sexta-feira, 6 de julho de 2018

Pastor namibiano julgado por abuso sexual de crentes que desmaiaram em escolas no Kunene

O líder da Igreja Evangélica Ministério de Albadam, no Kunene, Simon Cornelius Nghindipo, de nacionalidade namibiana, está ser julgado pelo Tribunal Provincial sob acusação e pronuncia de abusar sexualmente quatro meninas crentes com idades compreendidas entre 14 a 21 anos de idade, que sofriam de desmaios nas escolas.

Texto: Angop, 05.07.2018

O réu, que começou a ser julgado no passado dia 3 do corrente mês sob o processo nº 90/18 do Tribunal Provincial do Kunene é acusado de violar quatro raparigas, das quais três adolescentes de 14, 15, 16 anos e uma de 21 anos de idade, que sofriam de desmaios nas escolas.

De acordo com o juíz Presidente do Kunene, Lourenço José, o réu cometeu este crime desde 2017, aproveitando-se da fragilidade das meninas que se encontravam internada em sua residência para sessões de orações de curas divinas, bem como das famílias que aceitaram internar as meninas sob custódia do suposto líder religioso.

O juíz sublinhou que o mesmo manteve acto sexuais com as meninas, aproveitando-se das suas fraquezas dizendo que os actos sexuais fazem parte do tratamento da cura e que não obedecesse as ameaçava de que Deus, vai as amaldiçoar e morrer.

Lourenço José explicou que depois de um período de um mês cativas na residência do líder da igreja, uma das meninas saturada com o comportamento do pastor, sentiu-se motivada e contou a mãe e esta ao pai que denunciou o caso ao Serviço Provincial de Investigação Criminal, tendo sido detido.

Lourenço José informou  que a sentença do caso será ditada na próxima terça-feira (10 de Julho). Ao  réu pode ser aplicada uma pena de 8 a 12 anos de prisão, porque vivia com as meninas na sua própria residência, ao contrário da pena de 2 a 8 anos.

Contactado nesta quinta-feira, o moderador do Conselho das Igrejas Cristãs de Angola (CICA), no Kunene, Elias Domingos Mbala, repudiou a atitude do pastor que usando ser homem de Deus não deve praticar actos do género, mas sim aconselhar e moralizar a sociedade.

 “Como representante das igrejas cristãs nós condenamos e lamentamos o tipo de comportamento desta pessoa que se apresenta como líder, por ter uma missão especial de ensinar, educar e de cuidar as ovelhas para não se desviarem, mas acabou por desviar-se a si próprio”, afirmou.

Elias Domingos Mbala defendeu a necessidade do Governo fiscalizar mais as acções e práticas de algumas ceitas religiosas, sobretudo as que estão a surgir nos últimos tempos, para se evitar práticas do género que lesam  a doutrina cristã e acabam por chocar a sociedade.
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