(I)
"Boa noite, meu irmão. Vai para o
Lobito?"
"Boa noite. Mais ou menos. Parei
para dar boleia àquele moço, é um primo meu. Não é bem Lobito, está mais
próximo da Katombela o destino dele."
“Dá-me só um jeito também, ya?”
“Fica complicado, mano. Vai-me
desculpar. Estou a vir da escola, são já 22 horas. Portanto, aquilo vai ser um
depositar o homem na paragem e voltar imediatamente.”
“Não faz mal, fico onde ele ficar…”
“Pronto, se for assim, então vamos…”
(II)
“Eh pá, primo, estás entregue. Chega bem
à casa e cumprimentos à família!”
“OBRIGADO. VOCÊ TAMBÉM, PRIMO. BOM
REGRESSO E VAI COM DEUS.”
“Mano, conforme falamos, a paragem é
aqui…”
“Mas vai ter que fazer a rotunda lá na
bolacha do campo do Buraco, ou não é isso?”
“Sim, com certeza.”
“OK, ali estou bem.”
(III)
“Pronto, companheiro, aqui já estás
entregue.”
“Meu irmão, entra só até depois da ponte
[500 metros]. Vais ter mesmo coragem de deixar o outro nesta escuridão aqui na
linha onze?”
“Assim fica complicado ajudar,
companheiro. Lembras-te de quando eu disse que só traria o primo?”
“Meu irmão, não custa nada, ajuda só. Eu
tenho medo de bandidos. Vais fazer isso mesmo comigo, me deixar nesta
escuridão?...”
“Olha, neste caso, há uma solução boa
para ambas as partes. Fecha a porta, ainda vou a tempo de te deixar na paragem
de Benguela [35 km] onde subiste. Lá não há bandidos.”
“Xé!, você é mau, ya?…”
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa, Benguela. 17 Agosto 2016
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