"Colega,
já viste uma coisa?"
"Qual
é a dica?"
"Esse
chinês já está começar a me dar raiva, meu... Me responde só ainda. Assim se um
dia desses um gajo lhe chamar um nervo, fiz mal?"
"Qual
é a maka então?"
"Estou
mesmo a lhe controlar... lhe controlar... lhe controlar... Vi mesmo, que...
Não! Esse gajo tem uma intenção..."
"Aié?
Então ainda em vez de trabalhar - e sabes mesmo bem que trabalho do talho não é
para mulheres -, você ainda perde mais tempo com controlar a intenção dos clientes?
Intenção de quê assim?"
"Mas
você também é muito boelo, jurumemu..."
"Assim
é de se ofender?"
"Não,
claro que não. Desculpa..."
"Vou
pensar. Mas continua..."
"Já
passam três meses. Mas aquele chinês afinal é como?! Daqui a pouco vai vir. O
movimento dele no talho não varia. Fica ali a mostrar os dentes, cheio de
simpatia, porque 'boa talde, amigo, quelo isso, quelo aquilo'. Ele já é que não
pede a tal carne de primeira, não pede segunda com ossos, não pede picanha, não
pede alcatra, não pede miudezas, nem pelo menos ossos para cães. Nunca
reparaste?"
"Agora
que falas, estou a dar conta..."
"Assim
se um dia desses um gajo lhe chamar um nervo, fiz mal? Quando ele chega, pede só
o quê?..."
"Os
testículos do animal, muito mais cabrito..."
"Esse
chinês assim não deve ser um gay que está a nos seduzir, como quem nos vê como
cabrões?!..."
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