segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Curiosidades e memórias da AJS (18) | 18 DE DEZEMBRO DE 1999 – 18 DE DEZEMBRO DE 2017, AJS 18 ANOS. DA LEVA DE FUNDADORES, FALTA-NOS O CAMBOMBA


Termina hoje um conjunto de 18 artigos publicados sob o genérico «Curiosidades e memórias da AJS» para coincidir com o 18.º aniversário da Associação Juvenil para a Solidariedade (AJS), ONG de âmbito provincial com sede na cidade do Lobito, na província de Benguela.

Combinando textos novos devidamente assinados e uma compilação do arquivo publicado pelo Boletim “A Voz do Olho”, veículo informativo AJS (hibernado), lancei este exercício agridoce, da minha inteira responsabilidade e alicerçado na legitimidade de membro fundador, no sentido de contribuir para deixar algum registo da nossa agremiação, a qual muitos só conheciam pela face exibida da porta para fora, como tal relativamente “cosmética”.

A “maioridade” da AJS, que era suposto, pelo simbolismo que carrega, acontecer num clima de congregação de um conjunto de membros matematicamente coincidente, 18, esteve longe disto mesmo. Os factores são vários e parte deles foi espelhada nos 18 artigos que podem ser consultados pela palavra-chave «Curiosidades e memórias da AJS» aqui e no blog Angodebates através do link https://angodebates.blogspot.com/p/curiosidades-e-memorias-da-ajs.html.

A primeira curiosidade é em jeito de homenagem a um dos fundadores e assíduos membros nas reuniões que tinham lugar à sombra de qualquer árvore na fase embrionária da AJS, quando nem um beco sequer para as reuniões da comissão instaladora havia e a escola Rei Mandume falhava a promessa de emprestar uma sala. Falo de Avelino Cambomba, professor de profissão, que “ascendeu” há coisa de cinco anos. Era da linha dos mais kotas, recrutado pela relação de colega de escola e pela personalidade. A vida de Cambomba foi marcada por uma tenacidade notória, muitas vezes recorrendo ao triplo esforço, senão mais, contornando os obstáculos de quem tem problemas motores em função de uma paralisia na infância, um dos quais a peleja diária por um lugar nas carruagens de comboio do CFB em direcção à escola.

A outra curiosidade está na frustração de nunca termos conseguido, e aqui faço a mea culpa de mentor da ONG, mobilizar cérebros para ocupar os lugares nas demais estruturas dos órgãos sociais, nomeadamente o Corpo Directivo (órgão estratégico e delineador de políticas) e a Mesa da Assembleia Geral (órgão deliberativo e poder soberano), o que sobrecarrega em tarefas e competências a Coordenação Executiva. É uma realidade comum na sociedade civil angolana onde as vicissitudes da vida urbana retiram das prioridades o voluntariado. Algumas associações são felizes em assegurar o espírito cooperativista, outras nem tanto. Aspectos como a prestação de contas, a disciplina, o zelo do património e dos ideais, assim como o recrutamento de membros acabam à mercê da subjectiva agenda de quem gere a instituição.

Face ao alegado abandono da AJS por parte dos “históricos”, vale rememorar a assembleia geral de membros que se encontra PENDENTE HÁ SEIS ANOS (fora deliberada para ocorrer três meses após a assembleia extraordinária que contou com a mediação externa), visando aprovar as contas, actualizar o regulamento interno, os estatutos, quiçá o plano estratégico. Estatutariamente as assembleias ordinárias devem ser anuais.

Fecha-se com o inevitável elogio à Coordenação Executiva por manter a casa aberta, pelo crescimento no património material e no palmarés no que respeita à relação de confiança com doadores para implementar projectos.

AJS – “Humildade, Justiça e Solidariedade”
Catumbela, 18 de Dezembro de 2017
Daniel Gociante Patissa (Membro Fundador)
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