“A beleza nunca é triste[1]”
Nem os postiços
nem as lembranças
belasQue é só o mar
no bater das ondas
a tomar o seu banho
nada para desmerecer
as almas
engolidas pela espuma
E se ente soldado é defunto
até voltar da guerra
Tchipa ressuscitou o mundo
na saudade que canta
na frente da chama
“cá na mata, a vida é bela, mamã[2]”
mesmo aos olhos do fado
“a beleza nunca é triste”.
Gociante Patissa, Benguela, in «Guardanapo de Papel», a sair brevemente sob chancela da editora "NósSomos", Lisboa, Portugal (escrito a 27.11.11)
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[1] Celeste Rodrigues, fadista portuguesa, in entrevista ao programa "Cartaz" (SIC, 26/11/11)
[2] Trecho da canção "Cartinha da Saudade", do músico angolano Jacinto Tchipa, década de 1980
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