Ligou-me ontem o homem a dizer que tinha algo
para me entregar. Como me tratou pelo nome de Daniel, ainda fui a tempo de
perguntar se não se tinha enganado no número, pois não esperava receber nada
dele. Combinamos que iria ter com ele logo que terminasse o meu horário
laboral. Noutra ocasião, nada me seguraria de vontade de saber do que se
tratava, mas com a idade, a gente aprende a gerir a ansiedade e a curiosidade.
Não é que o "malandro" do Arnaldo Samulingua
Mussolovela Sandambi resolveu pregar-me uma dupla surpresa? Primeiro, porque o
conhecia artista do ramo da música (RAP) só. A segunda, porque entendeu
fazer-me homenagem reproduzindo a lápis e carvão aquela que é talvez a mais
pessoal das fotos do meu passado, que reporta o período em que fui pedir
emprego a uma Foto precária do meu bairro, em 1993, aos 15 anos, como aprendiz,
para poder custear os estudos da 7.ª Classe, numa escola que distava pelo menos
5 km a pé de casa. O Lenguito, como também é conhecido o desenhador, para além
de ter sido colega do Curso de Linguística/Inglês na Universidade e de nos ter
emprestado a vestimenta para defesa da tese de licenciatura, é também meu
familiar pela parte materna, pelo parentesco com Gociante Kapiñalã, meu avô, da
Ganda. Wayaka, a manji!, ou seja, bravo, irmão!
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