quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Curiosidades e memórias da AJS (6) | AJS VAI RECRUTAR MAIS MEMBROS (anúncio do ano de 2007)

Fundar uma Organização Não Governamental angolana é apenas um passo e qualquer cidadão consegue fazê-lo se se guiar pela lei das Associações. Agora, sustentá-la no presente contexto de desenvolvimento é que é uma obra. Aliás, não é nada pequeno o número daquelas que se viram convidadas pela adversidade a encerrarem as portas e todo um sonho, depois de incentivadas a surgir pelo contexto de emergência.
Em Dezembro deste ano, a AJS somará sete anos de existência, uma experiência relevante para os seus membros, amigos e, sendo de todo justo aqui considerar, para a sociedade, que constitui o seu ponto de partida e de chegada. Nesta edição trazemos para @ noss@ leito@ o retrato recente da AJS.

No campo dos projectos, o biénio 2006-07 é o melhor da história da AJS, na medida em que permitiu gerir três Projectos autónomos em simultâneo. Trata-se dos projectos “Pesquisa para o Ensino Primário em Benguela”; “Viver Contra a Sida-3, Cidadania e Saúde Preventiva”; e “Palmas da Paz-2, Cidadania e Prevenção de Conflitos”, financiados pela Education Action International, Reino Unido, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pela Embaixada americana, respectivamente.

Para o Responsável da Organização, Edmundo Francisco, vive-se actualmente um momento determinante para a vida da AJS, chegando a considerar tal experiência como resultado de todo um trabalho de equipa, reflexo da confiança nos valores que norteiam a agremiação, bem como o poder de iniciativa e execução dos seus recursos humanos tem merecido da sociedade. Todavia, considerou, sendo indicador de crescimento implica também que a sociedade vai exigir mais “de nós”.

Para melhor ilustrar o nosso leitor, recordamos que, depois de ter completado no ano 2000 a sua formalização, só no final de 200l é que AJS se habilitou a gerir fundos indirectos – enquanto membro da Coligação “Ensino Gratuito, já!”. Contudo, em 2004, mediante apuramento em concursos públicos, a AJS implementou os projectos “Viver Contra a Sida” e “Palmas da Paz”, financiados pela Oxfam e pela Usaid, respectivamente.

IMPACTO, AMPARO DO PÚBLICO E APRENDIZAGEM CONJUNTA
O amparo do público e parceiros é uma lufada de ar fresco com a qual se vem caminhando ao longo destes sete anos de existência e das mais diversas formas. Um dos sinais muito recentes a indicar são, por exemplo, a receptividade do programa radiofónico “Viver para Vencer” e do Boletim informativo “A Voz do Olho”. “As pessoas, quer singulares quer colectivas, comparecem para debate no estúdio e, quando impedidas, não hesitam em comunicar-nos das razões, um sinal claro de retribuição da consideração”, qualificou. Por outro lado, o retorno do Boletim AV-O tem sido encorajador, sendo que dos leitores da última edição se destaca o Dr. Zeferino António, médico de profissão e Director do Hospital da Catumbela.

Os nossos “produtos” são criados como oportunidades de aprendizagem conjunta, seja entre os membros e/ou pessoas interessadas. É nessa ordem de ideias que o programa radiofónico “Viver para Vencer” e o Boletim AV-O são editados por membros da organização com habilidades e formação, treinando na base da formação/acção” os demais membros. Fica desde já o pedido de desculpas ao público que nos acompanha pela alternância de vozes (Gociante Patissa, Júlio Lofa e Edmundo Francisco) no programa e pelos erros ortográficos no Boletim, resultados do princípio de combater a dependência.

Ao ambiente na sede da AJS há muito se evita dar a “frieza” de um “escritório”, optando por um aspecto de “lar”, onde cada qual está perto do outro. É de todo justo considerar ser graças a isso que a frequência é considerável, não importa a idade, a classe social, o género, etc. Entretanto, na dinâmica do ingresso de mais mão-de-obra, vários amigos da organização sentem dificuldades em se adaptar com tal realidade, sobretudo quando não encontram o pessoal antigo, com o qual estão familiarizados.

ORGANIZAÇÃO INTERNA
A nível interno, nem tudo corre bem. A principal preocupação é mesmo a falta de tempo dos quadros da casa. Os membros da Coordenação Executiva dividem o seu tempo entre a AJS, a Universidade e ocupações profissionais. Uma substituição quase completa traria um novo alento, mas a natureza do serviço é difícil de compreender, numa sociedade em que a principal preocupação para a juventude é ainda a luta pela sobrevivência. “Hoje em dia, é difícil encontrar jovens com espírito voluntário, que dediquem o seu tempo e talentos sem “olhar primeiro para o dinheiro”. 

Enquanto isso, a elevada carga de actividades significa pouco tempo para assembleia de membros. “Felizmente, as relações interpessoais são boas entre os membros”, considerou Edmundo, o que possibilita aproveitar as poucas oportunidades com informação passe em tempo real.

Duas soluções estão em vista, sendo que uma tem a ver com a outra. Está prevista para finais de Julho uma assembleia-geral de membros da AJS, para balancear o biénio do ponto de vista programático e também financeiro. Mais importante ainda, tal sessão aprovará também a proposta de recrutamento de novos membros, tendo em mira alguns talentos do Grupo juvenil de Activistas Voluntários da Santa-Cruz, pelo seu empenho e conduta. Que venham, serão recebidos de braços abertos!

In Boletim “A Voz do Olho” (AV-O), Ano 1, Edição Nº 3, Abril de 2007
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