Vencidos setenta e poucos quilómetros de
acidentado troço em pé, de autocarro, o adolescente reporta ao gabinete do
camarada financeiro. O teu pai? Não sei se o encontro com vida. Está em coma.
Olha, houve um aumento pequeno, mas vais levar como tem sido. Este bocado fica
para mim. Impotente, o adolescente engole em seco e assina no folho por um
montante que não viu. Era cacimbo, talvez a pior época do ano para se perceber o que camarada devia querer
dizer. Em casa, estava consumado. O destinatário fizera-se surdo a tudo, era o
culminar de uma passagem na terra. Hepatite tinha sido o pico. Pôr-me num
tractor a recolher cães vadios, depois de tudo o que fiz e perdi por este país?
Prefiro ir cultivar! A opção entretanto pecou por não levar em conta a lei dos
ciúmes: não há lugar para a enxada no chão onde as minas madrugam. Oitava
classe, muitos Lénines e Engels, alheio à utilitária sociedade. Só somos quando
explorados. Somam-se os copos para desmentir a selectiva amnésia dos ideais.
Ups! Sábado é dia de bíblico descanso, que se lixe a crónica.
0 Deixe o seu comentário:
Enviar um comentário