EDDY TUSSA. Por mais que se pense o contrário é de estranhar
um caso de estudo a forma abusada, useira e vezeira com que este músico se
serve de criações alheias para fazer sucesso. É salutar que as músicas
populares que marcaram um antigamente na vida sejam resgatadas para que as
novas gerações tenham contacto com tudo quanto se produziu num período áureo da
música angolana. É também normal que qualquer um se sinta empurrado a
interpretar alguma música que o tenha marcado de um cantor doutra geração. Mas,
é bem verdade, que tudo tem o seu limite. E a forma como este jovem cantor
tem-se servido de criações alheias para marcar a sua carreira musical revela
uma forma grotesca de facturar ao menor custo. É actualmente um dos mais
solicitados cantores da praça, mas os seus contratantes esquecem que o ‘menino’
vive, maioritariamente, daquilo que é a inspirações doutros criadores que,
estranhamente, não recebem um chavo pelos seus ‘produtos’. Consta, por exemplo,
que ao obter o terceiro lugar da edição 2014 do Top dos Mais Queridos
esperava-se que o antigo ‘rapper’ beneficiasse também os legítimos herdeiros do
músico Tony do Fumo, cuja composição (Monami) levou-o à distinta consagração.
Qual não foi o espanto: os herdeiros directos de Do Fumo sequer viram um
‘vintém furado’. E agora, o ‘rapaz’ regressou à baila com novo disco e com uma
maioria de músicas doutros músicos. A pergunta que se coloca é: já não haverá
por aí compositores no mosáico musical angolano de forma a suprir este jovem
músico de ‘nutrientes’? É que, quer queiramos, quer não, o ‘miúdo’ tem cá uma
forma abusada de fazer sucesso!... Isto até dá dó.
domingo, 13 de dezembro de 2015
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» A FIGURA (Texto e foto do jornal A CAPITAL, sábado, 12/12/2015, Luanda. Pág. 2)
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