Confesso que a impressão que tenho do teatro, sobretudo o de grupos emergentes não é positiva. Penso que chega um momento em que o auto-didactismo em si não basta, isso, para não dizer que de modo geral a pesquisa dos temas, quando a há, é bastante superficial. A colagem às telenovelas é outra pobreza que enferma o nosso teatro, onde toda e qualquer peça tem forçosamente que ter um personagem gay (homossexual), explorar exagerada e surrealmente um português/linguagem "do mato", como ocorre na música (semba comercial, do tipo, "pai, é cumué antão") - porque estão na moda o tema e a forma, há que pensar "dentro da caixa". Um outro elemento tem a ver com o humor forçado, e como tal nada inteligente, com uso excessivo de discurso e gestos que se acreditem arrancarem aplausos, andando muito perto do vulgar e do obsceno. Com tudo isto, toda a vez que vou assistir ao teatro é com a noção de que o meu dinheirinho ajudará o grupo a se manter, mais do que criar grandes expectativas. Hoje vou ter o primeiro contacto com esse grupo. Se não me agradar, é algo já previsível.
sexta-feira, 8 de março de 2013
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» Chegou-me via SMS: "alusivo ao mês da mulher, o Colectivo de Artes Ngola estreia hoje no Cine Monumental a obra teatral "A COMANDANTE". ingressos 500 kz. Não perca"
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Martinho Bangula Caro Gociante Patissa, temos o teatro possível. A trama dessas peças refletem o nosso modo de pensar e viver. O Patissa não é representativo no público para qual eles fazem teatro. Outras temas menos superficial e outras formas de expressar e organizar enredos, talvez não encontrassem público. Temos o teatro possível a medida do cidadão comum.
há 58 minutos · Não gosto · 1
Gociante Patissa Não deixas de ter razão, mano Martinho Bangula. De qualquer modo é com certa tristeza que me sinto "à frente" do nosso tempo. A mediocridade, como medida, não é conquista promissora.
há 55 minutos · Editado · Gosto · 1
Angila Saydi Carvalho Marcar a diferença, e alcançar novas metas, deve fazer sempre parte do horizonte do artista. A mudança, alicerçada em bases consideradas universais, de uma sociedade e aqui reforço, em crescimento, é fundamental e indispensável para "abrir e construir" novos caminhos, e mudar mentalidades.
Enquanto permanecer a inactividade (forçada) à mudança, cresceremos e continuaremos a punir os homens.
há 41 minutos através de telemóvel · Não gosto · 1
Martinho Bangula Pois, já que falas em mediocridade. Hoje, por hoje, tenho imensas dúvidas se em Angola, ainda, pudemos distinguir entre a medriocridade de um populismo primário e gratuíto e as manifestações mais emblemáticas da nossa cultura e tradição. Essa pobreza e...Ver mais
há 41 minutos · Não gosto · 1
Gociante Patissa De acordo, cara Angila Saydi Carvalho. Ou fazemos arte (promover a mudança tendo em conta a componente estética e criativa), ou fazemos comércio somente (reproduzir o espectável e o espectáculo de curto alcance).
há 38 minutos · Gosto · 1
Gociante Patissa Sim, Martinho Bangula, o imediatismo e pobreza do teatro não são isolados, mas parte de um todo. Eu penso que a cultura deve contribuir para a reflexão, enriquecimento do imaginário, contribuir para as capacidades para a vida, e não apenas abanar uns ...Ver mais
há 33 minutos · Editado · Gosto · 1
Angila Saydi Carvalho A reestruturação é e será demorada, mas cada dia que passa, mais necessária.
Que a mudança, valorização intelectual, crescimento pessoal e o "terrível" poder de escolha sejam assustadores (a alguns) isso já é outro assunto.... (Silêncio)
Razão pela qual, se continue a suportar e incentivar a "tal" mediocridade.
há 22 minutos através de telemóvel · Não gosto · 1
Gociante Patissa De acordo, Angila Saydi Carvalho. O caminho é longo.
há 12 minutos · Gosto · 1
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