Cruzei com um líder de um partido político da oposição pelos degraus do corredor de uma repartição. Corriam as primeiras horas de uma manhã laboral. Mantive o olhar na direcção dos olhos dele, como recomenda a boa educação, esperando, em vão talvez, que me saudasse. Não tendo ele tomado a iniciativa, então saudei-lhe eu, com certa pena. Dirijo-me em reacção instintiva, em tom de resmungar, ao companheiro que me acompanhava: "Mas esse senhor não saúda?!" O companheiro, inócuo ao ocorrido, indaga se nos conhecíamos. Por acaso não. Nem faço a mínima ideia de como ele terá passado a noite ou o estado de saúde da conta bancária do homem. Mas seja como for, como figura pública que ele é, e numa fase de praticamente campanha eleitoral, a faltar um mês para ir às urnas, não seria melhor nem pelo menos fingir que tem consideração pelos potenciais votantes?! Rendido à minha lógica o companheiro complementa: "Isso é mesmo assim. Se calhar, se fosse o próprio dono do partido, iria cumprimentar". Moral da história: caros políticos, se der para aproveitar a sugestão que estas linhas encerram, aproveitem. A mobilização faz-se no dia-a-dia, em gestos simples como mostrar que estamos ao nível de nos identificar de maneira desinteressada com o cidadão comum, desconhecido. Guardemos ainda para depois da victória o mau feitio a que temos direito, o diploma, ou eventuais preferências quanto a classes sociais. Desta vez não cobro pela assessoria, mas o problema é que sua excelência eu não dura para sempre. Ainda era só isso. Obrigado hahahahaha
Gociante Patissa, Catumbela, 15 Julho 2017
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