quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Opinião | Saudar sempre, caros políticos

Caros políticos representantes de partidos e coligações na província de Benguela, 

Ao frequentar espaços públicos não se esqueçam daquele gesto antiquado chamado saudação. A partir do momento em que se metem nessa actividade, a da política partidária, perdem o direito de escolher quem cumprimentar ou então aquela coisa de "hoje não acordei bem disposto". Não sugiro beijarem pés e mãos, mas um simples bom dia, boa tarde ou boa noite pode fazer a diferença na impressão com que fica o potencial eleitor. Ah, estão a poupar a voz para a estratégia de criticar a situação aos apelativos microfones nacionais e internacionais, né? Também dá, só que fazer opinião por meio da imprensa é bom, mas tem de ser reforçado com um toque de personalização e humanidade, digo no dia-a-dia. Uma mensagem pública cai melhor ainda ao coração quando associada à impressão favorável que se tem de quem a emite. Parece paradoxal, mas se calhar mais energia devia ser investida em aproximar-se ao  desconhecido, que  representa um voto  a conquistar para lá da nossa zona de conforto. O cidadão precisa de sentir que a figura pública que por ele passa se importa com a sua presença, que não é invisível. O contrário pode, mesmo sem querer, sugerir desprezo. Excelências, se a formação superior e o status nos colocam acima do mais elementar gesto da socialização, que é saudar, e não damos conta disso, então pode ser já um sinal de ser necessário seguir outro rumo de não-exposição. Um político que ainda antes de assumir o poleiro não dá sinais de se rever na atitude de servo do povo pode ser útil, mas é parcialmente, pois arrisca-se a representar apenas um emblema, não vontades e aspirações. O vosso papel é importante na consolidação da democracia, daí sua excelência eu voltar a ser chato neste quesito. Não é na campanha que se fazem votos, caros compatriotas, é antes. Ainda por cima, o concorrente chama-se João Lourenço, que neste momento até já pode ser considerado a estrela mais cintilante da política nos países africanos de expressão portuguesa, passe o exagero. Esta é a contribuição em jeito de assessoria desinteressada de sua excelência eu. Pronto. Ainda era só isso. Obrigado
Gociante Patissa | Catumbela, 20 Dezembro 2017 | www.angodebates.blogspot.com
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