Eu daria o mundo e o fundo
em resumo,
ia dar tudo,
para ter de novo o engano.
Engano bobo,
tolo,
e ingênuo,
de que aquilo que havia
(ou nem havia)
ia ser eternamente.
Agora,
quando eu olho cara a cara,
e analiso,
e concateno e coaduno,
já nem creio que era eterno.
Um picolé de groselha,
um trevo murcho,
e um anel de faz-de-conta
eram o bastante,
e eram tudo.
por Dalva M. Ferreira, blogue MIRADA ANTERIOR, 24/02/14
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