A primeira pessoa a quem ele mostra a monstruosidade é a sua mulher.
- Tenho algo inacreditável para te mostrar, querida. Algo que nunca viste e nunca verias se não fosse desta forma. Nem vais acreditar!!!
Abre o frasco e ela, ao ver o conteúdo, grita estarrecida: - Oh, meu Deus, o Chagas morreu???!!!...
MORAL DA ESTÓRIA: Nunca leve trabalho para casa.
(*) Recebido sem identificação de autor. Título do blog Angodebates
terça-feira, 5 de junho de 2018
(arquivo) Opinião | Vale mesmo a pena ter um cartão de loja?
O senhor já tem o cartão da nossa loja? Abordou-me certa funcionária de uma cadeia de hipermercados na Namíbia. A pergunta soava-me familiar. Respondi que não, que estava ali em gozo de férias e não faria, pois, sentido despenderem custos para um cartão que não seria usado. Dona de um subtil poder de persuasão, a moça convenceu-me, ainda assim, a tratar um. São as tais decisões induzidas num cada vez mais frenético e ardiloso marketing globalizado.
Você não sai de casa com a intenção inequívoca de tratar um cartão de loja. Ouvimos falar dele no convívio social ou, na maioria dos casos, por aquele profissional de boa aparência e verbo, devidamente treinado para o papel. Descontos, bónus, acumulação de pontos. Todos falam de benefícios. E da desvantagem? Será que as lojas se tornaram instituições de caridade, deixaram de perseguir o lucro?
Façamos um pouco de contas. Você já parou para pensar que o cartão de fidelidade (dado aparentemente de graça) é feito tão-só do mesmo material que o cartão multicaixa (obtido mediante desconto de quase mil Kwanzas pela entidade bancária)? Você já pensou que o seu cartão de loja é feito do mesmo material usado na produção de passes de identificação em muitos estabelecimentos? Já agora, quanto é que você ou a entidade patronal paga pela impressão do cartão mesmo? Dou o meu exemplo a contas largas. A emissão normal do passe de acesso custa ao meu patrão anualmente dez mil Kwanzas (ao câmbio de USD 100). A perda implica uma penalização de 40 mil Kwanzas (USD 400).
Alguma vez a loja lhe cobrou pela emissão (normal ou segunda via) do cartão? A resposta é, certamente, NÃO! E já que estamos em maré de generosidades, que tal converter o valor do custo de produção do cartão em bens de consumo? Seria interessante saber quantos consumidores angolanos aderiram aos cartões de fidelidade. Mas, como já é sabido, no campo das estatísticas temos ainda um longo trabalho a fazer. Façamos ao menos uma volta breve pelos websites dos principais operadores comerciais em Angola.
A Maxi, há 21 anos presente no mercado, tem os cartões de cliente Maxi Desconto e Maxi Gold. O site refere que “o cartão Maxi Desconto passou a possibilitar ao cliente acumular descontos sempre que o apresentar no momento de compra.”
Já o do Kero, aberto em 2010, é “pré-pago de fidelização que permite acumular eskebra”. Diz mais: “É fundamental na relação Kero/Cliente, pois permite beneficiar os nossos clientes mais fieis proporcionando-lhes vantagens na sua preferência.”
O site do Candando, aberto em 2015, anuncia que “o cartão Dando Candando permite escolher entre mais de 30 mil produtos alimentares, brinquedos, moda, decoração, tecnologia, bem-estar e muito mais.”
Na Shoprite, multinacional sul-africana, o cartão permite um depósito entre os 500 e os 200 mil Kwanzas, mas sem promessa de bónus nem oferta de nada. Um pouco à semelhança, na província de Benguela, da já falida Sodispal, sucedânea da Catermar.
Para o académico português José Rousseau, numa reportagem do PUBLICO há três anos, “Estes cartões podem facultar ao retalhista informação directa e fidedigna que mais nenhuma outra ferramenta poderá dar.” Ou seja, “em troca de descontos, acumulação de pontos, ou eventos exclusivos, conseguem obter a informação mais valiosa de todas, determinante para aumentar vendas.”
Numa linguagem mais simples. Como se já não bastassem as câmaras de vigilância, toda a vez que usar cartão, você estará a ser submetido (sem saber) a um inquérito sobre o quanto gasta, com o que gasta, em que dia, e por aí vai. Nada mais é pessoal e íntimo.
Ora, não nos cabendo o papel de julgar, a preocupação é apenas de foro ético.Quem irá monitorar a confidencialidade e o uso adequado da informação recolhida? Terá o cliente, ao aderir ao cartão, noção das posteriores análises feitas ao seu comportamento? Ainda era só isso. Obrigado.
Gociante Patissa | Benguela, 4 Dezembro 2017 | www.angodebates.blogspot.com
segunda-feira, 4 de junho de 2018
Diário | Assim vais dizer que estás melhor que eu?!
“Como
é, parente, essa disposição é como?”
“É
aquela, meu!… E convosco?”
“Ya…
Vamos fazer mais como?…”
“Como
é, velho, ali no multi-caixa tem papel?”
“Qual
papel? De letras finas ou o que tem as caras dos pais dos outros?”
“Este
mesmo, o de um morto e um vivo.”
“Nada.
Também fui picar, a ver se aquela sujeira já caiu, e nada!”
“Vosso
fim do mês continua a atrasar muito?”
“Isso
até…”
“É
o que te falei naquele tempo: tira voado desse empate profissional de figura
pública que apanha poeira na fila do banco quando o salário cai, ainda estavas
a mandar vir. Sócio, eu esses mambos de esperar salário no bolso do patrão,
tipo mulher doméstica que depende do marido, já descalcei há bwé. Hoje, faço
meus business, hã!, empresário por conta própria é outra coisa. A vida
minimamente vai...”
“Nessa
conversa já estás a ir com água, mô wi! Você já assim também é empresário?! Ó
meu, baixa ainda a velocidade do sonho…”
“E
vais dizer que não sou um empresário?!”
“Estás
sempre a ir com água, ó pai! Empresário vem de empresa, estás as ver, né?
Alguém que faz importação, que tem parceiros lá fora. Você tem empreendimento,
és um pequeno empreendedor só ainda praticamente. Ou já pagas imposto nas
finanças, no banco tens garantia de crédito e eu ainda não sei?!”
“Mas
eu pago salários, ouviste?!”
“Hum!
Fazes pagamento por biscato, mano, não vamos só se entrar na mente, engordar as
ideias. Tipo assim: se é na classe dos carros, você ainda é só um kaleluya,
rapaz! Não acabaste bem de ser mota, apesar da carroçaria. São vocês! Só viu
uma esquina com seis galinhas, ah porque projecto no sector aviário com vista à
diversificação da economia. Xê, você!!! Vai à escola, homem!”
“Sei
ler e escrever. Contas é comigo. Assim vais dizer que estás melhor que eu?!”
“Em
Setembro o salário dos professores já vai tomar anabolizantes, está no ginásio
das finanças a ganhar músculos…”
“Tcha!!!”
“O
novo estatuto de conversão da carreira docente é uma promessa! Aquela greve do
Sinprof fez alguma coisa. O cágado da justiça vai chegar, lentinho, mas vai… Os
outros que ainda abandonaram o estudo e o estado, isso já é com eles…”
“Só
agora que vais conhecer dinheiro parece, né? Tudo o que vais comprar eu tenho
ou já tive…”
“Será?”
“Eu
vivo bem, sócio! Já dei grande passo. Quero resolver a minha vida. Quando
atingir os quarenta e cinco anos, não preciso mais trabalhar. Aquilo é só
comer, beber do bom e do melhor, muitas miúdas estão à espera. Agora, vens com
essa conversa, ah porque tens de estudar?! Depois dos trinta e cinco anos, o
tal estudo vou mais levar aonde?!”
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 04.06.2018
sábado, 2 de junho de 2018
Crónica | Vida de marginal hoje em dia não está fácil, quanto mais a do polícia…
Cartoon de autor não identificado |
Ainda nem faz um mês que condenarmos a morte do compatriota Zacarias Falso, guarda da União dos escritores Angolanos (UEA), detido em serviço por um comandante policial na sequência do furto da placa electrónica da viatura Toyota Fortuner (da cidadã Lúcia Silveira, durante um evento da AJPD-Associação Justiça Paz e Democracia, que ela preside, albergado no espaço da UEA). Zacarias faleceu depois de dar entrada no hospital, vítima de tortura numa das esquadras policiais na capital, supostamente perpetrada (apenas) por três detidos na mesma cela como consequência de ter negado uma tarefa “doméstica” (uma tese longe de ser convincente). Neste caso, ficou mal na foto a polícia.
Mas é na mesma Luanda que pouquíssimos dias depois se deu um caso também digno de repúdio, só que desta vez estando o polícia na condição de vítima. Em pleno serviço, um agente regulador de trânsito aborda uma viatura e a atitude do motorista é insana. Atropela-o. Encontra-se em situação de saúde crítica. Levantamos logo a voz para condenar tal cobardia, tão lesiva quanto é a violência castrense, tantas vezes denunciada.
No dia dedicado à criança, agitam as redes sociais os três minutos de vídeo amador com uma barbárie institucional. Vêem-se um jovem a contorcer-se, aparentemente baleado, e um agente do SIC (Serviço de Investigação Criminal) empunhando uma AK-M. Este faz uns telefonemas e instantes depois entra outro à paisana, que saca da pistola e descarrega letal e à queima-roupa sobre o alegado marginal, ao que se via, desarmado. O morto aparentava ser de camada social desfavorecida, talvez por isso não se conheça a voz da família.
Isto, precisamente no dia em que o presidente da república, João Lourenço, em périplo pela Europa disse em entrevista à Euronews quanto à violação dos direitos humanos, e citamos, “Estamos a trabalhar no sentido de que isso não aconteça. Nos oito meses da minha governação, não sei se existem casos. (...) estarei atento para que isso não aconteça”, fim de citação.
A execução do alegado marginal, à luz do dia e exposta ao trânsito da zona do Benfica em Luanda, divide opiniões. Uns condenam, outros encorajam uma abordagem enérgica no combate ao crime. O certo é que a história está incompleta. A vítima era assaltante? Só hoje ou andava à monte? O vídeo começa e termina no local do abate. Sugere alguma falta de contexto, porém a crueldade do acto faz ela mesma um contexto. A polícia já emitiu comunicado a condenar a acção do agente e promete medidas disciplinares e criminais.
É útil que condenemos. É também útil que nos solidarizemos com os polícias, de modo geral, apelando para um trabalho dentro da corporação na vertente psicossocial de quem arrisca a vida todas as noites para garantir a tranquilidade da maioria, mas que nem por isso tem as condições sociais minimamente asseguradas; aquele que escapa à morte no dever de capturar um marginal e lida com a frustração de o ver logo de seguida livre por aí, em virtude de a entidade competente, o Procurador, não ver evidência que justifique manter a situação carcerária do suspeito. Caso para dizer que se a vida de marginal hoje em dia não está fácil, quanto mais a do polícia… Ainda era só isso. Obrigado.
Gociante Patissa | Benguela, 1 Junho 2018 | www.angodebates.blogspot.com