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Eu
gosto de ler, acho que não é novidade para ninguém que me vai conhecendo. E
gosto de ler os clássicos, os contemporâneos, os conhecidos e, mais ainda, os
desconhecidos, porque é destes, uma grande parte das vezes, que surgem os
textos que realmente valem a pena ler, os quais, por norma, fluem na sua
singeleza, que os torna enormes, na sua pureza, que os torna impolutos, no seu
desinteresse que os afasta dos holofotes do comércio. Estão ali, brotando da
alma, dádivas generosas de quem se dá a ler, no compromisso assumido
inominadamente por se ter o que transmitir, seja novo, velho, mas sempre
diferente.
Foi
assim que me deparei com os escritos de Gociante Patissa,
na sequência do mesmo ter dado os seus préstimos de tradutor a uma amiga comum,
a escritora Dulce Tavares
Braga. O primeiro livro que dele li, veio por encomenda, via postal,
de Angola a Portugal, de Benguela a Lisboa, em viajem demorada, o que, por isso
mesmo, só serviu para me aguçar a curiosidade, aliás plena e reconhecidamente
saciada, pois dei-me com um texto repleto de ritmo, colorido e humor, e não há
maior sinónimo de inteligência que este último, e magistralmente escrito com todos
os pergaminhos e predicados que só os bons textos sabem preencher. Tratava-se
de “Não Tem Pernas o Tempo”.
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Como
não poderia deixar de ser, consegui que um “emissário” ali fosse e me
adquirisse um exemplar autografado do autor. Exemplar que demorou a chegar-me,
pois veio por portador para Viana do Castelo e dali para aqui, o que levou mês
e meio, repleto, este, de nova e não desiludida curiosidade.
Hoje,
ao abrir um envelope pardacento de correio verde dou-me com o tão esperado “O
Apito que Não se Ouviu”, de Gociante Patissa. Como expectável, não deixei de o
folhear de imediato, a sopesar e a tentar avaliar o conteúdo e as horas de
evasão, deleite e puro entretenimento de que iria beneficiar. E eis senão
quando, e aí veio a emoção de que no princípio falo, tropeço, a folhas 4,
encimada em “bold” por “Agradecimentos”, com a seguinte frase: “Gratidão à
amiga Alexandra Sobral, pelo amparo e divulgação em Portugal”!
Fiquei muda, incrédula, contente, eufórica, esfusiante! Só me resta dizer: eu é que agradeço Gociante Patissa! Porque o seu gesto me fez sentir que coloquei uma outra poeira no Universo, ao ver manifestado, assim publicamente e em letra de forma, que, com os meus actos, sou um poucochinho menos que indiferente. Bem-haja meu Amigo! E continue a dar-se, partilhando os seus escritos que merecem, todos, serem lidos.
Fiquei muda, incrédula, contente, eufórica, esfusiante! Só me resta dizer: eu é que agradeço Gociante Patissa! Porque o seu gesto me fez sentir que coloquei uma outra poeira no Universo, ao ver manifestado, assim publicamente e em letra de forma, que, com os meus actos, sou um poucochinho menos que indiferente. Bem-haja meu Amigo! E continue a dar-se, partilhando os seus escritos que merecem, todos, serem lidos.
Da leitora amiga Alexandra Sobral
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