Texto de Cambinda. Sem mais dados |
Do fundo do túnel está uma luz que vislumbra
ilumina aos marfins de sorrisos esquecidos
nos lábios selados com a corrente de tristezas.
Há uma melodia sonante no bico da gaivota
que remexe as nádegas
da mwana-pwo
presas nos gelos de montanhas ensanguentadas
com o ruído voraz dos mutimbas.
Há um clamor na voz
do poeta
que despedaça as lágrimas da mulher que chora
pelos filhos
adormecidos no sofá ilusório
Quem os devolverão
sorrisos
se a sabedoria clamou
e a inteligência escondeu a sua voz
Quem os devolverá a
prudência de asas
e as trilhadelas de pés dançantes
estando no cume das
alturas
a harmoniosa voz da gaivota
Quem os devolverá a
voz que despedaça os lacrimejares
se nos abismais
mistérios da incredulidade
está impregnada a voz do poeta
Os tesouros da piedade?
Os lábios dos justos?
A isso, não couberam as nossas opiniões
A opulência está estendida sobre o odor da esterilidade
o bom orvalho
faz-se espremível
por entre mesas bastardas
de papos que acenam promessas ao vento.
Na maré baixa,
vemos o fundo do mar;
Em cada sopro do vento,
vemos os pedaços de terra
No imensurável brilho das águas
vemos a abastança
esplêndida no infinito Atlântico
e nos fonemas do nosso Kwanza.
Porém,
na crueldade de misericórdias
de mentes legiferantes
está a hipocrisia de bocas danificadas
perturbadoras de pacíficas tempestades
Nota do Blog Angodebates: No ano em que completa o 10.º aniversário, o nosso Blog lançou um desafio de crescer junto com os seus leitores, abrindo para o efeito uma oficina para a divulgação de contos, crónicas e poesia de autores com ou sem livros. Como é natural, teremos colaboradores principiantes, pelo que lá onde for necessário, a gestão editorial do Blog fará ou sugerirá arranjo. O que esperamos é no futuro olhar para o primeiro texto de cada colaborador e festejarmos o progresso que for alcançando.
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