Sou suspeito em tecer elogios, uma vez que em tempos lhes submeti um livro de contos para ser editado, que entretanto não avançou por eu não levar muito jeito nesta coisa de angariar patrocínios. Mas nada impede Sua Excelência Eu, até por imperativos de consciência, de atribuir o mérito a quem assim justifica. A Editora Acácias, do Movimento Lev'arte, com sede em Luanda, é nova no mercado (não vou entrar no mérito do custo/qualidade das obras) mas já mostrou que é possível, ao contrário do que se tem assistido, distribuir livros em todo o país, e que afinal é possível dar visibilidade ao livro depois da sessão de lançamento e autógrafos. É claro que não bastará apresentar capas lindas, design cativante e convencer pela acutilância na divulgação por meio das redes sociais e da comunicação social convencional. Há a componente da revisão, que joga um papel importante na credibilização de todo um trabalho de equipa. Vi em uma ou outra obra sob a chancela da Acácias gralhas que revelam uma certa negligência, ainda mais porque presentes, as gralhas, na contracapa, no espaço da biografia do autor e não só. É a pequena nódoa (superável) no promissor pano. Mas está feito o mais difícil na história. A continuar assim, é de se dizer que o projecto de Kardo Bestilo, gerido por Kiocamba Cassua Cassua, introduz um marco revolucionário no sector livreiro, precisamente por se propor a contornar o maior entrave da literatura em Angola, aquele que se prende com a distribuição e circulação do livro. Neste momento, a Editora Acácias é a única marca angolana do ramo que compete com o gigante e papão português Grupo Leya, que em Angola dá o rosto através da Texto Editores. Ainda era só isso. Obrigado.
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela 17.03.2018
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