Fundar uma Organização Não Governamental angolana é apenas um passo e
qualquer cidadão consegue fazê-lo se se guiar pela lei das Associações. Agora, sustentá-la no presente contexto de
desenvolvimento é que é uma obra. Aliás, não é nada pequeno o número daquelas
que se viram convidadas pela adversidade a encerrarem as portas e todo um
sonho, depois de incentivadas a surgir pelo contexto de emergência.
Em Dezembro deste ano, a AJS somará sete anos de existência, uma
experiência relevante para os seus membros, amigos e, sendo de todo justo aqui
considerar, para a sociedade, que constitui o seu ponto de partida e de
chegada. Nesta edição trazemos para @ noss@ leito@ o retrato recente da AJS.
No campo dos projectos,
o
biénio 2006-07 é o melhor da história da AJS, na medida em que permitiu gerir
três Projectos autónomos em simultâneo. Trata-se dos projectos “Pesquisa para
o Ensino Primário em Benguela”; “Viver Contra a Sida-3, Cidadania e Saúde
Preventiva”; e “Palmas da Paz-2, Cidadania e Prevenção de Conflitos”,
financiados pela Education Action International, Reino Unido, pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento e pela Embaixada americana,
respectivamente.
Para o Responsável da Organização, Edmundo Francisco, vive-se actualmente
um momento determinante para a vida da AJS, chegando a considerar tal
experiência como resultado de todo um trabalho de equipa, reflexo da confiança
nos valores que norteiam a agremiação, bem como o poder de iniciativa e
execução dos seus recursos humanos tem merecido da sociedade. Todavia,
considerou, sendo indicador de crescimento implica também que a sociedade vai
exigir mais “de nós”.
Para melhor ilustrar o nosso leitor, recordamos que, depois de ter
completado no ano 2000 a sua formalização, só no final de 200l é que AJS se
habilitou a gerir fundos indirectos – enquanto membro da Coligação “Ensino Gratuito,
já!”. Contudo, em 2004, mediante apuramento em concursos públicos, a AJS
implementou os projectos “Viver Contra a Sida” e “Palmas da Paz”, financiados
pela Oxfam e pela Usaid, respectivamente.
IMPACTO, AMPARO DO PÚBLICO E APRENDIZAGEM CONJUNTA
O amparo do público e parceiros é uma lufada de ar fresco com a qual se
vem caminhando ao longo destes sete anos de existência e das mais diversas
formas. Um dos sinais muito recentes a indicar são, por exemplo, a
receptividade do programa radiofónico “Viver para Vencer” e do Boletim
informativo “A Voz do Olho”. “As pessoas, quer singulares quer colectivas,
comparecem para debate no estúdio e, quando impedidas, não hesitam em
comunicar-nos das razões, um sinal claro de retribuição da consideração”,
qualificou. Por outro lado, o retorno do Boletim AV-O tem sido encorajador,
sendo que dos leitores da última edição se destaca o Dr. Zeferino António,
médico de profissão e Director do Hospital da Catumbela.
Os nossos “produtos” são criados como oportunidades de aprendizagem
conjunta, seja entre os membros e/ou pessoas interessadas. É nessa ordem de
ideias que o programa radiofónico “Viver para Vencer” e o Boletim AV-O são
editados por membros da organização com habilidades e formação, treinando na
base da formação/acção” os demais membros. Fica desde já o pedido de desculpas
ao público que nos acompanha pela alternância de vozes (Gociante Patissa, Júlio
Lofa e Edmundo Francisco) no programa e pelos erros ortográficos no Boletim,
resultados do princípio de combater a dependência.
Ao ambiente na sede da AJS há muito se evita dar a “frieza” de um
“escritório”, optando por um aspecto de “lar”, onde cada qual está perto do
outro. É de todo justo considerar ser graças a isso que a frequência é
considerável, não importa a idade, a classe social, o género, etc. Entretanto,
na dinâmica do ingresso de mais mão-de-obra, vários amigos da organização
sentem dificuldades em se adaptar com tal realidade, sobretudo quando não
encontram o pessoal antigo, com o qual estão familiarizados.
ORGANIZAÇÃO INTERNA
A nível interno, nem tudo corre bem. A principal
preocupação é mesmo a falta de tempo dos quadros da casa. Os membros da Coordenação
Executiva dividem o seu tempo entre a AJS, a Universidade e ocupações
profissionais. Uma substituição quase completa traria um novo alento, mas a
natureza do serviço é difícil de compreender, numa sociedade em que a principal
preocupação para a juventude é ainda a luta pela sobrevivência. “Hoje em dia,
é difícil encontrar jovens com espírito voluntário, que dediquem o seu tempo e
talentos sem “olhar primeiro para o dinheiro”.
Enquanto isso, a elevada carga de actividades significa pouco tempo para
assembleia de membros. “Felizmente,
as relações interpessoais são boas entre os membros”, considerou
Edmundo, o que possibilita aproveitar as poucas oportunidades com informação
passe em tempo real.
Duas soluções estão em vista, sendo que uma tem a ver com a outra. Está
prevista para finais de Julho uma assembleia-geral de membros da AJS, para
balancear o biénio do ponto de vista programático e também financeiro. Mais
importante ainda, tal sessão aprovará também a proposta de recrutamento de
novos membros, tendo em mira alguns talentos do Grupo juvenil de Activistas
Voluntários da Santa-Cruz, pelo seu empenho e conduta. Que venham, serão recebidos de braços abertos!
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