Na
semana que ontem terminou, tive o ensejo de ouvir os programas Ecclésia 24
horas e Roda de Kambas, das rádios Ecclesia e Benguela, respectivamente.
Perífrases à parte, parabéns aos fazedores dos referidos programas, pois nos
formatos que fazem sua natureza, afastam-se da da natureza das mesmices e
aproximam-se àquilo que infelizmente tornou-se raro nas rádios que operam em
Benguela.
As
rádios em Benguela são hoje rios onde a escassez de áreas para se tirar água
para beber é um facto, assemelhando-se às discotecas e promotoras de eventos
hodiernas, que na busca desenfreada do lucro fazem de tudo uma norma.
Não
é difícil esquadrinhar a programação de algumas estações e perceber a carência
de higiene intelectual, cultural, socializadora e até mesmo linguística de que
grande parte dos programas, sobretudo os dedicados aos jovens e seus fazedores, padecem. O que explica isso? É a crise. Uma crise que deixou as rádios tolhidas
naquilo que representa também sua vocação: a faceta formativa, modeladora e
construtora de personalidades sãs.
Por
isso, temos rádios, radialistas que vêem no amiguismo, na micha, os principais
requisitos e critérios para se ter acesso aos "seus" microfones, sem
se importarem com as competências, saberes dos seus "fazedores de
opinião", bem como as consequências sociais que podem advir destes vícios.
Tudo isso faz de algumas rádios, radialistas, grandes promotores de
mediocridades e futilidades que vão alienando adolescentes e jovens com
realidades ilusórias, quando deviam elevar-lhes a consciência sócio-cultural e
política.
É
justamente aqui que o Ecclesia 24 horas e Roda de Kambas, mormente este último, se distinguem dos demais com um formato a si aproximado, pois não obstante ser
feito entre kambas, é visível na forma como são abordadas as nossas vivências, a
sabedoria, idoneidade e acima de tudo responsabilidade e compromisso
necessários com o bem-estar social.
Como no princípio, agora e sempre é disso que o país precisa para ser.
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