Santa-Cruz, como bairro, onde vivi de 1987 a 2008, acabará por sumir do mapa um dia - não digo já o geográfico, que ultimamente as coisas levam séculos para se verem actualizadas; mas é de morte à morte, de tragédia à tragédia, que os impérios afectivos ruem. Ainda há pouco foi o Kalú de morte não avisada, em serviço. Veio por telefone tão pesaroso recado. E pelo mesmo telefone, que de velho se ouve muito baixo, veio outro. Desta vez, é morte, também em serviço. O Loló, de por aí 27 anos, que tantas vezes foi (com o próprio Kalú) guarda-redes no futebol pelado do que um dia foi terra de cultivo da açucareira 1º de Maio, entre Lobito e Catumbela, o Loló mesmo, filho do caboverdiano Amaro (que tinha o hábito de apertar a mão às crianças até ver lágrimas), o Man Lolas, mecânico de kamazes, oral e outras viaturas militares perdeu a vida. Estava a trabalhar no estaleiro contíguo à pediatria do Bairro da Luz, no Lobito, até um contentor cair por cima dele. Sua mãe foi a velha Felícia, do Bocoio, irmã mais nova velha Ana Nana, mãe do marido da minha irmã. Foi-se o rapaz Loló, primo-irmão de Don Refer (este por sua vez cunhado e amigo de infância e compositor musical auto-didacta, impedido pelo anonimato).
Gociante Patissa
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Olá, muito interessante o blog. Estou analisando a obra da escritora angolana Ana Paula Tavares, e tem uma crônica que ela homenageia a Velha Felícia. Gostaria de saber mais sobre ela. Você pode me dar maiores informações? Se possível, peço o favor de escrever para meu e-mail: renataa.t@hotmail.com
Fico muito agradecida desde já.
Olá, muito interessante o blog. Estou analisando a obra da escritora angolana Ana Paula Tavares, e tem uma crônica que ela homenageia a Velha Felícia. Gostaria de saber mais sobre ela. Você pode me dar maiores informações? Se possível, peço o favor de escrever para meu e-mail: renataa.t@hotmail.com
Fico muito agradecida desde já.
Grato pelo contacto, cara Renata. Não tenho o dado que me pede, mas mando para seu e-mail endereços de pessoas muito próximas a ela. Muito obrigado pela visita, uma vez mais. Um abraço
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