O júri do Prémio Nacional de Cultura e
Artes, edição 2012, decidiu atribuir o galardão da categoria de Literatura ao
dramaturgo José Mena Abrantes, que dedicou parte da vida a produzir textos
dramáticos, modalidade literária raramente cultivada em Angola. O anúncio foi
feito na tarde de ontem, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, em Luanda, pelo
presidente do Júri, Zavoni Ntondo, em cerimónia presidida pela ministra da
Cultura, Rosa Cruz e Silva. (Texto e foto: Jornal de Angola)
Segundo o júri, o conjunto da obra do
dramaturgo angolano é consubstanciado por uma profunda carga existencial.
“Trata-se, pois, de uma produção literária que preserva factos históricos
ocorridos no período colonial, no espaço que hoje chamamos Angola, e que se
afirma como crítica e reflexão sobre a realidade social e moral da época”.
Na disciplina de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, o júri atribuiu o prémio a Arlindo do Carmo Pires Barbeitos, pela sua obra “Angola-Portugal, Representações de si e de outrem ou jogo equívoco das identidades”, considerando a relevância, a pertinência, a cientificidade e o interesse deste trabalho.
Pelo conjunto da sua obra e dada a sua internacionalização, pelas exposições fotográficas no contexto da arte contemporânea, o júri atribuiu o prémio na categoria de Artes Plásticas a Kiluanji Kia Henda, um dos artistas plásticos angolanos com maior reconhecimento internacional, no panorama artístico da actualidade. Na disciplina de teatro, o galardão foi para o grupo Henrique Artes pelo conjunto da obra, que já se tornou uma marca de incontornável referência do teatro angolano com uma competente regularidade cénica, exibindo uma produção com padrões internacionais.
Ao cantor, compositor, instrumentista
Eduardo Paim o júri atribuiu o prémio na disciplina de música. Com 33 anos de
carreira artística, o músico constitui um representante activo da música e
consta dos alicerces da história contemporânea angolana. Também pelo conjunto
das suas obras, o júri atribuiu, ainda, prémio ao realizador Alberto Botelho,
na disciplina de cinema e audiovisuais, e ao grupo de dança tradicional
Ombembwa, da província do Cunene, na disciplina de dança.
A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva,
disse, na ocasião, que o júri fez uma apreciação séria e cuidada aos trabalhos
dos criadores distinguidos nesta edição, acrescentado que também foi feita
justiça nas categorias de música e investigação em ciências humanas e sociais
ao reconhecer, finalmente, o trabalho de Eduardo Paim e Arlindo
Barbeitos.
Garantiu que o seu pelouro iniciou com a
literatura um critério de excelência, que consiste na divulgação da literatura
angolana além-fronteiras, com a reedição e tradução de livros angolanos nas
diversas línguas. “Acreditamos que vamos estender este critério de excelência
às demais categorias do Prémio Nacional de Cultura e Artes”, disse.
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