Há
surpresas surpreendentes, e aqui nada melhor que o pleonasmo para tentar
definir a emoção sentida!
Eu
gosto de ler, acho que não é novidade para ninguém que me vai conhecendo. E
gosto de ler os clássicos, os contemporâneos, os conhecidos e, mais ainda, os
desconhecidos, porque é destes, uma grande parte das vezes, que surgem os
textos que realmente valem a pena ler, os quais, por norma, fluem na sua
singeleza, que os torna enormes, na sua pureza, que os torna impolutos, no seu
desinteresse que os afasta dos holofotes do comércio. Estão ali, brotando da
alma, dádivas generosas de quem se dá a ler, no compromisso assumido
inominadamente por se ter o que transmitir, seja novo, velho, mas sempre
diferente.
Foi
assim que me deparei com os escritos de Gociante Patissa,
na sequência do mesmo ter dado os seus préstimos de tradutor a uma amiga comum,
a escritora Dulce Tavares
Braga. O primeiro livro que dele li, veio por encomenda, via postal,
de Angola a Portugal, de Benguela a Lisboa, em viajem demorada, o que, por isso
mesmo, só serviu para me aguçar a curiosidade, aliás plena e reconhecidamente
saciada, pois dei-me com um texto repleto de ritmo, colorido e humor, e não há
maior sinónimo de inteligência que este último, e magistralmente escrito com todos
os pergaminhos e predicados que só os bons textos sabem preencher. Tratava-se
de “Não Tem Pernas o Tempo”.
Mais
tarde, bastas conversas facebookianas depois, bem como do “Encontro e
Conferência sobre a Expansão da Língua Portuguesa”, promovido pela Casa de
Angola, e por outra, entretanto, amiga comum,Filomena Barata,
altura em que tive o grato gosto de apresentar a obra e o escritor Gociante
Patissa, este teve a supra gentileza de me presentear com alguns dos seus
demais livros (“Consulado do Vazio” – poesia -, “A Última Ouvinte” – contos -,
“Guardanapo de Papel” – poesia -, Fátussengóla, o Homem da Rádio que Espalhava
Dúvidas” – contos -) (de notar, que já tinha lido o seu conto que integra a antologia
“A Balada dos Homens que Sonham – Breve Antologia do Conto Angolano), os quais
me trouxeram a certeza de estar perante um nome a reter na literatura deste
tempo e deste espaço, pelo elo comum e indelével que sempre nos unirá, pesem as
diferenças que se querem por saudáveis e enriquecedoras, que é a língua que
partilhamos.
Assim,
foi com grande regozijo, porque bem é o que se quer aos amigos, que soube que
Gociante Patissa ia apresentar o seu novo livro, a 31 de Outubro de 2015, em
Benguela.
Como
não poderia deixar de ser, consegui que um “emissário” ali fosse e me
adquirisse um exemplar autografado do autor. Exemplar que demorou a chegar-me,
pois veio por portador para Viana do Castelo e dali para aqui, o que levou mês
e meio, repleto, este, de nova e não desiludida curiosidade.
Hoje,
ao abrir um envelope pardacento de correio verde dou-me com o tão esperado “O
Apito que Não se Ouviu”, de Gociante Patissa. Como expectável, não deixei de o
folhear de imediato, a sopesar e a tentar avaliar o conteúdo e as horas de
evasão, deleite e puro entretenimento de que iria beneficiar. E eis senão
quando, e aí veio a emoção de que no princípio falo, tropeço, a folhas 4,
encimada em “bold” por “Agradecimentos”, com a seguinte frase: “Gratidão à
amiga Alexandra Sobral, pelo amparo e divulgação em Portugal”!
Fiquei muda, incrédula, contente, eufórica, esfusiante! Só me resta dizer: eu é que agradeço Gociante Patissa! Porque o seu gesto me fez sentir que coloquei uma outra poeira no Universo, ao ver manifestado, assim publicamente e em letra de forma, que, com os meus actos, sou um poucochinho menos que indiferente. Bem-haja meu Amigo! E continue a dar-se, partilhando os seus escritos que merecem, todos, serem lidos.
Fiquei muda, incrédula, contente, eufórica, esfusiante! Só me resta dizer: eu é que agradeço Gociante Patissa! Porque o seu gesto me fez sentir que coloquei uma outra poeira no Universo, ao ver manifestado, assim publicamente e em letra de forma, que, com os meus actos, sou um poucochinho menos que indiferente. Bem-haja meu Amigo! E continue a dar-se, partilhando os seus escritos que merecem, todos, serem lidos.
Da leitora amiga Alexandra Sobral
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