Enunciado: Sempre que visito a cidade do Huambo, no
perímetro que vai do Jardim da Cultura até ao Pavilhão Multiusos/Estufa, me
questiono quanto aos critérios levados em conta na hora de plantar as estátuas
e bustos ali presentes. Há simbolismo de homenagem a entidades ocidentais,
herdadas provavelmente da era colonial, há também rostos de heróis nacionais. Salta à vista a heroína Deolinda Rodrigues (como de
resto parece ocorrer em todo o país). As questões são as seguintes:
(1) Terá havido nos anais da história alguma façanha em
especial protagonizada pela eterna Deolinda Rodrigues no Huambo?
(2) Não se consegue junto de fontes orais pesquisar se
houve também durante os séculos de resistência alguma mulher da região do
Huambo (Wambu) que pela sua valentia mereça uma estátua/busto e assim figurar ao lado
de Deolinda?
(3) Por aquilo que se estuda no contexto escolar, pelos
heróis que figuram na toponímia da Angola pós 1975, podemos concluir que há uma
tendência de predominância nortenha no inventário oficial das glórias
angolanas? Se sim, quais os factores e de que forma se pode optimizar uma
representatividade mais equilibrada das sensibilidades que compõem a República
de Angola?
Nota final: A motivação do debate é académica mas sua
excelência eu, que não tem como coarctar os talentosos em conotação de ideias
livres, aproveita desde já o ensejo para autorizar quem assim o pretender a
inscrição de mais esta publicação na estatística do pretensamente subversivo.
Ainda era só isso. Obrigado.
Gociante Patissa. Benguela, 08.12.2017 www.angodebates.blogspot.com
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