Nota: os participantes tiveram 20 minutos para
escrever uma redação, que podia ser sobre o Lobito ou outro tema a seu
critério, visando fazer um levantamento das habilidades antes da exposição ao
conteúdo do workshop sobre “Breve Introdução ao Género Crónica”. Publico as
redacções que me parecem representar a esperança na continuidade da prosa
literária em Benguela, considerando que são jovens que se dedicam (apenas) à
poesia. GP
Redacção: O DESCOMPASSO
A minha presença na roda da existência de um circuito que se chama
sociedade, quesem que me interessasse nela, fui obrigatoriamente inserido e
aceite.
Porém, a obrigação de ser inserido e a facilidade de ser aceite sem
julgamento fez com que entrasse no mundo de um compasso, onde a minha presença
fez a minha diferença. A diferença de estar presente nesse compasso obrigou-me
a ser o contrário daquilo que é normal, comum e equilibrado num universo sem
diferenças.
O compasso foi cada vez mais girando numfuso anti-horário das minhas
intenções mas perto da minha parede social, enquanto uma unidade de um todo. Por
saber que o movimento giratório era inverso do normal, esquerda-direita,
apercebi-me que o real seria eu acompanhar o andamento normal da nova ordem
giratória do fuso horário, uma vez que a obrigação de estar inserido ganhou o
direito de ser aceite sem regras.
Surge então a petulância de ser sequaz, na organização actual dos
sentidos avariados, sem a concepção do meu ser e dos sentidos em desordem.
Entretanto, seguir a onda dos movimentos ora adoptados por mim, nesta
nova onda de entendimento, fez com que me tornasse um novo ser para uma nova e
actual realidade.
Mas qual é a nova e actual realidade? É a nova visão, que aparece no
horizonte nos meus pensamentos sem que as tivesse visto antes da minha
existência.
É o conflito com o despreocupante. É a guerra contra o bem. É tudo
contra o bom de muitos. É o descompasso.
Por Efraim Mariano João Chinguto, Lobito,
24 Agosto 2013
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