Abel Dueré (à esq.):
Totalmente! Por um lado, há jovens que preservam a cultura, o tradicional a
todo custo, mas existe uma atenção muito maior de um tipo de música que de
certa forma não é a da nossa sanzala, mas é a do guetto, que é influência
americana e brasileira. O próprio Ku-duro está a virar funk brasileiro.
Lembro-me da maneira como se dançava e hoje já vejo as pessoas a passar a mão
nos órgãos genitais. Isso não é angolano, mas sim dos outros. A nossa dança
sempre foi sensual, e ela, hoje, é sexual.
Jornal Nova Gazeta, edição Nº 83, 30 Janeiro 2014, pág. 30
Foto ilustrativa apenas (reporta um encontro na praça Tereza Batista,
Salvador da Bahia, durante a 6ª Bienal de Jovens Criadores da CPLP)
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Como Abel Dueré, mais vozes precisam-se em jeito de contra-ponto para questionar as tendências. Sem isso, o panorama artístico arrisca-se a ser um comércio despido de referências histórica e moral.
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