Em cinco anos de namoro, cada parte terá tido tempo para conhecer (bem demais) os gostos e desgostos da contra-parte. Ela estava aborrecida naquele exacto dia, dizia-se mesmo profundamente. Ele tinha tido um dia terrível no serviço e chegou à casa sem dizer o que ela mais ansiava ouvir. "Feliz aniversário, amor, muitos êxitos". O sol sequer se tinha posto. As coisas mantinham-se no lugar como em dia qualquer, pelo que em nada o cenário ajudava a reminiscência. Na hora de se irem deitar, já sem vontade alguma de ir ao restaurante mais próximo que fosse, ela soltou duas lágrimas, uma curta e outra aterradora. "Porque é que fazes isso comigo, homem, que distracção é essa!?". Prometeu tratá-lo com a mesma indiferença, logo que chegasse o aniversário do parceiro. Sorte a dele, digo eu, que ela ainda desconhecia tal data. Tinham sido dela as velas apagadas ao longo desses anos. Todas. Talvez não tivesse reparado. (crónica em construção por Gociante Patissa, 12.11.12)a
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