"Passeávamos por ditos e aforismos, daqueles exercícios de fazer tempo como exige a digestão, processo que mal deve ter noção do mal que é adiar o ímpeto de poisar nossos lábios irrequietos noutro par sinónimo da pessoa que nos completa a paixão. Dizendo-se gostar de todos, sua filosofia resumia-se em duas palavras: conformar-se nunca. Sorri, antes de lhe fazer festinha na ponta do nariz. Aí disse-me ela, seus olhos destacando-se da meia-luz da vela: beijas agora a esquimó? Tínhamos isso em comum, o parvo sentido de humor, tal como essa, que pode bem soar contradição, forma de levar a vida aceitando nossos limites circunstanciais, sem jamais significar nos conformarmos. Não será a vida uma soma de ciclos? Seja o que ela for ou fizerem que seja, há almas que não se conformam, e ainda bem que não são poucas". GP 18.10.13
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