Texto: Angop, 05.07.2018
O réu, que começou a ser julgado no passado dia 3
do corrente mês sob o processo nº 90/18 do Tribunal Provincial do Kunene é
acusado de violar quatro raparigas, das quais três adolescentes de 14, 15, 16
anos e uma de 21 anos de idade, que sofriam de desmaios nas escolas.
De acordo com o juíz Presidente do Kunene,
Lourenço José, o réu cometeu este crime desde 2017, aproveitando-se da
fragilidade das meninas que se encontravam internada em sua residência para
sessões de orações de curas divinas, bem como das famílias que aceitaram
internar as meninas sob custódia do suposto líder religioso.
O juíz sublinhou que o mesmo manteve acto sexuais
com as meninas, aproveitando-se das suas fraquezas dizendo que os actos sexuais
fazem parte do tratamento da cura e que não obedecesse as ameaçava de que Deus,
vai as amaldiçoar e morrer.
Lourenço José explicou que depois de um período
de um mês cativas na residência do líder da igreja, uma das meninas saturada
com o comportamento do pastor, sentiu-se motivada e contou a mãe e esta ao pai
que denunciou o caso ao Serviço Provincial de Investigação Criminal, tendo sido
detido.
Lourenço José informou que a sentença do
caso será ditada na próxima terça-feira (10 de Julho). Ao réu pode ser
aplicada uma pena de 8 a 12 anos de prisão, porque vivia com as meninas na sua
própria residência, ao contrário da pena de 2 a 8 anos.
Contactado nesta quinta-feira, o moderador do
Conselho das Igrejas Cristãs de Angola (CICA), no Kunene, Elias Domingos Mbala,
repudiou a atitude do pastor que usando ser homem de Deus não deve praticar
actos do género, mas sim aconselhar e moralizar a sociedade.
“Como representante das igrejas cristãs nós
condenamos e lamentamos o tipo de comportamento desta pessoa que se apresenta
como líder, por ter uma missão especial de ensinar, educar e de cuidar as
ovelhas para não se desviarem, mas acabou por desviar-se a si próprio”,
afirmou.
Elias Domingos Mbala defendeu a necessidade do
Governo fiscalizar mais as acções e práticas de algumas ceitas religiosas,
sobretudo as que estão a surgir nos últimos tempos, para se evitar práticas do
género que lesam a doutrina cristã e acabam por chocar a sociedade.
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