(I)
"Mas esse homem pensa que é o quê assim afinal?"
"O cidadão? Também já notaste afinal, né?"
"Ya. Anda aí de ombros em cabide; saudar, nada. Quando é para conversar,
contraria tudo, monopoliza os silêncios da rua, biblioteca toda na ponta da
língua..."
"Ele está assim desde janeiro..."
"Mas isso não é contagioso? Será algum distúrbio psíquico?"
"Até é distúrbio legislativo..."
"Essa eu não entendi..."
"Está a treinar para cair no anzol a deputado..."
"Como deputado independente. Independência não é discordar de tudo?!"
"Será?"
"Então, mas querias que fosse como o marketing do outro para independente?
Tenta insistir em falar com ele, vais ver..."
(Il)
"Ó meu! Andas diferente. Como é então esse negócio?"
"Tenho algum negócio com vossa pessoa?!"
"Há uma diferença em você que estou a notar.."
"Agora vossa excelência agora é notarial?"
"Você mudou de repente..."
"Em relação a que estágio? Aliás, se por mau não me toma, eu retiro-me
deste diálogo inquisidor e pouco fecundo. A não ser que me queira fazer
companhia no talho..."
"Não, obrigado. Por acaso agora sou vegetariano..."
"Para quê?"
"Para não sacrificar a vida dos animais, não?"
"Porque as plantas não têem vida?"
"Não é isso..."
"Meu caro concidadão e coetâneo, se eu tenho de produzir ervas para
alimentar o boi, o cabrito, o carneiro, ou o que seja, então ao abater o animal
eu estarei tão só a comer a minha erva. O animal é proporcional ao
investimento, certo?"
"Certo e não certo. O abate de animais não é massacre?"
"É colheita para consumo alimentar..."
"Meu irmão, é assim: vai só, yá!... Se queres ser deputado, fica só bem,
mas não me entres na mente..."
"O cidadão, que por definição é potencial autarca, assim é uma espécie de
intolerante, alérgico ao debate?
www.angodebates.blogspot.com
| Gociante Patissa, Caimbambo, 04.05.2017
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