"GUARDANAPO DE PAPEL" é título do segundo livro de poesia de Gociante Patissa, com edição em Portugal e que chega ao público quando bem lhe apetecer ainda este ano, espero. Como metáfora, o conceito é um ângulo de representação de uma sociedade se degenerando, onde quase tudo é descartável, incluindo valores e ideais. Já como realidade objectiva, boa parte dos textos foi escrita em guardanapos de papel, passatempo de quem aguarda pelo mata-bicho no bar, ou pelo almoço no restaurante, minutos antes do horário do patrão.
1 Deixe o seu comentário:
Guardanapo de papel
Já cansado
o velho bar
fecha-se ao pó
fértil
da esquina
qual navio atracado
para nova largada.
Do mar de verão
vem pujante a brisa
traçando cordão
na esquina
monumental
do cine.
Estátua e gente
parece tudo de madeira
pela porta entreaberta
vê-se que algo voa
bem rente
mas ninguém vai dizer
se é saia
ou guardanapo de papel.
Gociante Patissa, Benguela, 4 Dezembro 2011
Enviar um comentário