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Isidro Sanene (esq) e Délio Batista, arquivo GP |
"Délio Baptista, ou
mestre Délio como é chamado pelos do Núcleo de Jovens Pintores, inclusive para
mim, foi um artista aberto e tinha um senso critico bem apurado em relação às
artes plásticas. Como pessoa, conheci apenas a humanidade dele. Como pintor mostrou-me
o significado da arte metafisica, o reconhecimento e a recolha de símbolos que
enobrecem uma obra de arte, herdei dele a pesquisa e o dançar com as cores,
aprendi que uma obra de arte tem o mesmo valor que uma vida. Uma vez, quando
fui a casa dele pegar um cavalete emprestado, contou-me um mistério, e esse
mistério consistia no que chamaria a psicanalítica quântica do verdadeiro
artista plástico. Tenho frescas lembranças dele quando pinto, com ele aprendi
que a arte não se resume apenas no belo senão em formas abstratas que pernoitam
em nossas mentes. Foi um cientista silencioso! Não falo isso porque ele
conscientemente não está entre nós, mas sim porque várias vezes o consultei e o
apreciei. Aprendi com ele o que nenhuma universidade de artes visuais do mundo
ensina, nem ele mesmo foi puramente autêntico no que me ensinou. queria tanto poder dizer a ele que me
encontrei..."
Isidro Sanene, artista plástico angolano
actualmente na diáspora, 29/07/2014
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