Em 1997, nos tempos de fotógrafo ambulante pelo subúrbio do Lobito, ouvi um cliente meu dizer a outro com quem bebia no buteco: "Eu é que não quis ser rico". Desenrascado como sempre fui, fiquei a me questionar durante anos como é que alguém decide não ser rico. Esta manhã, outra vez em ambiente de copos, um desconhecido da mesa ao lado dizia à pessoa que lhe fazia companhia que hoje estaria bem, se um primo seu soubesse tirar proveito da "vaga" (termo meu), enquanto namorado de uma jovem senhora que é a própria lâmpada de génio.
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A abertura do mercado e a inundação asiática engoliram o mercado da fotografia, com a falência das tradicionais fotos Maia e Paiata, na zona alta do Lobito, Stand, na caponte, Cine, no 28, para citar as maiores do Lobito. A Kodak, que depois pariu a Boa Imagem, na praça da Catumbela, era já de nível desenrascada. Foi nela que aprendi a acertar o foco, revelar rolos da câmara escura e imprimir fotografias no tempo do preto e branco. Tudo isso hoje não mais existe, e o mestre Lopes sobrevive enquanto mão de obra (dais mais rasas possíveis) de um qualquer beco de vietnamita.
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