Houve tempos em que a gramática e o dicionário
também eram para se lerem; tempos em que a vírgula entre o sujeito e predicado
era um erro de palmatória; houve tempos em que ler várias vezes o que
escrevemos era um dever. Havia excessos de zelo, é verdade, como o facto de os
enunciados dos exames finais serem levados à sala de aulas por militares
armados da Segurança do Estado. Depois, felizmente, desarmou-se a educação,
ficamos livres de tudo, até do sentido de correcção (antes um sinal de respeito
pelo receptor, na cadeia da comunicação). Viva a era do primado do desaprender.
Gociante
Patissa, Benguela, 28.02.2016
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